Análise: LEGO Party! é uma verdadeira festa com seus minigames divertidos e uma apresentação bonita e repleta de bom humor

Uma coletânea interessante de joguinhos apresentados com muito carisma num estilo único como um programa de audiência.

em 10/10/2025
Provavelmente uma das marcas mais famosas de brinquedos do mundo, os seus blocos de montar também invadiram os filmes, livros e até os videogames. O mais novo lançamento nesse segmento é LEGO Party!, uma divertida coletânea de minigames no formato de um programa de TV. Ficou curioso para entender como essa proposta funciona? Abra o manual de instruções e manuseie as peças com cuidado, pois vamos começar a montar esta análise peça por peça!

Eu te conheço de algum lugar...

Existe uma boa chance de o leitor provavelmente estar se perguntando: este jogo é uma espécie de versão LEGO do clássico Mario Party? A resposta, de forma simplificada, é “sim”. Afinal, temos aqui uma coleção de minigames, com foco nas partidas multijogador e que podem ser jogados diretamente ou por meio de grandes tabuleiros temáticos.
Prepare-se para grandes aventuras!
A grande (e óbvia) diferença aqui é a marca dos blocos de montar, que substitui o também famoso Reino do Cogumelo. Outro ponto importante é que não temos a presença de outras franquias que comumente fazem parceria com a LEGO, tais como Batman ou Star Wars. Ou seja, LEGO Party! usa somente elementos da sua própria marca, sem quaisquer outras referências.
Originais e divertidos, os minigames são realmente o destaque do game
Isso não afeta em nada a qualidade da produção, pois quem conhece o nome mais popular dos blocos de montar sabe que ela nunca falta nos produtos. Aliás, qualidade e variedade, pois temos piratas, astronautas, zumbis, ninjas, fantasias de bichos, uniformes de policiais, juízes, jogadores de futebol, entre muitas outras opções para montar nossos personagens. Os modos de jogo, como os tabuleiros, são igualmente criativos, como vamos ver em breve.

Ô loco, bicho!

Lembra que eu falei sobre o programa de televisão? Desde a primeira tela de carregamento, LEGO Party! faz uso de uma ambientação única e curiosa: o game é como uma espécie de programa de auditório, cuja atração principal são as competições (minigames) e seus participantes (jogadores). Confesso que adorei a proposta, bastante divertida e com muita interação por parte do casal de apresentadores.
Quem gostou, faz barulho!
Repletos de bom humor, Ted Talker e Paige Turner zoam os perdedores, elogiam os vencedores, questionam as próprias regras do jogo, entre outras participações. Como os minigames são variados, temos interações legais a todo momento. Mesmo jogando várias partidas, é difícil ver frases repetidas, o que é um baita elogio considerando a natureza relativamente repetitiva do game.
Espero que você entenda inglês, pois o humor do game é de qualidade
Aqui é preciso fazer uma crítica a LEGO Party! quanto a sua falta de localização para o português. Eu normalmente evito críticas nesse sentido, mas o bom humor deste game depende bastante do entendimento das piadas e comentários. Mais: embora seja possível aprender como jogar cada minigame na “prática”, as explicações (tanto em texto quanto em áudio) ficam bem prejudicadas.


Felizmente, temos um breve vídeo que ilustra a tarefa, então não chega a ser um grande problema até aprendermos tudo. A questão é realmente não poder aproveitar tudo que LEGO Party! tem a oferecer em termos do seu bom humor. Se a dublagem fosse algo mais complexo de fazer de forma adequada, ao menos textos em português poderiam ter sido adicionados.

Diversão para todos

O game tem um total de 60 minigames diferentes, incluindo vários tipos de categorias como rítmicos, de corrida, cooperativos (2x2) e de precisão. Nenhum deles envolve apertar um botão da forma mais alucinante possível ou qualquer comando que exija “quebrar” o controle. Vários minigames parecem ter saído diretamente da marca LEGO, com disputas para achar peças em pilhas (Finders Keepers), analisar montagens (Bricknado), entre outras.
Minigames em dupla são bem divertidos e exigem cooperação
Alguns dos meus favoritos são Animal Census (contar animais), Feeling Pucky (hóquei de mesa), Ten-Pin Rolling (boliche maluco) e Ninjago Training (precisão com espadas). Mesmo que a qualidade, quantidade e variedade da coletânea seja positiva, preciso deixar algumas ressalvas. Alguns deles exigem precisão e agilidade bem acima dos demais, resultando em pontuações muito pequenas.
Ficar no lugar mais alto do pódio é sempre uma satisfação
O computador, mesmo no nível mais baixo, se dá bem nesses casos, criando situações difíceis de contornar. Posso trazer alguns exemplos para o leitor entender melhor: o minigame Snailed It coloca os participantes para imitar trajetórias mostradas na tela. A questão é que as linhas traçadas devem ser perfeitamente seguidas, senão a pontuação vai lá em baixo.


Mudar a dificuldade da CPU apenas muda o quanto eles se darão bem, pois é bem difícil ser tão preciso para alcançar um resultado razoável. Faltou mais cuidado na criação desses minigames, tal como o Very Tall Race (uma corrida de uniciclos bastante difíceis de se equilibrar). Aliás, eu particularmente gostaria de uma quantidade um pouco maior de opções. Eu sei que pode ser um pouco injusto comparar LEGO Party! com Mario Party, mas como fiquei com a sensação de “escassez”, fiz uma pesquisa rápida na internet.

