Análise: Moros Protocol é um FPS dinâmico, mas sofre com problema de repetição

Controle um sobrevivente em uma nave espacial e desvende os mistérios relacionados à destruição do local.

em 17/09/2025

Produzido pela Pixel Reign e distribuído pela Super Rare Originals, Moros Protocol é um FPS com elementos de roguelike que nos coloca na pele de Alex, um soldado que se encontra preso em uma nave espacial destruída sem qualquer ideia do que está acontecendo. A proposta é entregar uma aventura sombria e acelerada, com inimigos demoníacos e uma atmosfera densa em corredores escuros. No entanto, mesmo com elementos aleatórios a experiência acaba se perdendo pela falta de variedade e de combates realmente marcantes.

Protocolo Moros ativado

Moros Protocol começa de forma bem direta: acordamos dentro da Orpheus, uma nave de guerra abandonada e tomada por monstros. Guiados por uma voz de inteligência artificial e no controle de Alex, a nossa  única opção é avançar e lutar para entender o que aconteceu no local. Equipados apenas com uma espada, em poucos minutos somos mortos pelos monstros ali presentes.




Ao morrer, Alex desperta em uma câmara criogênica e recebe a explicação de que sua consciência foi transferida para um novo corpo, processo que foi ativado pelo misterioso Protocolo Moros. A cada retorno, a configuração da nave também muda, alterando a disposição das salas. Essa dinâmica dá um ritmo imprevisível à exploração e nos força a explorar tudo novamente para descobrir novos segredos.

A campanha gira em torno da sobrevivência e da tentativa de desvendar os mistérios da Orpheus. Podemos carregar até três armas diferentes e usar habilidades de movimentação, como esquivas, saltos e corridas rápidas, além de explorar melhorias temporárias para aumentar nosso poder de fogo. Aos poucos, a narrativa mostra que o perigo da nave é muito maior do que aparenta ser no início.

Mesmo simples, a história funciona como pano de fundo para a ação, sendo expandida apenas em momentos-chave, principalmente durante batalhas contra chefes. O destaque fica para a atmosfera: os gráficos retrô bem aplicados e uma trilha sonora agitada durante os combates ajudam a reforçar o clima claustrofóbico, sombrio e frenético da nave.



Combate frenético, mas com muita repetição

Moros Protocol aposta na combinação da ação frenética dos FPS dos anos 1990 com a imprevisibilidade dos roguelikes. Alex é um soldado ágil, capaz de saltar, lutar e atirar enquanto desvia de ataques vindos de todas as direções. A variedade de armas é interessante, e a possibilidade de equipar melhorias aleatórias adiciona uma camada de diversidade à jogabilidade. Além disso, cada inimigo derrotado libera esferas de energia que podem ser usadas para evoluir o personagem de forma permanente, aumentando vida, estamina ou o dano das armas.

Os elementos de roguelike tentam dar um ar de novidade a cada run. As fases mudam sua disposição,  armas e habilidades diferentes aparecem com frequência. Nas primeiras horas, enquanto tudo ainda é novidade, essa variedade funciona bem e surpreende. Porém, com o tempo o jogo começa a se tornar previsível, mesmo com essas mudanças. A baixa variedade de salas e inimigos pesa contra a experiência, que rapidamente se torna repetitiva e cansativa, principalmente no início de cada run quando tudo é simples demais. 




Outro ponto frustrante é o balanceamento das armas: algumas são praticamente inúteis em combate, seja pela cadência de tiro muito baixa ou pela necessidade de recarga constante. Em um jogo que aposta na ação frenética, perder tempo com armas lentas e pouco eficazes quebra o ritmo e acaba desanimando. Por outro lado, as batalhas contra chefes são o ponto alto, sendo baseadas em decorar padrões, esquivar e atacar nos momentos certos.

No fim, Moros Protocol entrega um FPS com boas ideias, principalmente pelo ritmo acelerado da movimentação e pelo combate ágil. No entanto, a repetição e o desequilíbrio de algumas armas comprometem a diversão a longo prazo. Com mais variedade de cenários, inimigos e habilidades que realmente impactem o gameplay, o jogo poderia se tornar tão memorável quanto os clássicos que o inspiraram.



Competente, mas não memorável

Moros Protocol é um FPS que combina ação rápida e elementos de roguelike de forma competente, oferecendo combates ágeis e uma atmosfera sombria bem construída. Apesar das boas ideias, a repetição de salas e inimigos, quando aliada ao desequilíbrio de algumas armas, limita a experiência. O jogo se destaca em momentos de combate intenso, especialmente contra chefes, mas carece de variedade e inovação suficientes para se tornar marcante. Ainda assim, é uma experiência divertida para fãs de ação frenética e exploração em ritmo acelerado.

Prós

  • O combate é ágil e frenético, sendo divertido e prazeroso de jogar;
  • A atmosfera sombria e claustrofóbica bem construída;
  • As batalhas contra chefes são desafiadoras e recompensadoras;
  • Os gráficos retrô bem aplicados e trilha sonora que intensifica o clima.

Contras

  • A baixa variedade de salas e inimigos torna a experiência repetitiva;
  • Algumas armas são desequilibradas ou pouco úteis, prejudicando o ritmo;
  • A surpresa das mecânicas diminui rapidamente após algumas horas.
Moros Protocol — PC — Nota: 6.0
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela Super Rare Originals

OpenCritic
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Gustavo Souza
é geólogo, entusiasta de tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Está sempre com um console portátil na mão e gosta de passar o tempo jogando uma partida de FIFA, cuidando de uma pequena fazenda e dirigindo seu caminhão pelas estradas europeias.
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