Análise: EA SPORTS NHL 26 não faz feio e mostra que as coisas no gelo também podem pegar fogo

Encare uma experiência completa de hóquei, com ligas de diversos países, jogabilidade dinâmica e modos que vão dos mais básicos até os caprichados.

em 16/09/2025
Com a chegada da metade de setembro, temos praticamente todas as principais representações virtuais de ligas esportivas devidamente lançadas — EA FC, o antigo FIFA, está para ter seu lançamento virtual em alguns dias para fechar essa conta. Em meio ao futebol — que é a nossa eterna paixão nacional —, ao basquete e ao futebol americano — com sua crescente popularidade entre nós —, fica difícil pensar em um lugar de destaque para o hóquei no gelo aqui no Brasil. Até mesmo o beisebol tem se destacado, ganhando mais espaço nas transmissões televisivas.

Me surpreendendo bastante, até porque esse é meu primeiro contato com o esporte em algumas décadas, EA SPORTS NHL 26 traz uma ótima experiência para quem quer conhecer times, ligas e tudo o que os rinques de gelo tem a oferecer. 

Deslizando com precisão e velocidade

Uma das coisas que me conquistaram em NHL 26 foi a jogabilidade. Independente do layout dos botões que escolhemos para iniciar a jogatina, a velocidade entre ataque e defesa é o que torna as partidas dinâmicas. Controlamos nosso time, que é formado por cinco membros na linha e pelo goleiro. 

Escolhi o padrão de controles Total Control, que traz uma abordagem bem diferente da que pode ser vista em outros jogos de esporte. O analógico esquerdo é utilizado para o deslocamento, enquanto o direito serve para direcionamento do puck (o disco preto). Segurar o gatilho direito aciona o comando de passe, que pode ser feito manualmente ou escolhendo um dos quatro botões da “cara” do controle — havendo um para cada companheiro de equipe.

Além disso, as tecnologias trazidas para esta edição nos ajudam a melhorar gradualmente, mesmo jogando nas dificuldades mais baixas. A tecnologia ICE-Q faz com que a IA dos rivais comece a ficar mais atenta às nossas jogadas, por isso, se algo deu certo de primeira, pode ser mais facilmente evitado ao longo das partidas.

A movimentação dos goleiros também é um destaque à parte, tanto os da CPU quanto os controlados por nós. Eles aprendem a assimilar os momentos de ataque, se preparando para bloquear sequências de chutes consecutivos. Logo, não basta só ficar acertando o disco até ele entrar no gol, é necessário criatividade e objetividade para concluir suas investidas de maneira bem-sucedida.

A tecnologia oficial da Liga Nacional de Hóquei, o NHL EDGE, também está presente. Trata-se de toda a coleta de dados usada para as estatísticas da partida, desde a velocidade do puck ao entrar no gol até a distância média percorrida por um atleta pelo tempo que ele ficou no rinque. O NHL é fundamental para que o ICE-Q faça com que cada atleta tenha uma evolução dinâmica no gelo e para que novas táticas sejam usadas e a equipe saia vitoriosa.

Toda essa sofisticação vem acompanhada de ótimas animações visuais e um poder gráfico que retrata fielmente uma transmissão televisiva. Os replays em câmera lenta e closes nas comemorações e disputas, em conjunto com os gráficos mostrados em animações no gelo são uma ótima sacada. 

Como fiz a análise da versão para PS5, também vale destacar o uso do Dualsense, que além de passar o feedback das tacadas pelos gatilhos também usa seu alto-falante embutido para reproduzir sons ambientais, como a sirene que dispara após um gol e as lâminas dos patins riscando o gelo.

Um mundial de verdade

O outro ponto que me agradou muito pode ser até um ponto polêmico, mas que faz todo sentido. NBA, NFL e MLB são conhecidos por trazerem todos os times e jogadores das suas principais ligas, e até equipes menores que funcionam como franquias de desenvolvimento. Ainda assim, o costume é sempre coroar o “campeão mundial” apenas entre equipes que estão no eixo Estados Unidos/Canadá. 

Mesmo não sendo tão difundido aqui em baixo na América do Sul, até porque o clima tropical torna desinteressantes a maioria dos esportes praticados no gelo, o hóquei tem ligas fortíssimas por toda a Europa e, felizmente, elas estão representadas em NHL 26.

Todas as 32 equipes da Liga Nacional de Hóquei estão disponíveis, com direito a diversos uniformes clássicos, como já era esperado. Também foram incluídas outras menores, como a AHL (America Hockey League), a ECHL (East Coast Hockey League), OHL (Ontário Hockey League, QMJHL (Quebec Marines Junior League) e WHL (Western Hockey League). A liga feminina profissional, PWHL também está presente em sua totalidade. Mas por enquanto só falei dos norte-americanos.

Outros países que também estão representados com 100% dos seus clubes são: Suécia (duas ligas), Finlândia, Alemanha, República Tcheca, Suíça, Áustria, Hungria, Itália e Eslovênia. Depois disso tudo, também é possível escolher entre 22 seleções nacionais masculinas, 13 femininas e 10 juniores. Se somarmos tudo isso, mais as reuniões All-Star e de lendas, aqui chamadas de Alumni, temos um total impressionante de mais de 370 times. Todos eles estão disponíveis para partidas rápidas, inclusive entre equipes masculinas e femininas.

