Dispatch é um jogo narrativo episódico, em que as decisões do jogador moldam o destino dos personagens da história. Acompanhamos Robert Robinson, o "Mecha-Man", que não está vivendo o melhor momento de sua vida, após um acidente envolvendo supervilões. Sua única opção, agora, é trabalhar na empresa de um colega de seu pai, liderando uma equipe disfuncional de ex-supervilões, a fim de alcançar seus objetivos pessoais.
O jogo foi desenvolvido pela AdHoc Studio, formada por ex-funcionários da Telltale Games e da Ubisoft, em parceria com a famosa mesa de RPG Critical Role (a animação Vox Machinas é uma adaptação da mesa desse grupo de amigos). Como velhos costumes não mudam, seu primeiro título é dividido em oito episódios, que serão lançados semanalmente, assim como as análises.
As responsabilidades de um coordernador
No episódio 3, chamado "Rotatividade", as coisas começam a ficar sérias para Robert, quando sua equipe não consegue ter o mínimo de trabalho em conjunto e a Loira Luminar coloca sobre seus ombros uma difícil decisão a ser tomada.No geral, a qualidade apresentada nos capítulos anteriores se manteve e foi aprimorada, dando mais desenvolvimento para personagens como Invisiva e aprofundando a jogabilidade de hacker e a coordenação da equipe. Porém, achei o capítulo muito curto e sinto que está havendo um problema em relação ao tempo de tela de outros membros da equipe.
Invisiva continua sendo uma excelente personagem que só melhora a cada episódio. Por isso, sinto falta que outros membros da equipe, como Malévola e Golpe Baixo, recebessem mais tempo de tela e mais desenvolvimento, pois eles acabam ficando de lado, o que eu acho um desperdício, ainda mais pensando que não faltam tantos episódios assim para a história acabar. Mas quem sabe nos próximos episódios isso mude.
Em relação ao hacker, agora, para dificultar os trajetos pontilhados, temos a presença de antivírus que vão perseguir e destruir o jogador, obrigando-o a ficar esperto e tentar contorná-los ou fugir. Durante o “despachamento” de heróis, agora temos uma novidade: enviar personagens juntos, como Golpe Baixo e Coupé, gera sinergia, e quanto maior for ela, melhor o desempenho da dupla. E agora é possível treinar heróis, liberando novas habilidades para eles.
As mudanças na jogabilidade são boas; tudo continua intuitivo e divertido. Porém, o gerenciamento está começando a ficar um pouco mais difícil agora, fazendo o jogador ter que prestar mais atenção a quem está enviando para cada situação, mas nunca fica difícil, apenas requer mais atenção.
Os episódios, finalmente, estão recebendo escolhas que possuem impactos mais imediatos, permitindo que quem goste consiga rejogar o mesmo episódio mais de uma vez para ver desfechos diferentes ou tentar ter um rendimento melhor na coordenação.
As escolhas têm consequências
No episódio 4, chamado "Reestruturação", Robert tem que lidar com as consequências da sua escolha feita no último capítulo e como ela tem afetado as pessoas ao seu redor, mesmo sem ter muito tempo para processar o que aconteceu no episódio 3, ele já se depara com mais duas escolhas importantes que vai mudar como certos personagens enxergam o protagonista.No geral, este episódio foi parado, comparado ao último. Mesmo tendo duas escolhas importantes que afetarão a relação do protagonista com outros personagens, ele teve pouca ação e mesmo os diálogos presentes não foram tão impactantes assim, embora existam momentos muito engraçados nesse capítulo, além de não haver novidades na jogabilidade.
Mais uma vez, Invisiva e Loira Luminar recebem mais destaque, e ambas as personagens continuam ótimas. Contudo, entre essas duas, Invisiva ainda consegue ter mais destaque e um desenvolvimento que me agrada mais. O capítulo termina com uma das escolhas importantes do episódio, e eu recomendo rejogar este episódio para conseguir ver ambas as escolhas disponíveis; vale muito a pena.
Mantendo a qualidade, mas com espaço para melhorar
Dispatch continua mantendo sua excelente qualidade, com uma história interessante e o aprofundamento da jogabilidade, que a torna ainda mais divertida sem perder o seu gameplay intuitivo. Personagens como Invisível e Loira Luminar continuam ótimas, embora alguns personagens, como os demais membros do grupo de super-heróis, estejam escanteados e merecessem mais desenvolvimento.
Prós
- Bom desenvolvimento de personagens;
- Maior variedade de escolhas importantes comparada ao último episódio, permitindo maior rejogabilidade;
- Aprofundamento das mecânicas de hacker e do gerenciamento de super-heróis.
Contras
- Alguns personagens mereciam mais tempo de tela.
Dispatch (episódios 3 e 4) — PS5/XSX/PC — Nota: 8.0Versão usada para análise: PlayStation 5
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida pela AdHoc Studio









