Ainda não conhece o universo de Megami Tensei? Junte seus demônios e venha desvendá-lo

A série Megami Tensei (ou MegaTen, para os íntimos) pode não ser a franquia mais conhecida pelos jogadores ocidentais, mas é certo que, d... (por Rafael Neves em 25/07/2013, via GameBlast)


A série Megami Tensei (ou MegaTen, para os íntimos) pode não ser a franquia mais conhecida pelos jogadores ocidentais, mas é certo que, dentro do universo dos RPGs, ela é digna de sonoros aplausos quanto à sua temática, mecânica e originalidade. O universo de Megami Tensei, da Atlus, é tão vasto que logo originou diversos spin-offs. Pela particularidade de cada subsérie, muitas acabaram conquistando públicos próprios, que por vezes nem sabem que tudo começou, na verdade, com o modesto Digital Devil Story: Megami Tensei (NES). Já que a Index, empresa dona da Atlus tem um futuro incerto, que tal se inteirar nesse universo de demônios e apocalipses antes que seja tarde?


Megami Tensei, a gênese

Megami Tensei, a gênese: O primeiro Megami Tensei para NES foi baseado no romance japonês Digital Devil Story, prática que não se repetiu nos games seguintes da série. É interessante notar que, por conta desse início, o nome Megami Tensei (que significa “Reencarnação Divina”) tornou-se oficial na série, mesmo que muitos jogos não tragam a reencarnação de uma entidade superior. Os dois primeiros games que compõem a série Megami Tensei eram RPGs em primeira pessoa, semelhantes à franquia Etrian Odyssey (DS/3DS). Muitos não sabem, mas, embora hoje seja marca registrada da Atlus, Megami Tensei começou sendo divulgado pela Namco (Namcot, na época). Assim começava as aventuras ao lado dos demônios!

Já dá para ver que o talento da Atlus com
RPG dungeon crawler começou cedo

Shin Megami Tensei, um outro nível

Shin Megami Tensei é a principal subdivisão da série Megami Tensei. Hoje em dia, o prefixo “Shin” (“novo”, em japonês) já acompanha todos os títulos atuais da franquia, portanto, podemos afirmar que Megami Tensei tornou-se Shin Megami Tensei. Seus títulos principais são numerados, os quais têm inicio em Shin Megami Tensei (SNES) e continuam até culminar em Shin Megami Tensei IV. A série é marcada por ser uma tradicional aventura em RPG, tendo os demônios como principal elemento de gameplay e um roteiro sempre interessante. Títulos adicionais também são compreendidos como parte dessa subdivisão, como Shin Megami Tensei: Devil Summoner (Sega Saturn) e Shin Megami Tensei: Strange Journey (DS).

Referências religiosas não foram dispensadas

A profundidade psicológica dos estudantes de Persona


Um dos mais conhecidos galhos dessa árvore que compõe a marca Megami Tensei, Persona leva os demônios ao ambiente juvenil escolar, no qual problemas psicológicos são o foco. O universo de Persona é o mesmo em todos os seus seis jogos (todos para plataformas PlayStation), e sempre são influenciados pela psicologia junguiana. Esse universo é expandido fortemente por animações, CDs, mangás e outros produtos relacionados. Os spin-offs Persona diferenciam-se amplamente do esqueleto principal da franquia. Não há mais demônios para recrutar e fundir, mas, sim, os Personas. A exploração de calabouços em primeira pessoa não está presente em todos os capítulos de Persona e elementos característicos (como a moeda da série) ganharam uma conotação contemporânea real. Isso sem falar em Persona 4 Arena, que é um game de luta! Não perca a oportunidade de conhecer a franquia em Persona 4: The Golden (PS Vita), afinal, não é todo RPG que conquista incondicionalmente um de nossos redatores.
Quando assistir à aula fica chato demais...

As causas pessoais de Devil Summoner

Nada de invasões de demônios que vão destruir (ou já destruiram) o planeta. Em Devil Summoner, a luta é motivada por causas pessoais, como uma namorada em apuros. Os cenários também são muito mais contemporâneos e facilmente reconhecidos. Aqui os visuais tridimensionais ganharam os holofotes graças ao hardware do PlayStation 2. No quesito jogabilidade, Devil Summoner não trouxe grandes adições ao universo de Megami Tensei. Além dos quatro games principais dessa subsérie, temos alguns spin-offs e remakes, como Devil Summoner: Soul Hackers (3DS).

Aquele momento em que você se pergunta: quem é mais estranho -
os protagonistas ou os seus demônios?


Demônios em rede com SMT: IMAGINE

Embora o público japonês não seja, no geral, fã de MMORPGs para PC, a Atlus cedeu a outra empresa os direitos para um Shin Megami Tensei em rede para computador. Se a série originalmente já prezava por roteiros que levavam em conta as decisões do jogador, IMAGINE levou isso ao extremo pela alta customização e liberdade de ação. É claro que não podiam faltar centenas de demônios para enfrentar e se aliar, além de uma atmosfera apocalíptica... só que em escala global. O game é gratuito e pode ser encontrado aqui.
O apocalipse agora é o número de jogadores na tela

Um pouquinho de humor com Jack

Talvez a menor e mais irrelevante subsérie do mundo de Megami Tensei, os jogos da série Jack protagonizavam os irmãos Jack Bros. (Jack Frost e Pyro Jack), que funcionam como mascotes da série. Os games foram lançados para a fracassada plataforma Virtual Boy, o que explica a pouca popularidade desses spin-offs. Sua principal contribuição foi ter introduzido um terceiro irmão à família: Jack the Ripper (traduzido como Jack Skelton).

