Análise: Dragon Ball: Gekishin Squadra é um MOBA com potencial de diversão casual

Novo jogo da Bandai Namco traz batalhas online 4 x 4 com os personagens do shounen.

em 09/09/2025
Desenvolvido pela GANBARION para PC (Steam), PS4, PS5, Switch e celulares, Dragon Ball: Gekishin Squadra é um MOBA baseado na clássica franquia de Akira Toriyama, cobrindo um elenco de vários pontos da trama. Tivemos a oportunidade de conferir um pouco do jogo antecipadamente e trazemos mais detalhes aqui.

Estilos de combate

A ideia de Dragon Ball: Gekishin Squadra gira em torno de disputas entre duas equipes de quatro jogadores. Antes de começar o pareamento com outros jogadores, escolhemos entre três possíveis alinhamentos: Dano, Tanque e Técnico. Caso o jogador não tenha preferência, pode também optar pela opção Flexível.

Cada alinhamento possui personagens específicos associados e a lógica é exatamente o que se espera do gênero. Personagens “Dano” são mais focados em poder de fogo, os “Tanque” são mais resistentes e podem contar com habilidades especiais que ajudam a mantê-los vivos e os “Técnicos” oferecem suporte com buffs e debuffs.

Cada uma dessas categorias possui boas variações entre personagens. Por exemplo, Son Goku (Mini) e Piccolo possuem grande alcance, facilitando acertar inimigos a uma distância segura. Enquanto isso, outros personagens focados em dano precisam se aproximar mais, mas podem ter outras vantagens, como Dabura, que é capaz de petrificar inimigos como consequência de se aproximar e atingir vários golpes.

Personagens de suporte como Majin Boo (Bom), Son Gohan (Criança) e Androide 17 só podem ser usados de forma eficiente com outro aliado nas proximidades. Eles contam com ativação automática de efeitos específicos, como cura ou aumento de parâmetros, quando estão perto de um membro da equipe.

Junto com os personagens, escolhemos um ajudante que pode ser invocado para fornecer apoio em alguns momentos. Cada grupo possui opções de apoio totalmente diferentes dos outros, geralmente voltadas a efeitos complementares, como aumentar o ataque de quem é focado em dano ou a defesa de quem é tanque.

Hora da batalha

Em termos de gameplay, as disputas entre as duas equipes funcionam como uma espécie de cabo de guerra em duas frentes. O mapa conta com duas linhas, uma superior e outra inferior, e o próprio jogo indica que a melhor forma de avançar é dividir a equipe em duplas para ser mais fácil avançar.

Todos os personagens começam mais fracos e ganham nível matando inimigos, sendo possível encontrar alguns pelo cenário. Com a progressão, vão desbloqueando novas habilidades, o que, por padrão, é feito automaticamente, mas pode ser manual se o jogador preferir. Na prática, poder fazer esse desbloqueio manual não tem grandes vantagens e implica em desviar a atenção da ação.

Além de entender bem as habilidades de cada personagem, é bom ter em mente que há aqueles que possuem mais de uma forma, como os Super Saiyajin. Em comparação com personagens sem transformações, eles podem começar ainda mais fracos e, após alcançar um nível específico, se tornam máquinas de guerra com grande quantidade de pontos de vida e afins.

Mais ou menos no meio do caminho entre as áreas de spawn de ambas as equipes, é provável encontrar os inimigos, tendo em vista que ambas as equipes precisam se preparar antes de entrar em combate. Há algumas interconexões alternativas entre as duas linhas e alguns pontos como nuvens e matagais para se esconder, ficando invisível temporariamente, o que é útil para emboscadas e fugas. Vale destacar que a visão do jogador é limitada e se expande com o ganho de níveis.

Para poder avançar em direção ao campo do adversário, é necessário eliminar os deuses da destruição que apoiam essa equipe. Cada linha conta com dois deuses aliados e inimigos e esses pontos do mapa são de crucial importância, já que podem ser usados para restaurar vida, além de marcar até onde o oponente pode ir.

Um ponto importante para se ter em mente é que não dá para simplesmente atacar os deuses a qualquer momento. Eles só estão vulneráveis quando o Sr. Zen-Oh aparece e o personagem intercala entre os deuses de ambas as equipes, fazendo com que haja momentos de ataque e defesa para se levar em consideração.

