Perfil

Perfil: Haytham Kenway (Assassin's Creed III)

Quando foi anunciado Assassin’s Creed III, todos provavelmente acreditaram que o foco da história seria totalmente na aventura do mei... (por Gustavo Rocha em 10/02/2013, via GameBlast)


Quando foi anunciado Assassin’s Creed III, todos provavelmente acreditaram que o foco da história seria totalmente na aventura do meio indígena Connor. O que muitos não sabiam é que a Ubisoft havia preparado muito bem o terreno para a entrada do Assassino, contando no mesmo jogo boa parte da história de seu pai: o Templário Haytham Kenway. Ou melhor, um Templário com origens Assassinas, que através de muitas controvérsias na vida, pôde ao final ser considerado um dos maiores personagens da série Assassin’s Creed. Confira agora mesmo seu Perfil!

Obs: Este texto busca contar parte da infância e vida de Haytham Kenway, o pai de Connor, por isso você provavelmente encontrará alguns spoilers. Agora, se quiser conhecer o final da história deste personagem, e também ler uma cacetada de spoilers, confira o Perfil de Connor!

Uma infância conturbada

Nascido em Londres, no ano de 1725, Haytham sempre foi muito ligado aos ensinamentos de seu pai, o Assassino Edward Kenway, e desde o primeiro momento em que foi capaz de empunhar uma espada passou a ser treinado nas artes da guerra. Apesar disso, em toda a sua infância Haytham jamais imaginou sobre a existência da Ordem dos Assassinos, e muito menos que seu pai o estava treinando para se tornar um algum dia.


Entretanto, tudo o que o jovem inglês aprendeu enquanto criança foram conceitos e filosofias referentes à Ordem dos Assassinos. Haytham admirava seu pai, ao mesmo tempo em que o achava muito diferente de todas as outras pessoas, pois os pensamentos que ele demonstrava ter pareciam muito fora do comum. Segundo ele, eram pensamentos que desafiavam a própria ideologia de “verdade”. Mas o que seu pai realmente queria com ele, isso ele iria demorar a descobrir.


Até os seus dez anos de idade, Haytham presenciou a hostilidade nas ruas britânicas. Devido à guerra civil, a repressão por parte do governo era sempre muito grande, e pessoas morriam aos montes pela cidade. Em passeios com a família, todos temiam por ataques nas ruas, mas seu pai não. Edward não temia nada nem ninguém, pois sabia que a seu lado estavam homens de confiança, como seu amigo Reginald Birch. Provavelmente, não temer foi o maior erro na vida de seu pai.

Da morte para a vida

Na véspera de seu aniversário de dez anos, ocorreu o grande ataque. Após uma discussão com Reginald, o pai de Haytham contratou dois ex-soldados para a mansão Queen Anne’s Square. Haytham não havia entendido o porquê, mas naquela mesma noite sua casa foi invadida por homens armados e mascarados, que atearam fogo nela e atacaram diversos membros de sua família, entre eles seu pai, sua mãe e sua irmã paterna Jenny.

Após presenciar a morte de um dos inimigos pela mão de seu pai, que continuou enfrentando outro agressor longe de sua vista, Haytham percebeu que sua mãe estava prestes a morrer nas mãos de outro homem mascarado. Sem pensar, Haytham pegou a espada de um dos cadáveres e avançou para cima do agressor. Ao encaixar a espada em seu olho, o pequeno britânico não sentiu nenhum remorso, apesar de que sua única preocupação no momento era com seu pai, que parecia estar passando dificuldades em sua luta.

No caminho para o encontro de Edward, Haytham pegou a espada que seu pai havia lhe dado de presente, antes de tê-la guardado em seus aposentos. Essa mesma espada viria a ser usada futuramente em sua vida como Templário. Ao tentar ajudar, Haytham acabou sendo atingido por um golpe e derrubado. Porém, antes de desmaiar, pôde ver seu pai, caído e moribundo ao seu lado devido a um corte alcançado até o peito. Edward estava morto, e Haytham inconsciente.

No dia seguinte ao ataque, a mãe de Haytham já não o estava tratando da mesma forma que antes, pois estava angustiada e, principalmente, indignada com o ato de assassinato do filho. Também nesse dia descobriu que sua irmã mais velha Jenny havia sido sequestrada e também que diversas anotações de seu pai haviam sido roubadas.


