Análise DLC

Muitos mistérios e inimigos para enfrentar em Rapture de Burial at Sea: Episode One (PC)

  CUIDADO: O texto a seguir contém spoilers para quem não jogou Bioshock Infinite . Leia por sua conta e risco! Quando perto do final d... (por Unknown em 25/01/2014, via GameBlast)

 CUIDADO: O texto a seguir contém spoilers para quem não jogou Bioshock Infinite. Leia por sua conta e risco!
Quando perto do final de sua incrível aventura, Booker e Elizabeth foram levados diretamente para Rapture, (a metrópole submarina dos títulos anteriores da franquia) no momento mais nostálgico do game, muitos jogadores e fãs ficaram se perguntando se não seria interessante imaginar os dois personagens vivendo alguma história emocionante no sonho utópico de Andrew Ryan. E é que em meados de 2013, Ken Levine (produtor e criador do título) parece ter ouvido os pedidos dos fãs e anunciou um incrível DLC, divido em três episódios, que contaria uma história paralela (ou talvez não) dessa dupla tão carismática em Rapture. Mas será que esta se trata de apenas mais uma jornada cheia de ação e com poderes incríveis, ou será que existe algo a mais, talvez, por trás desse (novo) antigo universo submarino?

De volta ao fundo do mar

Com uma trama que pode dar um nó na cabeça de muitas pessoas (mesmo para aquelas que ainda estão tentando desvendar os mistérios das várias histórias de Infinite), o primeiro episódio de Burial at the sea começa com nosso velho conhecido, Booker Dewitt se recuperando de uma ressaca em seu escritório de detetive particular. É dezembro de 1958, noite de Ano-Novo. Sim, segundo a história normal, em poucos minutos uma revolta civil vai eclodir na metrópole submarina e levar a utopia de Andrew Ryan à total decadência em questão de meses.Mas enquanto isso não acontece, uma visitante inesperada aparece no escritório de Booker, pedindo-lhe ajuda para encontrar um garotinha desaparecida, Sally. Se trata de ninguém menos que Elizabeth, só que muito diferente daquela jovem inocente que havíamos conhecido em Columbia. Agora, ela parece mais determinada e perspicaz. Mesmo suspeitando que a criança já esteja morta (ou pior, transformada em uma Little Sister), Booker aceita o serviço e segue a bela e misteriosa jovem em busca de respostas em uma Rapture que respira seus ideais de Arte, Ciência em toda sua glória.
Esqueça a Elizabeth inocente de Columbia. Essa aqui é muito mais decidida e determinada.
Durante os próximos minutos de gameplay, Booker e Elizabeth vão convidar o jogador a fazer um tour por Rapture, enquanto buscam pistas sobre a garota desaparecida. O contraste entre a Rapture pré-guerra civil e a que já conhecíamos dos jogos anteriores é incrível. A cidade é como uma joia no fundo do oceano, com cartazes e letreiros luminosos por todos os cantos enquanto as pessoas conversam, fumam ou bebem no meio de um ambiente cercado por esperanças e, aparentemente, muito confortável de se habitar. A metrópole não lembra nem um pouco o mundo opressor e assustador que certamente muitos jogadores se lembravam, e onde você não podia descuidar seu olhar sem dar de cara com um Splicer ou um Big Daddy. Mas dessa vez, você pode andar por Rapture tranquilamente e descobrir como era o cotidiano de sua população e como o sonho de Ryan estava virando realidade, apesar de que era preciso fechar os olhos para alguns problemas da cidade.
Não é difícil ficar perdido olhando para a paisagem deslumbrante através das imensas janelas.
Problemas esses que nossa dupla em breve iria encontrar quando, após uma conversa tensa e surreal com a maior (e mais doente) mente artística de Rapture, Sander Cohen, Booker e Elizabeth são levados até a Fontaine Departament Store, onde Sally pode estar. E lá não é o melhor lugar onde uma criança pode estar, já que desde que Ryan afundou o orfanato de Fontaine depois de descobrir as verdadeiras intenções maquiavélicas do ex-pescador, o local está infestado de Splicers. Essas pessoas que foram deformadas devido ao vício pelo ADAM agora vagam pelos corredores das lojas de Fontaine e por entre os prédios submersos, presos em sua loucura e longe dos olhares da população de Rapture.
Agora podemos conhecer como Rapture era opulente antes de tudo subitamente ruir.
É aí que a verdadeira ação começa, com Booker utilizando pistolas e metralhadoras, além de fantásticos Plasmids, para abrir o caminho por entre Splicers e encontrar a criança desaparecida. Entre os novos poderes disponíveis estão o ar frio do Old Man’s Winter (semelhante ao Plasmid "Winter Blast", que congelava alvos nos últimos jogos) que pode transformar seus inimigos em blocos de gelo e o Electro Bolt (que por aqui também é conhecido como “Shock Jockey”, da mesma forma que era em Columbia) que pode fritar os adversários com raios de eletricidade. Além de uma arma que pode explodir os splicers e outros ao seu redor com micro-ondas, pode contar com a ajuda de Elizabeth para trazer os velhos conhecidos turrets e Patriots de Columbia através de fendas para ajudar Booker no combate (isso sem falar nos packs de EVE e de vida que ela pode lhe fornecer).
O combate continua bem construído e com novas armas e Plasmids diferentes, tudo fica melhor.
Mas nenhum dos adversários de Booker ou Elizabeth se comparam com o verdadeiro terror que assombrava cada canto de Rapture nos jogos anteriores, o Big Daddy. Quando a dupla finalmente encontra Sally, a garota chama seu protetor e uma batalha feroz contra a fera mecânica começa. Um combate com estilo muito diferente do que já conhecíamos e que promete momentos muito tensos. Mas certamente isso é apenas um prelúdio para o final próximo da aventura, que guarda grandes surpresas que podem ser compreendidas ou não. O mais certo é que o segundo episódio está a caminho e com ela virão mais dúvidas, algumas respostas e com certeza mais combates no fundo do oceano.
Ainda é possível usar o poder de Elizabeth para trazer munições e máquinas de combate através de fendas temporais.

