Fãs da bola laranja, chegou a hora que vocês mais esperam do ano: a chegada anual da franquia 2K. NBA 2K26 chegou trazendo diversas melhorias se comparado com o título anterior, mas ainda deixa a bola escapar algumas vezes.
Na mosca!
Melhorar a jogabilidade sempre é o foco principal da série, visando tornar a experiência nas quadras virtuais a mais próxima possível do real e 2K26 faz um excelente trabalho nesse aspecto. Logo de cara, a barra de arremesso se tornou mais simples de compreender e de dominar, apesar de exigir mais atenção dos jogadores. Ainda temos que pressionar o botão até que ela seja preenchida até a área verde, e ela ainda varia de acordo com a habilidade do atleta que se prepara para acertar a cesta.
Só que agora estar marcado ou não também influencia na área de acerto. Se o jogador estiver livre o lance ocorre sem problemas, mas se há alguém na contenção, isso atrapalha a nossa mira. Esse fator é determinante para que quem quer que esteja no controle trabalhe mais jogadas e passes rápidos, em vez de só colocar aquele pontuador letal no canto da quadra e ganhar só usando bolas de três.
Os trejeitos dos astros das quadras também estão mais variados e próximos de suas versões de carne e osso. O crossover mortal de Allen Iverson, as comemorações entusiasmadas de Shaquille O’Neal, entre outros milhares de sinais e gestos famosos de lendas e nomes atuais do esporte que foram reproduzidos com fidelidade.
Outra coisa que chama atenção é que, ao fazermos um arremesso perfeito, temos um “corte dramático” na exibição da partida que muda o ângulo momentaneamente, e depois dá destaque para a comemoração de quem anotou os pontos. Tudo para aumentar o clima de transmissão televisiva, que também traz replays das melhores jogadas e até comentários no intervalo pelo trio Ernie Johnson, Shaquille O’Neal e Kenny Smith, que por muitos anos compuseram o time de comentaristas do programa Inside NBA.
Para quem sentiu falta de Charles Barkley na bancada com seus companheiros, ele é um dos jogadores que não autorizam o uso da sua imagem na franquia NBA 2K, o que é uma ausência notável para quem acompanha o basquete há algumas décadas. Outros grandes nomes que também não estão no jogo, por diversas questões, são: Bill Russell (Celtics), Andre Iguodala (Warriors), Reggie Miller (Pacers), Rasheed Wallace (Pistons) e Lamar Odom (Lakers).
Guarde suas moedas
NBA 2K26 também fez o possível para diversificar seus modos de jogo com intuito de agradar novatos e veteranos na mesma medida, utilizando a seu favor uma quantidade massiva de conteúdo. O MyCareer mais uma vez traz a história do jovem aspirante que quer se tornar uma estrela da NBA, mas dessa vez as atuações extra-quadra estão mais interessantes, com diálogos mais naturais entre o MP — abreviação de My Player e a maneira como todos se referem ao nosso avatar —, e os demais NPCs que nos oferecem missões.
Em contrapartida, o hub no qual andamos em busca de missões e interações com outros jogadores em rede está bem menos convidativo do que os dos anos anteriores. Perto do Cruzeiro e do Parque de Diversões de outras direções, a de 2K26 parece mais uma cidade cenográfica. Outro ponto contra é que temos que estar online a todo instante, mesmo nos momentos em que estamos realizando tarefas solo. Além disso, se você não for assinante de algum serviço, como PSN ou Live, não poderá cumprir alguns dos objetivos secundários do MyCareer.
O MyTeam trouxe apenas uma novidade interessante de fato: agora as atletas da WNBA estão disponíveis logo de início, com direito a uniformes e logotipos oficiais para a customização do nosso equipamento. Isso é ótimo pois, por mais que as equipes e as jogadoras já estivessem de fato nos demais modos de jogo, elas nunca foram incluídas para a criação do nosso time. Inclusive também podemos fazer times mistos de homens e mulheres.
Infelizmente, a progressão do MyCareer e do MyTeam ainda está fortemente atrelada ao uso do VC, a moeda virtual de NBA 2K, que precisa ser ganhada com muito esforço, cumprindo missões ou ganhando partidas aleatórias, ou comprada em largas quantidades com dinheiro real. Os passes variados, que trazem experiência em dobro, itens cosméticos exclusivos e cartas impossíveis de serem conquistadas, tiram o brilho desses dois modos de jogo que são o carro chefe da franquia.
