Lançado em acesso antecipado em outubro de 2024, Dunjungle é um roguelite de ação em que controlamos um macaco guerreiro em uma jornada para proteger a selva de um poder maligno que corrompe as criaturas pacíficas da região. O jogo foi oficialmente lançado para PC e consoles em 9 de dezembro e agora vamos analisar se essa aventura vale sua atenção ou se é apenas mais uma derrapada que você pode evitar.
Macacos me mordam! Bora salvar a selva!
A premissa de Dunjungle é simples. No papel de um macaco guerreiro, precisamos explorar diferentes regiões da selva para livrá-la de um mal ancestral que despertou e passou a amaldiçoar os habitantes, tornando-os hostis. Com seu medalhão mágico, o protagonista deve enfrentar os desafios da selva enquanto se fortalece para encarar a origem de toda essa ameaça.
Como é comum no gênero, cada partida é única e oferece diversas possibilidades de evolução durante a tentativa. O macaco pode empunhar uma arma corpo a corpo e até três itens que funcionam como armas secundárias — magias, projéteis, familiares, feitiços ofensivos ou defensivos, entre outros.
O diferencial no combate está na maneira como as armas são utilizadas. Algumas são rápidas e ágeis, enquanto outras são mais pesadas e lentas. Cada uma possui um ataque especial ativado ao manter o botão pressionado por alguns segundos, oferecendo mais uma opção ofensiva. Todos os equipamentos podem ser aprimorados pelo macaco ferreiro encontrado ao longo do caminho, além da possibilidade de aplicar efeitos elementais que causam diferentes status nos inimigos, como queimadura, paralisia ou roubo de vida.
O arsenal é complementado pelo medalhão mágico, que acumula energia conforme derrotamos inimigos. Quando totalmente carregado, ele permite recuperar vida e, após melhorias obtidas durante a partida, pode conceder atributos extras, como área de roubo de vida, ataques elementais ou uma cura mais eficiente.
Durante a run, o macaco coleta pétalas usadas no hub inicial para comprar melhorias permanentes, como aumento de vida máxima ou maior variedade de itens disponíveis no início das partidas. Também é possível obter diamantes, que desbloqueiam novos equipamentos para aparecerem durante o jogo. Muitos deles exigem condições específicas para serem habilitados, como derrotar chefes ou concluir o jogo nas dificuldades normal e difícil.
Novas classes também podem ser desbloqueadas seguindo a mesma lógica dos equipamentos. São trajes de diferentes animais que concedem atributos exclusivos, como status modificados, armas específicas, habilidades alternativas para o medalhão e, claro, um visual inédito — cafona, mas importante para a aventura.
Ao fim de cada sala, o macaco escolhe entre dois caminhos. Os ícones acima das portas indicam o que o aguarda na próxima etapa: inimigos mais fortes com recompensas melhores, encontros com NPCs que oferecem melhorias ou, quando disponível, o confronto contra o chefe da região. Ao derrotá-lo, duas novas regiões são apresentadas para prosseguir a jornada.
Essa dinâmica se mantém até o embate final contra o vilão que provoca todo o caos. Ao concluir certas áreas, novas regiões são desbloqueadas, adicionando variedade a cada tentativa. Explorar todas elas é essencial para habilitar mais itens no hub inicial e compreender as particularidades de cada ambiente.
Macacadas à parte
Dunjungle aposta em uma direção artística em pixel art e em uma ambientação divertida para tornar a experiência cativante. No gameplay, o título entrega um trabalho competente, com jogabilidade ágil, precisa e viciante. Diferente de outros roguelites de ação, é fácil de aprender, o que torna a adaptação ao ritmo bem rápida e natural.
A inspiração em um título de maior sucesso é evidente: Dead Cells. Mesmo que muito da estrutura remeta ao jogo da Motion Twin, Dunjungle ainda consegue manter uma identidade própria graças à sua apresentação bem-humorada, detalhes únicos de sua jogabilidade e situações que arrancam alguns risos.
Apesar do ritmo confortável e da curva de aprendizado acessível, o jogo escorrega na variedade. Embora apresente biomas distintos e inimigos específicos em cada um deles, a estrutura das salas costuma cair na repetição. Mesmo sendo geradas proceduralmente, muitas composições acabam se repetindo, seja em áreas amplas ou em desafios de combate que rendem itens bônus em espaços mais confinados.
Jogadores que memorizam padrões rapidamente atravessarão as regiões com agilidade para acelerar o progresso — ou simplesmente para evitar passar novamente por salas quase idênticas, apenas com outra paleta de cores ou decoração.
Ainda assim, Dunjungle oferece uma experiência divertida e viciante. A vontade de iniciar uma nova tentativa após uma derrota costuma ser grande, incentivando longas sessões de jogo. Para quem busca uma aventura que combine humor e boa jogabilidade, além de muitos itens para desbloquear, ele se destaca como uma excelente opção entre os roguelites de ação atuais.
Eu vim ver o macaco…
Dunjungle apresenta uma aventura carismática, acessível e competente dentro do gênero roguelite de ação. Sua direção artística em pixel art, o humor leve e a jogabilidade ágil tornam cada tentativa divertida, mesmo quando a repetição das salas começa a aparecer.
Embora não reinvente o gênero e siga referências claras de outros títulos de sucesso, o jogo ainda assim constrói uma identidade própria e oferece uma experiência sólida para quem busca algo descomplicado, viciante e com progressão constante. No fim, Dunjungle é uma opção recomendada tanto para iniciantes quanto para veteranos que desejam uma jornada rápida, divertida e com personalidade.
Prós
- Direção artística em pixel art bem-executada;
- Jogabilidade ágil, responsiva e fácil de aprender;
- Humor leve e personagens carismáticos;
- Progressão viciante, incentivando várias tentativas;
- Sistema de equipamentos e classes variado;
- Boa acessibilidade para quem está entrando no gênero.
Contras
- A estrutura das salas tende à repetição;
- Variedade limitada de desafios no longo prazo;
- Forte inspiração em Dead Cells prejudica o senso de novidade;
- Algumas regiões carecem de diferenças mais significativas.
Dunjungle — PC/PS5/PS4/XSX/Switch — Nota: 8.0Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Alessandra Ribeiro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Astrolabe Games