Algumas opções não são tão boas quanto outras, mas nenhuma é exatamente ruim
Com ela, descobri que a Nintendo normalmente coloca mais de 77 minigames por título. Mais uma vez, na prática não é um grande problema, pois os 60 joguinhos são legais no geral. Talvez um pouco mais de opções também diluísse a questão da “dificuldade”.

Roda a roda

Falemos agora dos ótimos tabuleiros, que estão disponíveis no modo Challenge Zone. São quatro zonas disponíveis, cada uma com sua própria temática: piratas, espaço sideral, parque de diversões e ninja. As partidas são disputadas por rodadas, nas quais os personagens devem percorrer casas como num jogo de tabuleiro. Ganha quem coletar mais blocos dourados ao final e, antes de cada turno, os jogadores votam em um de três minigames ou um aleatório.
Cada nova disputa é uma atração única
A ordem de classificação desse joguinho determina quem começa e qual a quantidade inicial de studs (pecinhas de Lego que funcionam como dinheiro). Aí é sortear um número e avançar as casas correspondentes. Cada espaço do tabuleiro reserva alguma coisa, como ganhar ou perder studs, loja para comprar power-ups (até três podem ser carregados por vez), ladrões que podem ser pagos para roubar recursos, armadilhas, etc.
O sistema de tabuleiro não é original, mas tem seu charme e funciona muito bem
A maneira mais direta de obter um bloco dourado é comprá-lo com studs diretamente do Mr. Gold, personagem que está sempre presente em alguma casa do tabuleiro. Outras formas de obter incluem roubar dos coleguinhas, ganhar como recompensa em algum minigame específico ou realizar uma determinada tarefa na zona. Inclusive, esse ponto é um dos destaques de LEGO Party!
Vence quem conquistar mais estrelas... digo, blocos dourados!
Cada tabuleiro traz suas próprias características, tanto visuais quanto funcionais. É possível transformar as zonas construindo novas estruturas, no melhor estilo LEGO. Elas, por sua vez, trazem novos desafios e mecânicas, incrementando ainda mais as partidas. Conforme chegamos às rodadas finais, recompensas e prejuízos escalam de valor, adicionando mais emoção a reta final das disputas.

Ótimo e pode melhorar

Seja jogando os minigames diretamente — separadamente ou em competição —, seja nos tabuleiros, cada partida rende pontos de experiência. Subir de nível libera mais personagens para a coleção, sendo que as suas partes podem ser usadas separadamente para criar novos bonecos. As zonas também oferecem cenouras, que podem ser usadas para comprar novos personagens.

São muitas customizações para liberar ao longo das partidas
Se por um lado LEGO Party! tem crossplay completo entre todas as suas plataformas, por outro ele não tem matchmaking. Ou seja, jogar online é somente com “convite”. Faz sentido, visto que é bem melhor criar partidas com os amigos (até quatro, com CPUs fechando o quarteto se necessário), sobretudo porque um estranho pode facilmente comprometer a diversão. Ressalto que a experiência local é a mais divertida, pois os minigames foram bem pensados para funcionar assim.
Um guarda-roupa lotado de opções legais
Antes de terminar a análise, vale frisar que o game tem muito potencial futuro. Não somente ele pode receber atualizações para incrementar o número de minigames, algo que poderia ser feito de forma natural, mas também receber conteúdos temáticos. Um tabuleiro da Terra Média ou de Hogwarts seriam ótimas pedidas, contando com joguinhos e personagens exclusivos.

Como barras de ouro (que valem mais do que dinheiro)

Indo além de um mero “clone”, LEGO Party! é uma ótima coletânea de minigames. Ela faz muito bom uso da marca de blocos de montar, oferecendo personagens e cenários repletos de carisma e variação. O mesmo vale para a ambientação, que usa um programa de auditório para trazer muito bom humor à jogatina. Com joguinhos bem divertidos, sobretudo para curtir com os amigos, além de grande potencial futuro, esta é uma ótima escolha para a sua biblioteca.

Venha você também para esta grande e divertida festa!

Prós

  • Jogo traz uma proposta original e divertida para apresentar sua ótima coleção de minigames;
  • Apresentação geral é muito agradável e alegre, fazendo bom uso de um programa de auditório com produção audiovisual competente;
  • Jogabilidade é acessível e rende partidas bastante envolventes;
  • Boa variedade e quantidade geral de minigames, indo desde cooperativos até joguinhos que usam a temática LEGO;
  • Opções de jogo são bastante completas, com tabuleiros, crossplay e partidas personalizadas;
  • Potencial futuro para muitos conteúdos legais, incluindo a adição de outras marcas famosas.

Contras 

  • A seleção de minigames poderia ser um pouco maior e ter um nível de dificuldade mais uniforme;
  • A falta de localização em português — mesmo que só dos textos — prejudica a ambientação e o aprendizado de como o game funciona.
LEGO Party! — PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PS5 
Revisão: Vitor Tibério
Análise redigida com cópia digital cedida pela Fictions

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Matheus Senna de Oliveira
é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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