Por outro lado, há muito o que ser aproveitado nas demais modalidades disponíveis. O MyNBA traz diferentes tipos de experiências, tanto para quem quer só jogar, quanto para quem quer manipular cada aspecto do calendário. É possível simular uma temporada inteira, incluindo os jogos da Copa NBA, controlando um ou mais times de uma vez.
O MyGM (modo no qual somos a mente que articula as ações extra-campo) está mais dinâmico, já que podemos automatizar todas as decisões com base em algum padrão específico que nos agrade ou escolher qual o desfecho de cada operação, dia após dia no calendário, além de poder assumir o nosso time reformulado para disputar as partidas da liga e da Copa NBA.
Agora, se vocês querem simplesmente tentar a conquista máxima da maneira mais rápida, é possível jogar apenas os playoffs e ainda diminuir a quantidade de partidas, que comumente são disputadas em até sete jogos. Eu por exemplo peguei o cenário dos playoffs do ano passado e substitui todos os times pelas suas versões All-time, com os principais atletas que já honraram cada franquia — e até agora não entendo como o Ray Allen está nas equipes lendárias de Celtics e Bucks, mas não está na do Miami Heat, que contém até o Hassan Whiteside… mas enfim, divago.
A WNBA também ganhou um destaque mais encorpado, com direito ao seu próprio modo carreira. O The W também nos permite criar uma atleta que está prestes a passar pelo draft da liga feminina, com direito a confeccionarmos seus atributos da maneira que desejarmos. A diferença é que aqui não há uma cidade com missões secundárias e tudo mais, e sinceramente nem precisa disso.
A exemplo do basquete masculino, também podemos fazer partidas livres ou disputar uma temporada completa da WNBA, que é relativamente mais curta do que a masculina. Pelo menos para o meu gosto, The W se saiu melhor e mais direto ao ponto que o MyCareer, que trouxe muita coisa e trancou metade atrás de microtransações.
O que ainda falta são pelo menos textos no nosso idioma. A popularidade da NBA no Brasil só aumenta, com direito a eventos e diversas transmissões por streamings, então nada mais justo que a franquia de jogos inclua o português em sua lista de idioma. Quem sabe ano que vem.
Outra ausência que eu destacarei, pelo segundo ano seguido, é a do Showcase. Geralmente, esse modo trazia uma série de partidas e missões que retratavam a carreira da estrela da versão Deluxe da capa — este ano, estrelada por Carmelo Anthony, que construiu uma sólida carreira na liga, com destaque pelo Denver Nuggets e o New York Knicks.
Mesmo sem nunca ter ganho um campeonato, Melo fez uma temporada absurda em 2012, além de ter feito parte do grupo que ganhou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, que ficou conhecido como “Time da Redenção”. Ele é o típico jogador que mostra que nem sempre os títulos são necessários para ser uma referência no esporte e o Showcase poderia ilustrar isso muito bem.
Em busca da varrida
NBA 2K26 recupera o fôlego perdido com o título anterior, apesar de ainda pecar pelo excesso de microtransações que garantem vantagens até injustas para quem está disposto a pagar. Os outros modos de jogo, que são mais simples, ficaram maiores, melhores e mais divertidos, usando todo legado que a NBA e a WNBA tem a oferecer e ainda fazendo disso uma ótima vitrine para ostentar sua jogabilidade aperfeiçoada.
Prós
- A mecânica de arremessos está melhor e mais dinâmica;
- Diversos jogadores tiveram um aprimoramento significativo, adicionando comemorações e trejeitos únicos quando estão com a bola;
- Agora é possível fazer equipes mistas no MyTeam
- MyCareer tem bons diálogos e traz uma história interessante em torno do nosso avatar;
- Grande variedade de modos de jogo, tanto para o basquete masculino quanto para o feminino.
Contras
- Mais um ano, maior o peso das microtransações para o MyCareer e o MyTeam;
- Tarefas secundárias do MyCareer exigem conexão constante com a internet;
- Ausência de textos em português;
- Faltou o modo Showcase (mais uma vez).
NBA 2K26 — PC/PS4/PS5/Switch/Switch 2/XBO/XSX — Nota: 8.5Versão utilizada para análise: PS5
Revisor: Juliana Piombo dos Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela 2K















