Skylanders, Disney Infinity e Amiibo: conheça os jogos com tecnologia NFC

A E3 2014 trouxe novas informações sobre Skylanders Trap Team, Disney Infinity 2.0 e a revelação da Amiibo, da Nintendo. Saiba mais sobre esse novo fenômeno dos games com miniaturas.

em 18/06/2014
Em 2011, a desenvolvedora Toys for Bob, em parceria com a Activision lançou um jogo que reviveria o já conhecido dragãozinho roxo, Spyro. Assim, foi lançado Skylanders: Spyro’s Adventure e, com ele, uma nova forma de jogar video game. O jogo era acompanhado de três miniaturas de personagens do jogo e uma plataforma redonda que servia de base para as miniaturas. Até aí, ninguém entendia muito bem como tudo funcionava, até os primeiros vídeos de gameplay ganharem a internet e a coisa toda ganhar uma proporção bem maior.
A franquia Skylanders é, atualmente, um dos maiores sucessos da Activision e está sendo acompanhada de perto pela Disney que, em 2013, lançou o primeiro concorrente da franquia, Disney Infinity. E as coisas não pararam por aí: durante a E3 2014, a Nintendo anunciou uma nova linha chamada Amiibo, que são miniaturas dos seus personagens mais icônicos e que terão interação com os novos jogos lançados para Wii U e 3DS. Saiba mais agora sobre esse novo estilo de jogo que utiliza de forma inédita a interação do real com o virtual!

A melhor ideia de todas as Skylands

Skylanders é uma franquia que começou se apoiando totalmente no seu “personagem principal”, que já era uma marca de sucesso desde 1998, Spyro the Dragon. Em Skylanders: Spyro’s Adventure, o game girava totalmente em torno dos personagens já conhecidos da franquia do dragãozinho roxo: Spyro e Cynder. Mas não parava por ai; o jogo mostrou que os dragões eram apenas dois no meio de vários guerreiros que protegiam as Skylands: os Skylanders. Esse game apresentava 32 personagens jogáveis (fora os lendários, com coloração variada), mas a forma de se jogar com eles foi o que trouxe uma revolução ao gênero.

O pacote básico para jogar Skylanders: Spyro’s Adventure vinha com o jogo para um determinado console, três miniaturas e um “Portal of Power”. Esse “Portal of Power” é uma base ligada ao console onde as miniaturas devem ser colocadas. Cada miniatura representa um Skylander diferente e, ao ser colocada em cima do portal, leva o personagem para dentro do jogo. Ao ser retirada do portal, o personagem sumia do jogo na mesma hora. Essa foi a melhor ideia para uma franquia que tem foco no público infanto juvenil até hoje. Entretanto, a ideia foi tão boa que conquistou alguns marmanjos fanáticos por coleções também.

O sucesso foi tanto (30 milhões de bonecos vendidos pelo mundo) que, um ano depois, a Activision não perdeu tempo e lançou Skylanders: Giants, segundo jogo da franquia e que já nem se importava tanto com Spyro, que virou uma miniatura comum ao invés de um personagem principal. A novidade aqui foram os Giants, miniaturas bem maiores do que as demais e que possuíam habilidades únicas para cada elemento. O jogo tinha total compatibilidade com as miniaturas do jogo anterior e apresentava 48 novas, das quais oito eram Giants. Mais uma vez, um sucesso de vendas.
Vale lembrar que o jogo é de aventura e exploração, com uma campanha de modo história e diversos colecionáveis pelo caminho, aumentando o tempo de jogatina. As miniaturas são divididas em oito elementos: Fogo, Água, Terra, Vento, Vida, Mortos-vivos, Magia e Máquina. Dentro do jogo, determinadas áreas e mini-games só são destravados com um Skylander de determinado elemento ou tipo, induzindo à compra de diversos personagens além do pacote básico. Foram lançados oito Giants (um para cada elemento) e, no terceiro jogo da série (que falaremos a seguir), foi introduzida a tropa Swap Force, que continha 16 novos skylanders (dois para cada elemento) que, mais uma vez, trazia conteúdo único desbloqueável.

