Resenha

Conheça Sword Art Online e sonhe com a existência de um jogo assim

Romance, ação, aventura, drama, suspense e muito jogo! Sword Art Online é uma das melhores histórias envolvendo a temática que tanto nos agrada: games.

Em abril de 2009, no Japão, foi iniciada a publicação de uma light novel intitulada “Sword Art Online”. O mangá (história em quadrinhos japonesa), composto por oito volumes, veio logo depois, em 2010, e foi um dos maiores sucessos de venda daquele ano. Já em 2012, rendeu um anime (animação japonesa) de mesmo nome. O anime tem diversos diferenciais, mas o principal é, sem dúvidas, a utilização de jogos de MMO (Massive Multiplayer Online) como pano de fundo.




Com uma história envolvente, personagens cativantes e várias mensões dignas ao mundo dos jogos online que tantos de nós adoramos participar, Sword Art Online é a pedida certa para jogadores de todos os gêneros que curtem também o mundo das animações japonesas.

O mundo de Aincrad

O enredo inicial do anime gira em torno de um revolucionário jogo online que é lançado em 2022. Esse é Sword Art Online (SAO), que utiliza um equipamento chamado NerveGear para funcionar. Algo que lembra muito o console O.A.S.I.S do livro Jogador Nº 1 de Ernest Cline e, consequentemente, o Oculus Rift.

Esse equipamento é um capacete de realidade virtual que entra em contato com o cérebro do usuário, permitindo que todos os seus movimentos e falas sejam lidos como movimentos dentro do jogo e não no mundo real. Dessa maneira, a pessoa coloca o NerveGear , deita-se em uma cama e entra em um mundo de realidade virtual em alta definição com sensações táteis, visuais, auditivas, gustativas e olfativas hiperrealistas.


Mas a história inicial não para por aí: no fatídico dia de abertura do servidor do jogo, seu criador, Kayaba Akihiko, através de um golpe genial e doentio, prende milhares de pessoas dentro do seu mundo virtual, desabilitando a opção de fazer logoff. Com algo em torno de 10 mil pessoas presas dentro do jogo, o criador dá algumas instruções a todos: se alguém tentar retirar o NerveGear do usuário ou se esse usuário morrer dentro do jogo, um pulso elétrico causará a morte cerebral dele instantâneamente; e, para que todos consigam sair do jogo, é necessário vencer todos os níveis e passar por todas as fases do SAO.

O problema aí é que o mundo de Aincrad é um colossal castelo flutuante onde cada andar é, praticamente, um mundo. Para passar de um andar para o outro, é necessário vencer o chefe de nível que se encontra no final desse respectivo andar. E, ao todo, o castelo é composto por nada menos que 100 andares. Dessa forma, para que todos conseguissem voltar para o mundo real, seria necessário que ao menos um jogador vencesse todos os 100 andares sem morrer.


A história do Beater Espadachim 

É nesse meio que conhecemos nosso protagonista, Kirigaya Kazuto, ou como é conhecido dentro do jogo, Kirito. Ele é um típico garoto no meio da adolescência com um comportamento um pouco recluso, mas dentro do mundo de Aincrad ele é algo um pouco mais especial. 

Kirito fez parte do seleto grupo de jogadores que participaram do servidor beta do jogo. Lá eles testaram todas as habilidades, passaram de níveis e, alguns, encontraram bugs e glitchs que poderiam ajudar ou atrapalhar jogadores nos servidores oficiais. Alguns jogadores se aproveitaram desses problemas escondidos para passar de nível de forma bem mais rápida que a maioria, assim ficaram conhecidos como Cheaters.


No meio dessa crise na qual as pessoas se veem presas dentro do jogo, os poucos jogadores Beta que se anunciavam começaram a ser subjulgados e explorados, como se tivessem a obrigação de guiar todos para fora dali. Kirito, que não se anuncia publicamente, esconde seu nível dos outros, mas logo é descoberto por alguns. 

Ele conseguia passar de nível de forma muito mais rápida pois sabia os locais com melhor respawn (renascimento) de criaturas, algo bem típico de jogos online. Entretanto, foi julgado como quem utiliza truques e macetes para burlar a curva de evolução do jogo, ficando conhecido como um Beater (Beta + Cheater).

Sua marca registrada era a espada de uma mão que utilizava com habilidade invejável. Importante frizar que é mais do que comum o protagonista ser um espadachim, visto que em todos os jogos online com tema medieval existentes as classes mais utilizadas são os arqueiros, magos e, principalmente, os lutadores de espada.


Uma saga curta, mas complexa e surpreendente

Sword Art Online tem ao todo 25 episódios divididos em duas temporadas, as quais contam o arco de SAO e de Alfheim, respectivamente. É um tempo bem pequeno, mas muita coisa é trabalhada de uma forma belíssima no decorrer desses episódios.

Os temas que são apresentados são incríveis e remetem à realidade dos jogos online atualmente. Temas como bullying, falsa identidade, agressividade, relacionamentos virtuais e ética permeam as histórias vividas por Kirito e sua companheira, Asuna, enquanto eles conhecem diversas pessoas diferentes no avançar do jogo.


Além disso, referências ao mundo dos jogos não faltam. Questões como a diferença de nível entre jogadores, player killers (PKs), guildas, inventários, desbravamento de mapas e dungeons, forja e produção de equipamentos baseado nas habilidades do personagem, tudo está lá, e muito bem colocado.

O ponto alto da animação é demonstrar que, independente de um ambiente virtual ou real, pessoas são pessoas e sua vivência social e psicológica não está ausente da sua vivência virtual. Mas vale lembrar que a animação tem algumas críticas negativas também.

Devido às grandes reviravoltas que ocorrem na história (não darei spoilers), são vários personagens que aparecem durante os episódios e poucos são bem trabalhados enquanto personas. Além disso, o arco da segunda temporada tem menos amostras dessas dicussões citadas aqui, além de diminuir a relevância da personagem Asuna, que, até então, era uma das melhores personagens femininas já construídas.


O pecado da inveja

Ao ver esse anime, muito dos jogadores e jogadoras ficarão com um sentimento de “podia existir um jogo assim”, algo muito semelhante ao que acontece depois de ler o Jogador Nº 1, que já citei anteriormente aqui. E esse é um sentimento que existia desde a geração do PS2.

Um jogo de realidade virtual em primeira pessoa com gráficos ultra realistas e 100% imersivo é o sonho de consumo da maioria dos gamers atualmente. Com o poderio gráfico cada vez mais surpreendente, a criação de óculos como o Rift e o Project Morpheus e mundos online cada vez mais grandiosos, não é difícil imaginar que em 2022 realmente um Sword Art Online seja lançado.


Enquanto essa realidade só existe na ficção, o que nos resta é ler, assistir e nos emocionarmos. Uma coisa é certa: o anime vale cada episódio. Inclusive, em junho desse ano começou a ser lançada a continuação dele Sword Art Online II, o qual conta o arco Gun Gale Online. Existem muitas informações sobre o anime que eu não divulguei aqui, por conta de spoilers. Com uma história cheia de surpresas e reviravoltas, entregar tudo em uma resenha não seria muito digno. Fica assim a sementinha da curiosidade para vocês!



Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araujo



Gilson Peres é Psicólogo e Mestre em Comunicação pela UFJF. Está no Blast desde 2014 e começou sua vida gamer bem cedo no NES. Atualmente divide seu tempo entre games de sobrevivência e a realidade virtual.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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