Eu escolho o vermelho!

Last Bible e o mundo dos portáteis

Os spin-offs Last Bible trocaram o futurismo japonês por um cenário medieval europeu. Quatro capítulos foram lançados, todos para Game Boy, e um quinto jogo especial foi lançado para o Sega GameGear. Enquanto os quatro tradicionais títulos foram aventuras à lá Dragon Quest, o quinto foi desenvolvido como um RPG em primeira pessoa, mais semelhante às raízes da franquia Megami Tensei. No geral, a atmosfera é mais leve do que o resto da série, o que cativou um público mais interessado nas típicas fantasias de RPG. Outro títulos que veremos a seguir também cativaram um público mais jovem.

Pokémon? Dragon Quest? Não, Last Bible


O futurismo ainda mais futurista de Digital Devil Saga

Embora só tenha recebido dois jogos principais, os spin-offs Digital Devil Saga inovaram ao levar a série à um futurismo ainda mais futurista. Originalmente, DDS seria uma expansão de Shin Megami Tensei III: Nocuturne (PS2), mas a Atlus preferiu apenas reaproveitar a engine gráfica usada no PS2 e criar um novo apêndice de Megami Tensei. DDS se passa numa distopia (o contrário de utopia), ou seja, nada de apocalipses modernos. Ainda assim, a atmosfera única do jogo foi bastante elogiada. E, sim, temos demônios para enfrentar, aliar-se e fundir, como sempre.

Digital Devil Saga é um dos que, com certeza, merece um remake

Majin Tensei, quando SMT vira xadrez

À primeira vista, a série lembrava Fire Emblem, ou seja, o crossover para Wii U não será a primeira vez que os universos da Nintendo e Atlus se cruzaram. Inspirado pela franquia da Intelligent Systems ou não, Majin Tensei trazia os demônios para a malha quadriculada típica dos RPGs táticos. Essa subsérie contou com quatro games, que passaram pelo SNES, Sega Saturn, computadores e até celulares japoneses. Uma das empreitadas, Ronde, foi o único a trazer visuais tridimensionais. Interessante notar que Majin Tensei já trouxe o recurso de múltiplos finais, que é comumente utilizado na série. Além disso, não foi a única empreitada no universo dos mundos táticos na franquia. Veremos adiante outros Megami Tensei ousados a esse nível.
Epa! Onde estão os advogados do Marth?

MegaTen + Pokémon = DemiKids

Poucos jogos exploram versões diferentes baseadas em cores além de Pokémon. Megami Tensei resolveu embarcar esse intrigante (e lucrativo) caminho com os spin-offs DemiKids. Lançados para a família Game Boy (e um título portado para PlayStation), a aventura se tornou muito mais cartoon e colorida, embora ainda traga dezenas de demônios para utilizar. Até mesmo versões de estratégia em tempo real, cartas colecionáveis, puzzles e versões para celulares foram criadas, expandindo a marca por um público bem mais infantil.

Parece que Jack não era a única referência infantil em MegaTen


A cidade é uma selva? Com Devil Survivor, fica ainda pior

O mais recente dos spin-offs, traz aventuras juvenis por cidades japonesas modernas, cuja presença de demônios se torna um problema. A mecânica mistura RPG tático (à lá Final Fantasy Tactics) com confrontos em turnos tradicionais da série. Os spin-offs restringiram-se ao DS e remakes para 3DS, além de uma modesta animação japonesa. Ainda assim, o quê de The World Ends With You (DS) cativou muitos jogadores, que agora interagem com demônios através do Communication Player, ou COMP. Embora ainda jovem, existe muito potencial em Devil Survivor. Quem sabe não temos um spin-off à altura de Persona?


Mais alguma coisa?

Por incrível que pareça, sim, ainda há spin-offs dos spin-offs, games que não se enquadram em nenhuma subsérie da marca. Primeiramente, citamos Shin Megami Tensei: NINE. Você deve estar se perguntando: mas o quarto game não acabou de sair para 3DS? Sim, mas NINE não se refere ao nono game da série principal, mas a uma (tentativa de) experiência online da franquia no Xbox original através da Live. O game só saiu no Japão, inicialmente com uma campanha singleplayer que não recebeu a prometida atualização com o suporte à jogatina pela internet. Além deste, temos dois outros games para celulares japoneses que estão bem à parte da franquia. São eles Shin Megami Tensei Pinball: Judgment e Aegis: The First Mission. O primeiro, obviamente, é um versão pinball da série, baseado especificamente me Devil Summoner. Já o segundo é um RPG mesmo, que se passa dez anos antes de Persona 3.

E então, pôde conhecer melhor a franquia Megami Tensei? Há dezenas de jogos que compõe essa marca tão famosa e prestigiada. Se você ainda não a conhece, não perca tempo. Plataformas como o Vita, PS3, 3DS e DS oferecem oportunidades únicas de viver uma experiência de RPG como essas.

E aí, bateu a sensação de "É sério que eu estava perdendo tudo isso?"
Revisão: Lucas Oliveira
Capa: Felipe Araújo

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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