Os grandes monumentos do Egito Antigo, das pirâmides aos templos e esfinges, seguem como alguns dos maiores feitos da engenharia humana. Séculos depois, continuam impressionando pela complexidade e grandiosidade de sua construção. Em vez de apenas revisitar esse contexto histórico, Egypt Frontiers se propõe a colocar o jogador dentro desses canteiros de obras, assumindo o papel de um gestor responsável por mover materiais, organizar fluxos de trabalho e coordenar uma equipe de operários durante a construção dessas estruturas.
Mestre de obras do Faraó Queóps
Egypt Frontiers começa com nossa chegada a Gizé, nas margens do Rio Nilo. Fomos chamados pelo próprio Faraó Quéops para coordenar os trabalhadores nas grandes obras do local. Na atual versão, estão disponíveis três áreas para atuarmos (Templo de Horus, Pedreira e Templo do Sol), onde precisamos montar equipamentos, coletar recursos e definir as funções da nossa equipe de operários.
As mecânicas básicas são apresentadas por meio de algumas missões, tanto principais quanto secundárias, nas quais podemos coletar recursos como tijolos e cordas para guardar no inventário, carregar objetos como troncos e pedras para as obras e montar ferramentas como martelos, facas e ganchos para serem utilizados durante as tarefas. De maneira geral, nossos objetivos consistem em transportar materiais de um ponto a outro ou trabalhar diretamente nas construções, levando os itens para o local exato de sua utilização.
A mecânica de construção é bastante simples, exigindo apenas o aperto de um botão, desde que tenhamos recursos suficientes, para que a estrutura comece a ganhar forma automaticamente. Nossa única preocupação é manter a mira apontada para o local correto, destacado em verde. No fim das contas, Egypt Frontiers se desenvolve como um jogo casual de construção, que não exige muito do jogador além de paciência para levar materiais de um lado ao outro.
Para relaxar e curtir
Essa simplicidade de Egypt Frontiers é um bom atrativo para jogadores casuais, já que descomplica bastante o gameplay e o torna um título relaxante. O audiovisual não apresenta nenhum destaque relevante, exceto pela ambientação dentro das obras após sua conclusão. Assim, ele acabou se tornando um jogo que aproveitei ouvindo música ou algum podcast.
Por outro lado, acredito que o game ainda precise de um maior desenvolvimento de suas mecânicas para não cair na mesmice. Apesar de passarmos por diferentes cenários com missões razoavelmente variadas, é fácil perceber que a repetitividade aparece muito rápido na campanha. O jogo ainda está na versão 0.1.4, no momento em que escrevo este texto, e há bastante espaço para evolução. As últimas atualizações têm focado na correção de bugs, principalmente relacionados à colisão de elementos, e em melhorias de interface, o que é comum nessa fase inicial.
Os desenvolvedores ainda não publicaram um roadmap com as próximas novidades. Quando jogo um título em Acesso Antecipado, gosto de ver o que está por vir para entender qual será o andamento do projeto no futuro. No caso de Egypt Frontiers, a única coisa divulgada foi um formulário perguntando aos jogadores o que eles gostaram e o que gostariam de ver nas próximas versões.
Dessa forma, apesar de ter me divertido nas poucas missões disponíveis, não sei exatamente o que esperar daqui para frente. Minhas expectativas ficam voltadas ao desenvolvimento de novas ferramentas de construção e, talvez, missões secundárias que ofereçam mais liberdade criativa, já que as estruturas principais seguem um roteiro específico e pouco aberto à experimentação.
Uma base interessante
No geral, Egypt Frontiers entrega uma experiência simples e até relaxante, especialmente para quem busca um jogo casual e sem muitas camadas de complexidade. No entanto, essa mesma simplicidade acaba revelando suas limitações rapidamente, já que a repetição das tarefas e a falta de mecânicas mais profundas reduzem o ritmo da campanha. Como o título ainda está em Acesso Antecipado e sem um roadmap claro, é difícil saber qual será sua evolução. Mesmo assim, há potencial para crescimento, especialmente com a expansão das ferramentas de construção e de missões que ofereçam mais liberdade criativa.
Revisão: Alessandra Ribeiro
Análise feita com cópia digital cedida pela PlayWay S.A







