Análise: Milano's Odd Job Collection — mais um tesouro japonês que finalmente é (re)lançado para o mundo

Uma série de minigames mostra como uma jovem consegue pôr a mão na massa e trabalhar nos mais improváveis empregos só para juntar uma graninha.

em 23/12/2025
Para quem gosta de relançamentos de pérolas antigas que antes estavam restritas a alguma região, chegou mais um título dessa pegada para fechar o ano. Milano’s Odd Job Collection apareceu em 1997, sendo exclusivo para o PS1 no Japão, e agora chega ao PS4, PS5, Switch, Xbox e PC, com algumas melhorias que trazem aos holofotes as férias de uma garota de 11 anos.

A “faz-tudo”

Milano é uma menina que acabou de entrar de férias escolares, mas já se depara com um problema logo de cara: sua mãe precisa ir ao hospital à trabalho e ficará fora por 40 dias. A solução que surgiu foi mandar a jovem para a casa do tio, só que ela não esperava que ele também tiraria um tempinho para viajar.

Para provar que pode ser uma moça independente, apesar de só ter 11 anos, e que pode cuidar da casa do seu tio sozinha, ela resolve se aventurar pela cidade atrás de empregos diversos. A cada dia que se inicia, podemos levar Milano a um dos estabelecimentos da cidade para realizar uma série de tarefas, como ordenhar vacas voadoras na fazenda, atender clientes estranhos na lanchonete, lavar pilhas enormes de prato no restaurante e até preparar tortas na padaria, entre outras de um total de oito. 

Nem todos eles estão disponíveis ao mesmo tempo, por isso vai do jogador observar quais estão disponíveis de acordo com os dias da semana. A recompensa da jornada laboral bem-sucedida é um salário, que recebe acréscimos de acordo com a velocidade de conclusão de cada tarefa. Esse dinheiro pode ser usado para mobiliar a casa do titio e deixá-lo mais a cara de Milano.

Ao fim do dia, antes de dormir, ela pode realizar duas tarefas caseiras, como cozinhar, limpar, lavar a louça ou tomar um chá. Comprar certos itens, como rádios ou um piano, abre novas atividades. Todas elas aumentam um ou dois pontos de status de Milano, o que faz ela concluir as tarefas mais rapidamente e desbloqueia níveis de dificuldade maiores.

Milano’s Odd Job Collection tem um andamento bem simples e direto ao ponto, e ter oito tipos de “tarefas-gincanas” é uma maneira divertida de se abordar as férias de uma garota, algo bem típico de títulos nipônicos da época. Porém, ainda assim não consegue se livrar de algumas falhas que também vieram do mesmo período.

A jogabilidade de certas tarefas sofre com alguns atrasos na resposta dos comandos, como é o caso da ordenha de vacas voadoras, por exemplo. Nela, nós temos uma série de comando a ser feitos: andar, pular para alcançar a “mimosa voadora”, puxar ela para baixo com um botão e depois pressionar rapidamente outro repetidamente para retirar o leite e assim continuar a tarefa, e isso enquanto pulamos de alguns animais que passam correndo para atrapalhar.

Ainda sobre os trabalhos, poderia ter uma explicação um pouco menos rasa na tela que antecede o início deles, ou pelo menos uma rodada de teste na primeira vez que cada um. É mais fácil tentar acertar na tentativa e erro do que assimilar o que foi descrito na tela.

Uma leve dose de modernidade para deixar bacana

O pessoal mais velho lembra como era meio frustrante ir atrás de algum jogo que só tinha em versão japonesa e tentar descobrir o que fazer desde o menu principal. Pois bem, neste port temos textos oficiais em inglês, o que já é bem mais fácil de compreender, ou tentar descobrir o que fazer. Mas para quem preferir, também pode contar com o idioma original sem problemas.

O recurso de rebobinar também foi inserido, o que ajuda bastante a repetir tarefas que não fomos tão bem de maneira imediata. Outra ferramenta importante inserida foi a de save state que, mesmo com o recurso de salvamento automático ao final de cada dia, permite aos jogadores criar vários arquivos, para explorar todas as opções possíveis.

Os visuais e a trilha sonora podem não ser os mais inspirados da época, mas também não desapontam, trazendo ambientes coloridos, cartunescos e melodias que grudam na mente. Para quem quiser um visual mais retrô, pode utilizar alguns filtros, como scanlines e curvatura da borda da tela, típico dos televisores de tubo.

O menu, além disso, conta com uma galeria que, assim como traz imagens em alta resolução e artes especiais de Milano, apresenta duas histórias em quadrinhos da jovem, tanto em inglês quanto em japonês. Uma adição curiosa, porém que ajuda a ilustrar a vibe divertida da protagonista.

Uma garota com uma grande responsabilidade: reapresentar sua aventura para o mundo

Milano’s Odd Job Collection é o título ideal para quem quer algo retrô, curioso e mais tranquilo. A ideia de ter vários minigames compondo a missão principal pode não ser tão inovadora atualmente, mas não deixa de ser uma maneira interessante de contar uma história divertida. Alguns defeitos acabam se tornando mais notórios por causa da idade original do jogo, no entanto, não é um empecilho para conhecer mais um tesouro vindo de terras nipônicas.

Prós

  • Ter diferentes tipos de minigames é uma boa pedida para deixar o jogo leve e divertido;
  • Menus localizados para o inglês são melhores de entender do que os originais em japonês;
  • Inclusão de recursos modernos como rebobinar, save state e filtros de tela.

Contras

  • Algumas tarefas sofrem com atrasos nos comandos;
  • A jogabilidade dos minigames poderia ser melhor explicada.
Milano’s Odd Job Collection — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS5
Revisão: Thomaz Farias
Análise feita com cópia digital cedida pela XSEED Games
OpenCritic
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Carlos França Jr.
é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no @carlos_duskman
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