Análise: Kingdom Come: Deliverance II - Legacy of the Forge consegue entregar ainda mais diversão, desafio e imersão em um mundo medieval incrível

O novo DLC é uma ótima pedida para quem quer expandir ainda mais esse game tão divertido e envolvente.

em 20/09/2025
Um dos grandes sucessos de 2025, Kingdom Come: Deliverance II trouxe uma aventura medieval vibrante, única e envolvente. Dada a quantidade e a qualidade de conteúdo desse RPG de ação, Legacy of the Forge fez algo que parecia improvável: trazer adições significativas, que se encaixam perfeitamente à produção base. Prepare muita sucata e aqueça o fogo da forja, pois está análise vai começar quente como ferro em brasa!

O que é ótimo pode melhorar! 

Antes de falar do DLC, vale lembrar do game lançado em fevereiro deste ano. Ele estrela Henry, ferreiro que se torna cavaleiro em um mundo situado no Reino da Bohemia. Mais do que um RPG de ação — repleto de habilidades, itens, missões e mecânicas de jogo diferentes —, temos aqui uma espécie de simulador da vida medieval, com todas as agruras de manter-se limpo, deixar as armas afiadas, lidar com a lei monarquista etc.
Voltando mais uma vez a este grande jogo
Mesmo sendo exigente pela profundidade e variedade dessas mecânicas, a qualidade da produção torna cada uma delas uma experiência envolvente. O lançamento, que foi muito bem-sucedido tanto em termos de crítica quanto de público, chegou com a promessa de futuras expansões. Legacy of the Forge é a segunda delas, trazendo novidades muito significativas.
A expansão gira em torno dessa mecânica tão interessante
Como o próprio título sugere, o DLC foca em uma antiga forja, encontrada abandonada por Henry nos arredores do leste de Kuttenberg. Ao chegar lá, o herói começa a ter lembranças de sua infância, tendo conhecido o local ao lado de seu pai. Explorando os arredores do prédio — que está fechado e semi destruído —, conhecemos uma senhora chamada Magdalena.
Henry reconhece o local dos seus tempos de criança
Ela é a responsável por nos introduzir à trama principal de Legacy of the Forge. Não quero proporcionar spoilers excessivos, então vamos à versão resumida: ela era casada com o falecido mestre da forja, que tinha o pai de Henry como aprendiz. A partir daí, começamos uma saga para reerguer o local e seu antigo prestígio (um adjetivo adequado, como veremos mais para frente).

Forjando seu legado

Temos, então, uma série de missões que contam a história do DLC. A maioria delas envolve a Guilda dos Ferreiros, um grupo formado pelos forjadores mais importantes da região. Inclusive, é deles que vem a permissão para Henry reabrir a forja, após a conclusão de um teste teórico e prático. Aliás, fica o aviso para quem estiver enferrujado no minigame de ferreiro, pois a alternativa é ter que pagar pela aprovação.
A Guilda dos Ferreiros é o novo grupo do game
As missões trazidas por Legacy of the Forge têm os mesmos formatos vistos no jogo principal. Ou seja, tarefas como jogar dados, disputar duelos e, obviamente, forjar itens como machados, espadas e ferraduras. A vantagem aqui é o ineditismo dos novos personagens envolvidos, e o fato de que essas missões se renovam todo dia pela manhã, o que permite ao jogador poder focar somente nas suas favoritas.
O jogo de dados é uma das opções de missão
Além das recompensas habituais, as tarefas trazidas pela DLC também rendem pontos para o novo sistema do game. Lembra que eu falei que “prestígio” era uma palavra importante? Esse é o nome da nova pontuação que o protagonista deve adquirir na expansão. Portanto, conforme realizamos essas missões, podemos subir o nível de prestígio.
Transforme seu quarto conforme o seu gosto (e bolso)
Isso libera novas opções para que possamos adquirir e modificar a forja abandonada, bem como todas as demais estruturas disponíveis no terreno. As alternativas incluem, mas não se limitam a coisas como cama, baú para guardar itens, barril de vinho, pia, defumadouro, laboratório de alquimia, colmeias, entre outras. Jogadores mais veteranos devem estar esfregando as mãos com essas novidades.

Paciência de ferro

Afinal, como citado na sua análise, Kingdom Come: Deliverance II por vezes parece praticamente um simulador, tornando certos afazeres “simples” em tarefas mais exigentes. Ter reunidos, em um só lugar, tantos recursos e ferramentas até então — por vezes, muito — separados facilita demais o gerenciamento de boa parte do game.
É possível reformar a casa, os aposentos e o jardim (o seu fiel vira-lata gostou do local)
Legacy of the Forge não se limita a construções úteis (que são o destaque), mas também oferece opções cosméticas. Assim, Henry pode personalizar o seu novo lar, desde que tenha o prestígio e o dinheiro necessário. Pinturas, estátuas, murais, bem como variações estéticas dos móveis também podem ser adquiridos com o tempo.
É possível melhorar até mesmo a estrutura externa
Aqui, é importante citar uma das dificuldades do DLC: os recursos usados pela sua forja são consideráveis e não são rapidamente obtidos. A exigência não chega a ser injusta, mas é condizente com a dedicação e a imersão característicos de Kingdom Come: Deliverance II. Ainda nesse contexto, Legacy of the Forge apresenta outra “dificuldade”.
Uma nova "desculpa" para explorar esse belo mundo
Entre aspas por ser algo mais relativo — embora eu, pessoalmente, considere relevante — só podemos acessar o conteúdo da expansão após um determinado ponto da campanha. Sem maiores spoilers, basicamente é quando ficamos livres para explorar Kuttenberg. Quem já terminou o game sabe que é preciso jogar mais da metade da campanha para chegar a esse ponto. Tenha paciência, pois vale a pena, viu?

Audentes Fortuna Iuvat (2)

Enriquecendo ainda mais a excelente aventura de Kingdom Come: Deliverance II, Legacy of the Forge entrega ótimas novidades ao título base. Não somente temos acesso a novas e interessantes missões (sabia que ferreiros arrancavam dentes no Século XV?), mas também a uma nova construção repleta de atrativos e personalizações. Seja você novato ou veterano, é preciso se dedicar para aproveitar o DLC, mas ele vale cada groschen investido e cada martelada ardente feita na bigorna.

Um jogo cada vez maior, mais envolvente e divertido

Prós

  • DLC consegue entregar ainda mais qualidade a um RPG de ação de alto nível;
  • A possibilidade de reformar e customizar uma propriedade completa, com forja, dormitório, cocho, entre outras estruturas muito úteis e interessantes;
  • Guilda de Ferreiros e demais personagens introduzidos são uma adição interessante à já rica sociedade do game;
  • O novo conjunto de missões entrega ainda mais diversão e desafio para os jogadores.

Contras

  • Só é possível acessar o DLC após uma quantidade significativa de horas de jogo;
  • Parte do conteúdo só pode ser acessada com muita dedicação e muitos recursos.
Kingdom Come: Deliverance II - Legacy of the Forge — PC/PS5/XSX — Nota: 8.5 Versão utilizada para análise: PS5
Revisão: Mariana Marçal
Análise produzida com cópia digital disponibilizada pelo redator
OpenCritic
Siga o Blast nas Redes Sociais
Matheus Senna de Oliveira
é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 4.0).