Para quem gosta de ação sem enrolação, Extinction Rifts traz exatamente o que promete, sem se preocupar com uma narrativa sólida ou mecânicas elaboradas. A ideia é se manter na maior sequência de abates no melhor tempo possível.
Corra e atire sem pensar
Em um futuro distópico, monólitos surgiram em diversos pontos do mundo, emanando um poder sem igual. Um grupo terrorista roubou cinco deles para utilizar suas propriedades e praticar crimes, o que levantou um alerta sobre as principais nações do mundo. Nós controlamos G-04, que além de ser um agressivo especialista em armas também conta com um equipamento singular: a Adreno-Manopla, uma ferramenta capaz de converter a adrenalina do protagonista em força para destruir os monólitos com um soco.
O enredo, que é contado em algumas cenas iniciais, não é muito profundo, mas já serve para justificar a correria que dita o ritmo. Cada tiro que damos conta para aumentar nossa sequência de poder na Adreno-Manopla. A ideia é chegar ao final da fase com poder o bastante para explodir o monólito com um soco.
A ideia em si é bacana, e condiciona quem está no controle a ser veloz no gatilho para maximizar a sequência até onde der. Entretanto, tanto o level design quanto o espaçamento entre os grupos de inimigos podem acabar atrapalhando o ritmo de quem planeja conseguir o maior combo possível.
Algumas fases são um tanto quanto labirínticas, com corredores sem saídas e múltiplas rotas. Logo, seria bom ter um mapa para nos guiar e evitar perder o nosso ímpeto ofensivo por termos ficado perdidos em algum trecho confuso. Outra solução possível seria mudar a perda do combo apenas em caso de levarmos dano, ao invés de depender de uma barra que se esvazia rapidamente até encontrarmos os próximos inimigos.
Ainda assim, a precisão da mira e movimentação de G-04 merecem os devidos elogios. Até mesmo eu, que não sou um exímio atirador virtual, consegui me divertir abatendo hordas de mercenários e robôs com tiros ligeiros do arsenal que tinha disponível.
Contamos com uma arma primária e uma secundária, que podem ser alternadas livremente, não sendo preciso ficar caçando munição pelo cenário, pois elas precisam apenas de um tempo de resfriamento para voltarem a ser usadas. O desempenho ao concluir cada uma das seis missões é avaliado com uma nota, baseada no maior combo que fizemos, no tempo gasto para chegar até o final, quantos segredos achamos e se o monolito foi quebrado ou não.
Conseguir boas notas libera novas armas, mas essa não é uma tarefa simples, pelos motivos que listei acima. Será necessário jogar cada fase mais de uma vez não só para melhorar sua marca pessoal, mas também para decorar caminhos e ajustar seu ritmo para não deixar seu combo zerar.
Além disso, os segredos escondidos pelos cantos acabam indo um pouco contra a premissa que é concluir o caminho da maneira mais rápida possível. Eles geralmente estão fora da rota que precisamos seguir, nos levando a explorar cada canto possível, então se a pessoa ainda está aprendendo a lidar com o espaço irá gastar alguns minutos preciosos nessa tarefa.
Direto ao ponto
A apresentação de Extinction Rifts é bem simples, carecendo de um apelo visual maior. O estilo boomer shooter, que parece estar cada vez mais em alta entre os FPS independentes, condiz bastante com o que a narrativa e o estilo de jogo evocam, mas carece de polimento. Nem mesmo a opção de deixar tudo pixelizado consegue evocar um ar mais retrô.
Como existem cenas de introdução, não seria de todo ruim se também fossem inseridas algumas entre fases, mesmo que sob condições específicas, como conseguir quebrar o monólito que está no fim. Em contrapartida, a trilha sonora faz um bom trabalho em seguir a agitação proposta pelo ritmo de jogo. Ela tem uma pegada eletrônica que combina com o peso dos tiros e a correria na tela.
Correu demais, mas não chegou onde poderia
Extinction Rifts tem uma boa ideia na teoria, mas na prática acaba pecando pela falta. A ação acelerada é boa e a jogabilidade é na medida certa, mas não combina com corredores sem saída e isso acaba obrigando o jogador a ficar repetindo as mesmas fases para decorar o caminho. Também seria banca se o sistema de combo fosse mais fácil de manter ao longo da fase, para que a correria não se transforme em desespero.
Prós
- O sistema de mira e tiro não deixam na mão até os jogadores mais inexperientes;
- A trilha sonora combina bem com o ritmo de jogo.
Contras
- É muito fácil não conseguir o combo por se perder pelo caminho ou pela distância entre os grupos de inimigos na fase;
- A apresentação do jogo é simples e os gráficos carecem de polimento;
- Demora bastante até o jogo liberar armas novas pois elas são obtidas apenas com notas altas nas fases, o que leva a uma repetição constante.
Extinction Rifts — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 6.0Versão utilizada para análise: PS5
Revisor: Juliana Piombo dos Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela QUByte Interactive