Em 2013, o já citado Skylanders: Swap Force foi lançado e revolucionou a franquia com um novo tipo de miniatura, a já citada tropa que dá o subtítulo ao jogo. Os Skylanders do tipo Swap possuem uma habilidade única: embaralhar-se com outro Swap. As miniaturas dessa linha podem ser divididas no meio (são presas por um imã na cintura) e combinadas com outra, criando novos Skylanders que utilizam dois elementos juntos. Com 16 Skylanders com essa habilidade, é possível fazer nada menos que 256 personagens diferentes, fora as outras 40 miniaturas novas que foram lançadas nessa geração do game. Foram introduzidas também as miniaturas Lightcore que, assim como os Giants, possuem alguma parte que se ilumina ao serem colocadas no Portal of Power.
Assim, Skylanders passou de um derivação da franquia Spyro para uma franquia totalmente independente e maior do que a anterior. Além de apelar para o colecionismo, os jogos em si apresentam conteúdo bastante amplo e uma jogabilidade fluida que, a cada versão do game, só tende a melhorar. Esse ano, a Activision já anunciou o lançamento do quarto jogo da franquia: Skylanders: Trap Team, mas isso vamos deixar para depois.

Uma fórmula perfeita, com os melhores personagens

O que poderia arrecadar tanto dinheiro quanto a fórmula já veterana da Activision? Que personagens poderiam ser tão carismáticos quanto Spyro, Trigger Happy, Tree Rex ou Wash Buckler? A Disney encontrou a resposta: simplesmente tudo que a empresa possui direitos autorais para utilizar. Assim, em 2013 foi lançado o audacioso Disney Infinity, que utiliza a mesma mecânica dos Skylanders, porém em um mundo aberto e, o melhor, com personagens de diversas franquias da casa do Mickey. E não falo aqui do Pateta, Donald e cia. mas sim de Os Incríveis, Monstros S.A., Piratas do Caribe, Frozen, Carros, Toy Story, Detona Ralph, Phineas & Ferb, Enrolados e outros.

O sucesso foi imediato e a concorrência estabelecida. Comparações e dicussões sobre “qual é melhor” rechearam a internet e, na verdade, não existe um “melhor”, pois cada um investe em um estilo de jogo diferente, mesmo que usando uma mecânica semelhante. Enquanto o foco de Skylanders é na aventura com colecionáveis, em Disney Infinity o foco é em exploração e criação. O modo de jogo “Toy Box” conta com um espaço aberto onde é permitido construir qualquer coisa que quiser, utilizando itens virtuais liberados através do outro modo de jogo: o Play Set. Esse modo é ativado com Totens ou Landmarks através do portal, assim como as miniaturas (o pacote inicial conta com três e outros três são vendidos separadamente). Assim, cada peça libera um mundo de uma determinada franquia que permite uma jogatina numa espécie de “modo história” de 8 a 10 horas cada. Entre os mundos já disponíveis encontram-se:

  • Universidade Monstros;
  • Piratas do Caribe;
  • Os Incríveis ;
  • Carros;
  • Cavaleiro Solitário;
  • Toy Story no Espaço.

Nintendo chega atrasada, mas não perde tempo

Na E3 2014, além das respectivas continuações desses dois gigantes, a casa do Mario entrou na dança também, com a linha de produtos batizados de Amiibo. As miniaturas dos grandes personagens da empresa, como Mario, Samus, Link e Donkey Kong utilizarão a mesma tecnologia dos “concorrentes”: o Near Field Communication (comunicação por campo de proximidade, em tradução livre), ou NFC; que é uma tecnologia que já está presente no Game Pad do Wii U desde o seu lançamento. A diferença aqui é que não terão um jogo específico para elas.

O Amiibo terá compatibilidade com diversos jogos da Big N, como o já lançado Mario Kart 8, Super Smash Bros for Wii U/3DS, Captain Toad, Mario Party 10 e outros. E em cada jogo trará conteúdos extras que propiciarão novas possibilidades no jogo, como o incrível vídeo onde Reggie Fils-Aime e Satoru Iwata, de forma cômica, demonstram a utilidade dessas miniaturas no jogo de luta mais popular da Nintendo.