Por fim, minha principal crítica ao Madden NFL 26 foi a impossibilidade de poder jogar uma temporada de maneira simples, sem precisar criar um avatar e ficar passando por milhares de telas de treino e blocos de informações. Em NHL 26 isso é possível, e não só com a liga que dá título ao jogo, mas também com todas as 13 ligas principais de outros países.

Quer criar algo acima da disputa de clubes de uma mesma região? Então aproveite para tentar triunfar no torneio principal da IIFH (Federação Internacional de Hóquei no Gelo). As melhores seleções do esporte se enfrentam ao longo de um calendário extenso para saber quem é o verdadeiro rei do rinque.

Por mais que nós brasileiros sejamos um tanto quanto distantes do hóquei de maneira geral, ter toda essa variedade à nossa disposição é muito benéfico, pois mostra que nem tudo se resume apenas aos Estados Unidos.

Para os apaixonados, criativos e os malucos também

Para quem gosta de toda a rotina de criar um personagem do zero para se tornar uma estrela, o Be A Pro vem para trazer uma experiência bem próxima a do mundo real, tanto dentro quanto fora dos rinques. Temos que galgar nosso espaço no esporte, começando pelas ligas juniores até chamar atenção das grandes equipes. Tudo isso vem acompanhado de animações caprichadas, desde a primeira entrada do avatar pelo túnel antes da partida até o derradeiro momento de levantar a taça da Stanley Cup.

Ao tirar o uniforme e os protetores, nosso aspirante tem que lidar com a imprensa e conversas com agentes e técnicos. As respostas nesses momentos influenciam diretamente na personalidade dele; se é alguém mais focado no trabalho em equipe ou se já se destaca como um líder nato, por exemplo. É uma experiência completa para quem curte essa caminhada. A única coisa que pode quebrar um pouco o clima é que alguns dos personagens que conversam conosco soam meio artificiais e engessados, sem apresentar emoção alguma.

O Ultimate Team, que já virou algo básico para franquias esportivas, também está presente, e apesar de ser aquele modo que sempre tenta trazer as microtransações para o primeiro plano, ele consegue entreter sem a necessidade de gastar uma grana extra. Assim como acontece em EA FC, jogadores de mesmo time, nacionalidade ou que jogam na mesma conferência, concedem bônus gerais, então vale a pena conhecer bem a configuração de cada divisão da NHL. E também é possível ter um time misto, com atletas masculinos e femininos.

O Franchise é o modo de jogo focado no gerenciamento. Por mais que ele seja interessante para quem curte a parte de montar um time vencedor negociando contratos e selecionando jovens promessas, eu senti que ele ficou um pouco ofuscado em meio aos demais modos de jogo.

Por fim, para os amantes do caos, o NHL Threes traz uma disputa ainda mais frenética e com menos regras. São realizadas disputas de 3x3, mais os goleiros, em partidas que podem ser simples ou ter regras loucas, como os money pucks: gols que valem por três ou podem subtrair um tento marcado pelo adversário. 

Esse modo de jogo mais leve tem um modo de missões, no qual percorremos um mapa completando objetivos diversos, e partidas rápidas. A diferença é que aqui podemos realizar uma divertida disputa entre equipes formadas pelos mascotes das duas conferências da NHL. E, convenhamos, sempre é bom ver grandes animais de pelúcia disputando o puck na base da truculência enquanto o público vibra.

Claro que, como também costumo pontuar em outras análises esportivas e não podia faltar aqui, textos em português fazem falta, principalmente para quem quer entender algumas regras ou acompanhar o desenvolvimento do Be A Pro. Entretanto, também reconheço que, no caso do hóquei, o apelo é bem menor que o de outras modalidades.

Quebrando o gelo

EA SPORTS NHL 26 é ótimo em diversos aspectos. Seja você um iniciante no rinque ou alguém que, assim como eu, não encosta em um título da série desde o primeiro PlayStation, não vai ser difícil se adaptar à funcionalidade dos controles e ao ritmo de cada partida. Você estará amparado da melhor maneira possível e os diversos modos de jogo aumentam ainda mais a diversão e entendimento para leigos e curiosos. É a porta de entrada perfeita para quem quer conhecer o esporte e suas diversas ligas.

Prós

  • A jogabilidade oferece dinamismo e fácil aprendizagem;
  • 13 ligas e mais de 370 times é um número bastante elástico e mostra como o hóquei é popular não só na América do Norte, mas também na Europa;
  • Poder jogar uma temporada de maneira simples, sem se preocupar com diversas opções de gerenciamento, é algo necessário e que sempre cai bem;
  • Ultimate Team tem opções interessantes de entrosamento e a possibilidade de usar equipes mistas;
  • Be A Pro oferece uma trajetória completa e caprichada de ascensão ao estrelato;
  • NHL Threes é uma dose de loucura necessária e ainda nos deixa usar os mascotes no rinque.

Contras

  • O modo Franchise perde um pouco de força perto dos demais;
  • Algumas atuações dos personagens do Be A Pro são um tanto quanto artificiais;
  • Ausência de textos em português.
EA SPORTS NHL 26 — PS5/XSX — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PS5
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela EA
OpenCritic
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Carlos França Jr.
é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no @carlos_duskman
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