Prévia: Um pouco de história da China e muito de hack´n´slash: Dynasty Warriors 8 (PS3, X360)

em 15/07/2013

Quem acompanhou as diversas entradas da série Dynasty Warriors sabe que o jogo tem uma proposta bem definida há muito tempo: ser um autênt... (por Pedro Vicente em 15/07/2013, via GameBlast)

Quem acompanhou as diversas entradas da série Dynasty Warriors sabe que o jogo tem uma proposta bem definida há muito tempo: ser um autêntico jogo de "apertação" desvairada de botões (ou button masher) no qual o jogador guia um lendário guerreiro chinês na grande briga entre as três dinastias pelo poder e unificação do território. O tal lendário guerreiro, qual seja o que você escolher, irá literalmente varrer o chão com a cara dos inimigos e chegar a matar até mais de mil deles em um único cenário. Claro, existem poderes especiais mirabolantes e algumas cenas entre personagens para agregar um pouco mais à trama. Será que um título com essa proposta consegue chamar atenção em um tempo de grandes jogos e expectativa pelos novos consoles?


Um pouco de história

A série Dynasty Warriors nasceu no PlayStation, conseguiu alguma notoriedade no PlayStation 2 e segue até hoje, com jogos publicados para PS3 e Xbox 360. A ideia original foi realizar um tipo de jogo diferente baseado no antigo game tático Romance of the three Kingdoms (SNES). O título de Super Nintendo era, por sua vez, baseado na novela histórica de mesmo nome, atribuída ao escritor Luo Guanzhong. Tal romance narra o fim da dinastia Han e a luta pelo controle da China (de 169 d.C a 280), travada pelas dinastias Wei, Shu e Wu. O próprio livro mistura elementos históricos, míticos e ficcionais, e o mesmo acontece com o game de SNES e com a série Dynasty Warriors.

O palco e os acontecimentos que sustentam a série são muito interessantes. Uma história épica cheia de reviravoltas, batalhas, amores e traições que se estende por muitos anos. Alguns títulos da franquia tentaram desenvolver melhor a parte da narrativa, enquanto outros a esqueceram um pouco, o fato é que em nenhum deles temos um desenvolvimento diferente ou surpreendente da excelente história que serve de pano de fundo.

Ele vai matar todo mundo em volta sem suar em 3,2,1...

Cada vez eu quero mais

Chegamos então a Dynasty Warriors 8, título que vem ao Ocidente já no fim da sétima geração dos consoles, no ano de lançamento de grandes jogos, como Bioshock Infinite, Last of Us e GTA V. O que o game tem para oferecer? Mais e mais do que ele sempre ofereceu. E isso é ruim? Não necessariamente. O título promete mais personagens (dessa vez ultrapassando setenta guerreiros), mais cenários, mais modos de jogo, e até uma grata novidade, a possibilidade da mudança nas batalhas mediante escolhas feitas no cenário pelo jogador. 

Nesse sentido, estamos diante do game da franquia com maior quantidade de conteúdo e com maior potencial de prender por mais tempo. A estória a ser contada continua praticamente a mesma, e não parece que será apresentada de maneira diferente. A batalha pelos cenários e os movimentos dos diversos guerreiros não apresentam muitas novidades também. O jogo é muito familiar pra quem já conhece a série. 

Muito de hack ´n´ slash

A proposta de jogabilidade da série é a seguinte: você escolhe um guerreiro de alguma das três dinastias (ou algum guerreiro que não faz parte destas) e parte para a campanha. Nesta temos que vencer uma série de estágios que recriam batalhas épicas da grande contenda pela unificação da China. Cada uma dessas batalhas têm suas especificidades, seus inimigos e generais. Cabe ao jogador guiar seu soldado através de muitas brigas contra inúmeros inimigos, bem como algumas lutas contra generais opositores - algo próximo ao que seriam os "chefes e subchefes" de uma fase. Por fim, para vencer, devemos completar alguns requisitos, que geralmente se limitam a destruir o grande chefe inimigo da batalha. Tudo isso alternando os botões de ataque para criar combos e, quando encher a barra de energia, desferir um especial devastador.

 Na oitava entrada da franquia, as coisas continuam as mesmas. Pouca evolução no que diz respeito à fluidez dos movimentos e da batalha. Aliás, tudo parece igual ao que sempre foi. Os estágios, as brigas, os movimentos e os vários minutos de treta com milhares de inimigos. O jogo não propõe mudanças na série, e além disso continua investindo no que sempre fez.

Nem tudo muda

Eu me diverti bastante com a série na época do PS2. A franquia tem um forte apelo no quesito diversão, para quem gosta de seu estilo de jogo. Existem diversas formas de divertir, claro, e não sei se a proposta por Dynasty Warriors ainda tem lugar no atual mercado de videogames. Da minha parte, mesmo com o acréscimo de conteúdo, não sinto vontade de dedicar investimento e tempo para Dynasty Warriors 8, ainda mais com jogos do calibre de GTA V e Pokémon X & Y, por exemplo, próximos de seu lançamento. Talvez fosse o caso de a Omega Force e Koei mudarem o sentido da série, a forma de apresentação e de jogo dela para alçar outras possibilidades. Mas o mundo dos jogos é complicado, e talvez o investimento necessário e as vendas sejam tais que garantam o lucro e a rentabilidade da franquia, fazendo-a buscar sempre o mesmo nicho e as mesmas propostas. "A guerra mudou" (SNAKE, Old), mas Dynasty Warriors não.

Dynasty Warriors 8 (PS3, X360)
Desenvolvimento: Omega Force
Gênero: Ação (Hack´n´Slash)
Lançamento: 16 de julho de 2013
Expectativa: 2/5

Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araujo
Siga o Blast nas Redes Sociais

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 3.0).