Para atacar os deuses, é necessário carregar um ataque especial que o jogo chama de “Explosão Gekishin”. Estar dentro da área do deus adversário implica em não conseguir usar esses golpes para se defender dos oponentes e ficar vulnerável durante a carga de energia, o que é ainda mais significativo para o especial Explosão Gekishin MAX que causa dano massivo, mas demora muito mais.

Existe também uma outra forma de avançar, que é eliminar todos os quatro membros da equipe rival de uma vez, mas a tendência é que isso seja raro nas partidas. Caso aconteça, porém, eles ficarão vulneráveis a uma grande investida. Uma vez que o grupo alcance a base onde fica a esfera do dragão, é bem difícil se defender, bastando alguns ataques para quebrar a barreira e pegá-la, o que configura vitória. Vale ainda destacar que há belas animações para mostrar os personagens eliminando seus adversários.

Regras adicionais e um potencial a ser explorado

Embora o que comentei seja a base da experiência, há alguns elementos secundários para se ter em mente também. Por exemplo, de tempos em tempos, alguns personagens poderosos podem aparecer em pontos-chave do mapa. Esses indivíduos especiais servem tanto como fonte de experiência para ganhar níveis quanto para causar dano nos deuses do oponente, agilizando o progresso.

Vale destacar que há um modo rápido que não conta para o ranqueamento e é um gostinho de uma possibilidade de explorar mais formatos no futuro. Fora isso, mesmo no modo padrão, todas as batalhas contam com uma espécie de sorteio de dois elementos que farão parte da fase.

Por exemplo, paredes destruídas podem se tornar fontes de bolinhos de carne para recuperar vida. Outros detalhes possíveis incluem o fato de que a área ao redor dos deuses pode servir para se esconder da visão dos inimigos ou gerar poeira estelar para fortalecer os personagens quando Zen-Oh ataca. Esses pequenos detalhes podem ajudar a diversificar um pouco a competição, embora não sejam o suficiente a longo prazo e a experiência tende a ficar repetitiva rapidamente.

Uma experiência com potencial de diversão

Com o tempo que tive com o jogo, o saldo foi positivo e consigo ver como Dragon Ball: Gekishin Squadra promete ser uma experiência divertida para jogar de forma casual. Como um total novato que nunca tinha sequer tido contato com um MOBA antes, eu gostei bastante do meu tempo com o jogo, da variedade de personagens da série e da forma como as habilidades e o trabalho em equipe são úteis para lidar com as situações no calor do momento.

Porém, tenha em mente que a experiência que me foi fornecida já contava com vários personagens desbloqueados por padrão. Para um produto free-to-play pensado em microtransações, acredito que a forma como essa natureza molda a experiência é fundamental para uma avaliação mais definitiva. Afinal, a progressão de desbloqueio pode ser apresentada de forma justa ou não e isso pode tornar o processo uma frustrante busca pela diversão potencial inalcançável para muitos jogadores.

De qualquer forma, há uma boa variedade de personagens com poderes bem interessantes dentro da tríade de classes. Além disso, evoluir os personagens, fazer com que eles fiquem mais poderosos e abusar das técnicas deles para eliminar inimigos e garantir a progressão formam uma experiência bem dinâmica. O resultado é que Dragon Ball: Gekishin Squadra pode ser viciante, fazendo com que as partidas aparentemente rápidas logo se tornem várias horas gastas para conseguir mais algumas vitórias, mas, como um jogo focado em serviço, boa parte da experiência vai depender do bom gerenciamento no longo prazo.

Prós

  • Boa variedade de personagens com poderes diferentes para dominar;
  • Sistema de evolução simples e eficiente dentro das partidas que permite desbloquear habilidades sem que o jogador tenha que pensar muito a respeito disso;
  • Animações de alta qualidade para os KOs dos adversários;
  • O draw divino adiciona alguns fatores que podem dar uma leve variada nas fases.

Contras

  • No momento, a estrutura é bem repetitiva e dependerá da evolução do serviço com o tempo para se manter interessante;
  • Ter que desbloquear os personagens pode tornar o processo de explorar as opções muito mais cansativo para os jogadores casuais.

Dragon Ball: Gekishin Squadra — PC/Android/iOS/PS5/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PC

Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Bandai Namco

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Ivanir Ignacchitti
é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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