Assumindo o Parque Silverbottom
Two Point Museum: Zooseum começa com o jogador recebendo o convite para assumir o controle de uma grandiosa missão: o Parque Silverbottom. Na suntuosa localidade, o objetivo principal é estabelecer um santuário digno para a vida selvagem das Ilhas Isoladas.
Para isso, o dono do espaço — Wiggy Silverbottom — está bem empolgado, pois já ouviu falar de seus muitos feitos como administrador de museus no Condado de Two Point. Sendo sincero, somente alguém capacitado como você é capaz de dar jeito na situação, pois a extraordinária fauna das Ilhas está em perigo, com o meio ambiente ameaçado e a flora adoecendo a cada dia que passa.
Imagine só que grande problema seria se os Pandas Pintados ou os Pássaros de Origami fossem esquecidos ou até mesmo extintos?! Porém, com você no comando, temos aqui uma chance ímpar de resolver esse problema. Então, mãos à obra, pois há muito o que fazer e gerenciar neste “Zooseum”!
Zoo Tycoon, é você?
Fãs de simuladores e jogos de gerenciamento das antigas provavelmente nutrem um carinho especial por duas franquias que marcaram época nos computadores: Rollercoaster Tycoon, da Atari, e Zoo Tycoon, da Microsoft. Atualmente, a franquia Two Point já se estabeleceu como uma nova referência de qualidade para o gênero, com Two Point Museum se consagrando como um ponto alto da série, mas este DLC traz um gostinho de como seria se a SEGA decidisse de fato ocupar o vácuo criado pela Microsoft com o hiato da franquia de zoológicos.
Pois é, Two Point Museum: Zooseum expande bastante o recurso de exposição de animais que já estava presente no jogo-base por meio da vida marinha e dos aquários, porém sempre preservando o bom-humor característico da franquia, que continua magistralmente localizado para português brasileiro. Para isso, o DLC introduz mais funcionários diferentes — especialistas em vida selvagem —, novas expedições para resgatar criaturas tão engraçadas quanto fantásticas e assim por diante, em uma campanha à parte da original.
Logicamente, assim como as criações do jogo-base necessitam ser adequadamente adornadas para aumentar o burburinho e a quantidade de visitantes do museu, o mesmo ocorre em Zooseum, com as áreas e terrários precisando de manutenções frequentes para manter os animais limpos e felizes e os ecossistemas artificiais próximos do que seriam seus habitats naturais.
Tudo isso garante ainda mais daquela “dor de cabeça” divertida para quem gosta de passar horas montando o museu perfeito e já esgotou as possibilidades do jogo-base. Só fica o aviso: a não ser que você se especialize em exibir Tranquivaras (as tranquilas capivarinhas que se dão bem com tudo e com todos), é preciso monitorar de perto para que nenhum acidente ocorra, tanto no empreendimento em si quanto nas expedições cada vez mais perigosas.
Mais do que consagrou o jogo-base
Portanto, um dos principais acertos de Zooseum é a forma como o DLC adiciona uma nova camada de administração dentro da lógica preexistente. Por serem peças vivas, os animais exóticos acabam naturalmente exigindo uma infraestrutura muito mais complexa do que as coleções tradicionais e, com isso, o jogador precisa balancear os investimentos com os custos crescentes, revigorando o clássico desafio de administração da série. Também há a necessidade constante de equilibrar estética e funcionalidade: uma seção visualmente atrativa pode não atender às necessidades específicas dos animais e, por consequência, derrubar a avaliação e a lucratividade do museu, eventualmente até desembocando na falência.
Além dos novos sistemas de jogo, Zooseum traz consigo uma grande quantidade de conteúdo, inclusive maior do que o visto em Fantasy Finds. Ao todo, temos dezenas de novos itens decorativos, um novo mapa de expedição, mais de quarenta animais para encontrar e toda uma campanha inédita para conquistar estrelas. Os desafios específicos também merecem uma menção honrosa, com os objetivos frequentemente reforçando o papel educativo que todo museu precisa desempenhar para se manter relevante no universo de Two Point.
O único ponto negativo — se é que posso falar assim — é que, assim como em Fantasy Finds, a dificuldade de Zooseum é bem maior do que a do jogo-base. Logo, a meu ver, o ideal é se aventurar no DLC após (e não durante) a campanha principal, apesar de não haver restrições nesse sentido: é possível começar o conteúdo adicional mesmo sem ter concluído a história principal.
É que, sem o domínio do jogo-base, pode haver uma certa frustração com a complexidade de administrar criaturas vivas em comparação com obras estáticas, como estátuas ou relíquias pré-históricas. E, como os veteranos bem sabem, não é uma questão apenas de contratar mais funcionários ou sair em mais expedições, já que a folha de pagamento pode acabar inchada sem dar conta do real problema. E lá vamos nós tentar achar os gargalos e tornar tudo rentável novamente…
De olho na bicharada!
Two Point Museum: Zooseum cumpre sua missão de enriquecer ainda mais o divertido simulador do Two Point Studios. Graças ao foco em criaturas vivas, naturalmente mais complexas do que obras estáticas, e à conservação do senso de humor característico da franquia, temos aqui um DLC imperdível para quem deseja ainda mais aventuras e responsabilidades como curador no Condado de Two Point. Em resumo, a bicharada está solta e precisa de um responsável — pronto(a) para assumir a tarefa para si?
Prós
- Adiciona ainda mais conteúdo ao já rico jogo-base, com a campanha inédita e os novos desafios sendo um destaque à parte para os curadores veteranos;
- Graças ao foco em animais exóticos, entrega um interessante e cativante desafio de gerenciamento para quem deseja mais da divertida “dor de cabeça” de balancear estética, funcionalidade e rentabilidade em seus museus;
- Preserva o bom-humor característico da franquia, com bichinhos como as Tranquivaras garantindo a diversão durante a gameplay;
- De forma sutil, homenageia clássicos do gênero, como o finado Zoo Tycoon, e mostra que um hipotético Two Point: Zoo teria muito a entregar;
- Localizado em português brasileiro.
Contras
- Pela complexidade e desafio envolvidos, assim como Fantasy Finds, é um conteúdo voltado para quem já possui uma certa experiência com o jogo-base, e não para iniciantes.
Two Point Museum: Zooseum — PC/PS5/XSX — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Alessandra Ribeiro
Análise produzida com cópia digital cedida pela SEGA