Cada qual com o seu diferencial

Enquanto a Nintendo é novata na briga e traz de diferencial os carismáticos personagens da empresa e a capacidade de utilizá-los em mais de um jogo para diversas funções, a Disney e a Activision não dormem no ponto e trouxeram grandes adições às suas franquias durante a E3. Quem ganha com isso? Os jogadores, pois a experiência de somar o real com o virtual torna-se cada vez mais divertida.

O aguardado Disney Infinity 2.0 será quase totalmente focado no tema que mais arrecada lucros atualmente em Hollywood: heróis de quadrinhos. Dois dos pacotes já divulgados pela empresa incluem os seis Vingadores, presentes no famoso filme da Marvel, como personagens jogáveis e um Play Set do universo do Homem-Aranha que trará, além do cabeça de teia, Venom, Punho de Ferro, Nova e Nick Fury como personagens jogáveis. Fora todos esses personagens amplamente conhecidos, a empresa incluirá também Merida do filme Valente e a carismática e maldosa Malévola do recente filme estrelado pela Angelina Jolie. Com essa inundação de novos e marcantes personagens, virão novos itens e novas paisagens desbloqueáveis para o modo Toy Box.
O pai de todo esse novo estilo de jogar, Skylanders, vem com tudo também. Foi anunciado o quarto jogo da série, Skylanders: Trap Team. No novo capítulo da franquia, uma nova habilidade estará disponível para os jogadores, a capacidade de capturar determinados vilões e transformá-los em heróis possibilitando a utilização destes durante a aventura. Esses personagens não terão miniaturas específicas como os novos Snap Shot, Wallop e Food Fight, serão capturados utilizando os novos troféus de captura, como você pode conferir no vídeo abaixo.

Uma revolução do jogar, brincar e colecionar

A Toys for Bob e a Activision inovaram trazendo uma união inédita entre o real, o palpável, com o virtual, intocável. Pela primeira vez, as crianças podem realizar o sonho de ver seus brinquedos se mexendo e falando, como Toy Story muito bem representa.  A Disney melhora mais ainda essa experiência trazendo a capacidade de você mesmo criar o mundo e as histórias que serão vividas pelos seus personagens, isso na mão de uma criança é como magia pura.

Para as crianças, pouco importa como um sensor no interior do boneco de plástico resistente é lido por um receptor na base que eles chamam de portal e transmite as informações para o jogo dentro do console de mesa ou portátil. Não interessa que essa tecnologia nasceu através dos aparelhos celulares ou que as gigantes Disney, Activision e Nintendo estão com grandes planos para isso. O que importa é a magia, e isso, esse novo jeito de jogar reviveu como a muito tempo não era visto. O resultado? Crianças de 20 a 30 anos também adquirem esses jogos como diversão, coleção ou puro prazer. Atire a primeira pedra quem não conseguir dar pelo menos uma risada com as frases carismáticas e grudentas que os Skylanders falam ao entrar no jogo (vide o grito de “boom chakalaka!” do Double Trouble).

Essa nova tecnologia traz um leque de possibilidades para o futuro dos jogos, imaginem um novo jogo de Pokémon para Wii U que utilize essas miniaturas (não aquelas versões pocket de Rumble U), ou então um novo game do Banjo-Kazooie, Sonic, Megaman com equipamentos que modificam as jogabilidades, ou então novas IPs como o próprio Skylanders, que hoje é mais conhecido que o seu progenitor, Spyro. As possibilidades são infinitas! Finalizando, é muito interessante ver que, mesmo no meio de uma chuva de jogos cinematográficos, com temas que envolvem guerra, tiros, decaptações e sagas épicas, existe espaço ainda para jogos tão simples e sofisticados ao mesmo tempo, que possibilitam o uso da imaginação e desenvolvem a criatividade nas crianças (e em muitos adultos!) afinal, a censura de 18 anos na maioria dos jogos atuais tem um porquê, não é mesmo? E vocês, leitores? O que acham desses novos jogos? Já experimentaram algum? Contem o que acham deles!

Revisão: Bruno Nominato
Capa: Felipe Araújo
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Gilson Peres é Psicólogo e Mestre em Comunicação pela UFJF. Está no Blast desde 2014 e começou sua vida gamer bem cedo no NES. Atualmente divide seu tempo entre games de sobrevivência e a realidade virtual.
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