Em 2002 uma das maiores franquias da cultura geek/pop fazia sua estreia na sexta geração de consoles: Dragon Ball Z. Desenvolvido pela Dimps, o jogo foi publicado pela Bandai no Japão e Infogrames no Ocidente. Focado no poder dos novos consoles, Dragon Ball Z: Budokai iniciava uma nova era para Goku e sua turma.
O jogo criava em cima do que Dragon Ball GT: Final Bout já havia trazido na geração anterior. Uma batalha em arena 3D, podendo mudar as direções, mas com foco maior nos conflitos em 2D. Outra semelhança era o clash de poderes, quando comandos como Kamehameha se encontravam no meio da tela e os jogadores tinham que disputar para ganhar o duelo de energias. Apesar da inspiração em seu antecessor, Budokai era um jogo muito mais fluído e dinâmico, o que o tornava mais leve de jogar por horas.
Diferente do que acontecia na época com jogos multiplataformas, Dragon Ball Z: Budokai chegou em dezembro de 2002 para o PlayStation 2. No entanto, só chegaria em outubro do ano seguinte ao console da Nintendo, o GameCube. Com isso, a Dimps usou esse tempo para aplicar o filtro de cel shading no game, deixando-o mais parecido com o anime. Eventualmente essa seria a nova tendência para os próximos jogos lançados dentro da franquia.
Mais do que uma história
Dragon Ball Z: Budokai trazia, como não era comum aos games da franquia até então, um modo história em que o jogador passava por todas as sagas do anime. Bem, quase todas na realidade. Alegando falta de tempo para desenvolver o resto da história, a desenvolvedora focou da saga dos Sayajins até a saga Cell. Muito provavelmente porque a saga de Majin Buu trazia muitos personagens novos, o que demandaria mais tempo para modelá-los e criar seus ataques.
Além de Budokai, apenas um dos três jogos para PlayStation 1 trazia uma cobertura da história completa: Dragon Ball Z: The Legend. Mas a principal diferença é que no jogo de PS2, as batalhas eram focadas no um contra um, e passando por várias delas, como por exemplo as de Dodoria e Zarbon, durante a saga de Freeza, que muitas vezes são cortadas por não serem tão relevantes para a história, ou de Guldo, Butter e Jayce das Forças Especiais Ginyu.
Ainda no campo das inovações, uma das grandes novidades foram os cenários de “What If?” que traziam finais diferentes para cada uma das sagas. Vegeta virava um Super Sayajin ainda na batalha da Terra, por exemplo. Já Freeza conquistava o universo em Namekusei e Cell é quem levava a pior nesses cenários: ao invés de absorver a Andróide Nº18, acabava absorvendo Kuririn e tinha seu poder diminuído tanto que tinha problemas em vencer o Yamcha.
Muito além das sagas
Uma das maiores atrações que o game trazia eram os diversos modos de jogo e possibilidades de liberar novos personagens e ataques que permitiam horas de jogatina. Para começar, pela primeira vez era possível jogar o torneio do anime, Budokai Tenkaichi, da maneira que é retratada no anime: chave de eliminações e vitórias por nocaute ou por jogar fora da arena. Ao vencer o torneio no modo mais difícil, o Great Sayaman era habilitado.
A maioria dos outros personagens eram liberados apenas completando o modo história. Entretanto, não parava por aí não: era possível customizar os ataques e transformações de cada personagem em batalha. Para isso, era necessário comprar cápsulas na loja do Sr Popo.
Por fim, o modo Legend of Hercule (ou Legend of Mr Satan em alguns locais) era o teste real de habilidade. O jogador assumia o papel do pior personagem disponível: Hercule (ou Mr Satan como ficou conhecido aqui no Brasil). E, com isso, encarava um modo arcade contra inimigos aleatórios. E mais um detalhe: em alguns casos havia missões especiais, como não usar o Ki ou derrotar o adversário dentro de um tempo estipulado.
Começo de um legado
Por mais que o jogo tenha sido recebido com certas ressalvas pela crítica, boa parte do público e amantes de Dragon Ball Z gostaram do jogo. Isso porque era o primeiro jogo em 3D muito bem produzido, com uma ótima gameplay e bastante conteúdo para ser explorado. Além do fato de contar com o modo história, levando a palavra de Akira Toriyama para ainda mais pessoas.
Dragon Ball Z: Budokai começou uma nova era para os jogos de Goku. Até então, os considerados melhores eram de RPG e poucos de luta se destacavam (o já mencionado Legend era o que mais recebia elogios), o que mudou a partir de Budokai. Uma nova franquia surgiu, mostrando como jogos de luta 3D podem funcionar com animes sem serem necessariamente um jogo que tenta reproduzir a luta vista na televisão.
Revisão: Johnnie Brian


.jpg)
.jpg)
.png)
.png)
.png)

