Resenha

1001 Videogames Para Jogar Antes de Morrer é uma viagem pela história dos jogos

Coletânea organizada por Tony Mott e publicada no Brasil pela Editora Sextante é uma homenagem aos videogames de todas as gerações.


Afinal, será que existem mesmo 1.001 videogames que valem a pena ser jogados? Segundo Tony Mott, na realidade há cerca de 2.177 jogos que valeriam uma menção, mas esse número não teria a mesma simetria do número 1.001. 


Fazendo parte da clássica coleção trazida para o Brasil pelas mãos da editora Sextante, 1001 Videogames Para Jogar Antes de Morrer não apenas cataloga jogos de diversas épocas em uma compilação gigantesca, como também contém análises, resenhas, comparações com títulos semelhantes e tudo o que um bom jogador poderia esperar de uma leitura desse tipo. 

Um livro, uma enciclopédia e uma máquina no tempo

Ocasionalmente vemos por aí listas dos "100 melhores jogos de todos os tempos", ou os "10 melhores jogos da geração passada". Basta dar uma olhada em 1001 Videogames para notar que ele se trata de um projeto muito mais ambicioso. Escrito por uma enorme equipe que incluiu jornalistas, designers, críticos e desenvolvedores de games tudo organizado e editado por Tony Mott o livro é um dos guias mais completos sobre a história dos jogos eletrônicos que se pode encontrar hoje em dia.

Os capítulos são divididos pelas décadas, indo do início da década de 1970 até meados de 2013. A viagem é longa: indo de jogos clássicos como Pong e Asteroids até Far Cry 3 e Bioshock Infinite. Na transição para cada década, há uma pequena lista resumindo alguns acontecimentos importantes para o mundo dos videogames que ocorreram nela. Não é nada muito profundo ou detalhado, em parte porque as características do período aparecem na descrição dos próprios jogos.



As resenhas de todos os títulos estão incrivelmente bem escritas, e a leitura é sempre agradável. Fica bem claro que as pessoas que as fizeram de fato jogaram os jogos, e não apenas pesquisaram. É verdade que alguns são mais detalhados que outros, mas todos relatam a experiência da jogabilidade de maneira bastante fiel e clara.

Por fim, os critérios de seleção também valem a pena ser mencionados. Tony Mott deixa claro no prefácio que o tempo não foi muito gentil com muitos dos 1.001 jogos listados, mas também diz que isso não deveria fazer ninguém deixar de jogar um determinado título. Todos os games listados tiveram algum tipo de impacto na época em que foram lançados, ajudaram a moldar um gênero novo, chamaram a atenção da crítica ou simplesmente foram experiências marcantes.

Uma constante evolução

Talvez não estivéssemos esperando um livro como 1001 Videogames Para Jogar Antes de Morrer. Mas, de certa forma, é ótimo que uma coleção desse tipo tenha sido feita. Como é falado no livro, o videogame é provavelmente a forma de entretenimento que mais sofre de cinismo e preconceito por parte das pessoas. Um livro que celebra a existência dos jogos eletrônicos é um grande passo.

1001 Videogames também deixa bem claro que o mercado dos jogos está sempre em constante evolução, com novos títulos sendo lançados a todo o momento para diversas plataformas. Por isso, vale a pena seguir o conselho de Tony Mott: manter a mente aberta para novas experiências, pois só assim poderemos desfrutar de tudo que os videogames podem nos oferecer.


Revisão: Vítor Tibério
Capa: Diego Migueis

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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