Análise: Biped 2 é uma experiência com camadas de diversão, frustração e engenhosidade

Controle simpáticos robozinhos em uma aventura para até quatro jogadores, onde a diversão e a bagunça estão sempre garantidas.

em 03/11/2025
Biped 2 é a sequência de um carismático título lançado em 2020 para PC e consoles. A missão do jogador é ajudar pequenas criaturas robóticas, conhecidas como Bipeds, a restaurar a ordem natural de um planeta que precisa de ajuda. Confira mais sobre esta encantadora aventura na análise a seguir.

Os Bipeds vem para ajudar

Os Bipeds são carismáticos robozinhos que patrulham a galáxia, ajudando quem precisa. Após concluírem com sucesso sua missão no jogo anterior, eles recebem um novo pedido de socorro, vindo de outro planeta. Aku e Sila partem para atender ao chamado e acabam envolvidos em mais um problema galáctico.

Nesta nova aventura, os robozinhos precisam reativar os faróis do planeta, danificados após um colapso no núcleo. A anomalia afetou os poderes elementais do local, e agora cabe aos nossos pequenos heróis restaurar o equilíbrio cósmico para salvar a galáxia — ou, pelo menos, uma parte dela.

Em Biped 2, assumimos o controle dos simpáticos robôs para resolver puzzles ambientais em dezessete níveis distribuídos por diferentes biomas. Cada fase adiciona novos tipos de interações que exigem habilidade, raciocínio e, em muitos momentos, paciência.

A principal dinâmica do jogo está na movimentação dos Bipeds, controlada pelos gatilhos (L2/R2, LT/RT) nos consoles ou pelos botões do mouse no PC. Cada botão comanda uma perna do personagem, enquanto a alavanca analógica — ou o movimento do mouse — define a direção do passo.

Em determinados terrenos, ao segurar ambos os botões, o Biped desliza como se estivesse patinando, facilitando a locomoção. No entanto, áreas irregulares, com pouco atrito ou desníveis, exigem que o jogador aprenda a caminhar “do jeito certo”.

Usando suas perninhas, os Bipeds interagem com o cenário — pressionam botões, acionam alavancas e manipulam objetos diversos. Cada novo trecho apresenta desafios inéditos que instigam o jogador a descobrir como superá-los, seja transportando itens, desviando de obstáculos, ativando mecanismos em sequência ou evitando ataques inimigos.

A rotina começa de forma leve e divertida, mas rapidamente ganha complexidade com a variedade de ações necessárias para prosseguir pelos níveis. Cada fase apresenta objetivos específicos, como coletar moedas e estrelas, evitar mortes e concluir o percurso no menor tempo possível. Esses desafios estimulam o fator replay e ampliam a longevidade do jogo.

As moedas e estrelas coletadas ainda possuem uma função adicional, podendo ser usadas como dinheiro na compra de novos itens para dar um up no visual dos Bipeds. São chapéus, óculos, mochilas e efeitos para a movimentação deles quando estão deslizando.

Com um é bom; com mais, o negócio já muda

Assim como no jogo anterior, Biped 2 mantém como núcleo de sua jogabilidade a dinâmica cooperativa entre múltiplos jogadores. O título oferece suporte para até quatro pessoas jogarem juntas, tanto localmente quanto online — com crossplay total entre todas as plataformas disponíveis.

A META Publishing gentilmente cedeu uma cópia extra do jogo para que pudéssemos testar a funcionalidade online. Nessa experiência, contei com o apoio do meu colega de redação, Victor Vitório, que, além disso, teve a oportunidade de jogar Biped 2 com quatro participantes simultaneamente.

Criar uma sessão multiplayer online é simples: basta acessar a opção no menu inicial, criar uma sala e aguardar que os companheiros entrem para iniciar a jogatina. É possível jogar em duplas ou em grupos de quatro pessoas. Infelizmente, o jogo não dispõe de um meio de comunicação próprio, exigindo que os jogadores o façam de forma alternativa, usando o chat do console ou algum aplicativo no PC ou celular.

No modo solo, toda a responsabilidade recai sobre o jogador. Já no modo cooperativo, a dinâmica muda bastante. Além de controlar a movimentação do robozinho, o trabalho em equipe se torna essencial para avançar na aventura. A coordenação e a comunicação entre os integrantes são fundamentais, pois não há espaço para ações isoladas — o sucesso depende de todos atuarem em conjunto.

Os jogadores não podem se afastar demais uns dos outros; caso contrário, ocorre um teleporte forçado de quem estiver mais à frente. Essa mecânica pode gerar retrabalho, por exemplo, quando um Biped que superou um obstáculo é reposicionado antes dele e precisa refazer o percurso.

Os níveis são os mesmos do modo solo, mas com modificações que criam a exigência da colaboração entre os robôs. Com dois jogadores, os desafios são mais administráveis; com quatro, a complexidade aumenta consideravelmente. Nesse modo, o grupo é dividido em duas duplas, cada uma responsável por resolver seus próprios obstáculos — identificados pelas cores dos objetos no cenário.

O principal ponto negativo de Biped 2 está na falta de integração entre os diferentes modos de jogo. O progresso obtido no modo solo, em dupla ou em grupo de quatro pessoas, não é compartilhado. Assim, se eu avançar sozinho até o nível 5 e depois quiser jogar com Victor, teremos de começar novamente a partir do nível 1, por exemplo. O mesmo ocorre nas partidas com quatro jogadores.

Resolver essa limitação tornaria o modo online mais interessante, principalmente para quem deseja receber ajuda em fases avançadas, onde os puzzles e interações se tornam mais complexos.

No geral, minha experiência com Biped 2 se resume a três pontos: diversão, graças à jogabilidade criativa e engenhosa baseada no movimento; frustração, pela impossibilidade de compartilhar o progresso entre os modos; e admiração pela inventividade dos puzzles ambientais, que testam a habilidade e o raciocínio do jogador a cada nova fase.

Uma aventura que cativa, um passinho de cada vez

Biped 2 é uma sequência sólida e charmosa, que mantém o carisma do primeiro jogo e aprimora sua proposta cooperativa com novos desafios e interações. A jogabilidade continua sendo o grande destaque, combinando simplicidade de comandos com uma curva de aprendizado divertida e recompensadora.

A experiência se torna ainda mais envolvente quando jogada em grupo, já que a necessidade de coordenação e comunicação entre os participantes cria momentos hilários e desafiadores. No entanto, a ausência de compartilhamento de progresso entre os modos de jogo acabam minando o potencial de fluidez da experiência geral.

Mesmo assim, o título reforça a identidade única da franquia, com uma proposta acessível, visual cativante e mecânicas que convidam à cooperação e à criatividade. Biped 2 é uma aventura que se destaca pela simplicidade de sua apresentação e pelo engenho de sua execução.

Prós

  • Jogabilidade com dinâmicas distintas para jogatina solo ou em grupo;
  • Níveis variados, com puzzles criativos;
  • Mecânicas simples, porém desafiadoras;
  • Crossplay total entre plataformas.

Contras

  • Progresso não compartilhado entre os diferentes modos de jogo;
  • Ausência de uma função de chat do próprio jogo;
  • Exige um alto grau de organização, em termos de gameplay, para que a jogatina online seja eficiente.
Biped 2 — PC/PS5//PS4/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Mariana Marçal
Análise produzida com cópia digital cedida pela META Publishing
OpenCritic
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Alexandre Galvão
Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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