“It’s wonderfull, wonderfull my love!”

Apesar de apresentar algumas surpresas, reviravoltas e detalhes nunca antes vistos do universo de Bioshock e de Rapture, mais especificamente, a história de Burial at the sea não consegue se comparar a trama intrincada e bem desenvolvida de Infinite. Mesmo assim, o DLC consegue apresentar uma experiência narrativa interessante que consegue instigar o jogador, mas não o prender a tela do computador esperando pelo próximo acontecimento. Dessa forma, fica claro que o verdadeiro mérito desse conteúdo adicional fica por conta de seu visual gráfico. E isso fica visível logo no instante em que vemos o interior de Rapture no começo da aventura. Vislumbrar a cidade em toda a sua glória e apogeu, com uma dança de luzes e som no fundo do oceano que brilha no olhar é uma sensação tão incrível e nostálgica que se compara a ver a cidade flutuante de Columbia no alto dos céus pela primeira vez. Talvez o deslumbramento fique mais por conta do fato de que a cidade teve que ser toda refeita do zero, já que para utilizar o motor gráfico de Infinite, a Irrational Games não poderia usar os moldes da Rapture dos primeiros jogos. E realmente, foi um trabalho muito bem feito.
Mesmo os prédios desgastados e inundados de Fontaine tem seu charme assustador e visual único.
Outro destaque de Burial at the sea é a IA do gameplay durante os combates. Se em Infinite esse componente já merecia elogios (apesar de apresentar algumas pequenas falhas), dessa vez ele foi aprimorado, sendo que, em alguns momentos, você pode acabar achando que está lutando contra um inimigo controlado por uma pessoa real e não motor de inteligência artificial. As novas armas e Plasmids também aumentaram a diversificação dos estilos de combate e a maravilhosa trilha sonora dos anos 50 cria a ambientação perfeita para a aventura submarina. Todos esses aspectos quase nos conseguem fazer esquecer do glitch bizarro que faz Elizabeth flutuar como um fantasma, sem mover seus pés, ao seguir Booker. Mas, no final, o que são esses pequenos problemas quando se está “enterrado” no fundo do oceano, não é mesmo?
O fundo do oceano nunca foi tão glamuroso (e perigoso).

Revisão: Jaime Ninice
Capa: Diego Migueis

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Se Infinite fosse um livro, consideraria Burial at Sea um conto, então vejo mérito sim na história curta e com um final chocante. Agora pensei que seriam só 2 episódios, mas 3? Uhu

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