Após esses eventos, Haytham foi novamente apresentado ao Grão Mestre da Ordem Templária, o qual ele foi descobrir ser o próprio amigo e subordinado de seu pai: Reginald Birch. Ambos partiram então para a missão de descobrir o paradeiro de Jenny e quem foram os responsáveis pelo ataque. Melhor dizendo, a partir de então, Haytham iniciava seu treinamento para se tornar um Cavaleiro Templário.

Enfim Templário

Doze anos depois, Haytham já era considerado um implacável assassino. Aliás, um inconsequente Templário, dono de muitas habilidades de guerra, boa parte ensinada através do treinamento com Reginald. Haytham possuía uma personalidade forte e intolerável, e em certo tempo passou a ter diversos desentendimentos com seu mestre. Podendo ser comparado até mesmo a Altaïr em seus primeiros anos como Assassino, Haytham não tinha escrúpulos, e se fosse necessário para ofuscar alguma informação, mataria até mesmo inocentes. Isso era algo que Reginald, a princípio, não tolerava, e daí surgiu os primeiros desentendimentos.

Com o passar dos anos, Haytham passou a realizar diversas tarefas para Reginald, que dizia querer descobrir informações referentes “Aqueles Que Vieram Antes”. Devido aos fatos que Haytham a princípio não acreditava que fossem verdade e às atitudes “anti- templárias” de Reginald, em certos momentos os dois se afastaram. Haytham parecia também ter se esquecido de sua irmã, pois suas investigações para descobrir seu paradeiro haviam cessado. Entretanto, como Templário, Haytham não estava caçando Assassinos, mas sim, em boa parte de sua vida foi o responsável pela morte de diversos traidores da Ordem, como a do soldado do exército britânico e Templário Eddward Bradock, que agia com brutalidade para com inúmeros inocentes.

Desde então, Haytham passou a questionar as atitudes de diversos Templários, que pareciam agir de forma a fugir dos conceitos da Ordem, e mesmo assim jamais se arrependerem de seus atos. Apesar de ainda se ver obrigado a matar inocentes, era totalmente contra à brutalidade sem sentido.

Líder de sua geração

Em meio a diversos acontecimentos, Haytham teve a oportunidade de conhecer a mohawk Kaniehtí:o, e com ela teve um filho: Ratohnhaké:ton, conhecido por nós como Connor Kenway. Por obra do destino, seu filho se tornou um Assassino, através do desejo de se vingar dos Templários, que supostamente haviam destruído a sua aldeia.

Ao conhecê-lo, Haytham fez de tudo para convencê-lo de que os ideais Templários não eram errados, e que os que se diziam da Ordem e realizavam atos que fugiam de seus conceitos não poderiam ser considerados Templários. Obviamente, Connor ficou sentido, e até mesmo chegou a duvidar dos conceitos do Credo dos Assassinos. Entretanto, após Haytham revelar os acontecimentos que precederam ao ataque e a destruição da tribo de Connor, o Assassino partiu e, em seu longínquo retorno, foi o responsável pela morte de Haytham.


O fato é que em toda a história de Assassin’s Creed, Haytham Kenway foi o primeiro – e provavelmente o único – Templário a questionar as atitudes da Ordem Templária e do Credo dos Assassinos. Ao longo de sua vida, percebeu o quanto as duas facções eram parecidas em seus ideais, e até mesmo imaginou que um dia ambas poderiam se unir, a fim de deixar o mundo melhor. Porém, com o passar dos anos, e após se tornar o Grão Mestre da Ordem Templária, percebeu o quanto o mundo era cruel, e uma ideologia deste tipo jamais poderia existir. Segundo Haytham, o mundo deve ser visto da forma que ele é, e não da forma que queremos que ele seja. O Credo acredita no inverso, e por isso ao final da sua vida, os princípios da Ordem se tornaram o mais importante para ele, que preferiu morrer a ver seu filho lutar por algo em que ele acreditava ser errado.

E então, deu pra entender melhor sobre a vida de Haytham? Concorda mais com os princípios da Ordem ou do Credo? Comente!
Revisão: Rafael Becker



Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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