Análise: Warhammer 40,000: Dawn of War – Definitive Edition é a melhor versão do jogo, mas está longe de ser definitiva

Remasterização moderniza um clássico, mas peca em tocar apenas na superfície.

em 22/08/2025

Lançado originalmente em 2004, Warhammer 40,000: Dawn of War é um marco nos videogames da franquia Warhammer. É um dos projetos mais amados pelos fãs, além de ser um dos RTS mais clássicos, tornando-se um favorito no gênero. Neste ano, uma remasterização chegou com o intuito de modernizar o game e apresentá-lo a um novo público, sem perder sua essência original — mas o resultado pode deixar alguns jogadores desapontados.

Só existe a guerra…



A campanha original de Dawn of War acompanha os Blood Angels em sua missão no planeta Tartarus, contra os Orks. Mas, além da história principal, o pacote definitivo também tem três DLCs — Winter Assault, Dark Crusade e Soulstorm — que expandem a lore do universo e adicionam formas interessantes de jogar, como um mapa aberto e a opção de escolher qualquer facção para comandar.

O jogo é um RTS com elementos clássicos, mas com mais foco na ação e menos em gerenciamento e captação de recursos. As partidas envolvem o estabelecimento de uma base, a captura de pontos estratégicos e a produção militar extensiva, com vários dos clássicos modelos de guerra de Warhammer, como naves, tanques e os temidos dreadnoughts.




Para variar na gameplay, a campanha também mescla formas diferentes de enfrentar os inimigos, aliando a narrativa às partidas. Em certas ocasiões, você deve entrar em uma selva com um pequeno esquadrão disfarçado até conseguir cruzar pelas linhas inimigas e estabelecer sua base; em outros momentos, é necessário grande poderio militar para destruir as bases inimigas.

Apesar de basilar, a campanha é recheada de chavões e maneirismos que tornam Warhammer tão especial, e o pacote definitivo soube manter os diálogos, as cutscenes e o feeling dessa história, que foi tão essencial para o crescimento da franquia no mundo dos games.

Não tão definitivo assim



É compreensível o esforço da Relic de tentar deixar Dawn of War o mais próximo da experiência original. Muitos remasters e remakes caem no limbo exatamente por mexerem demais em “time que está ganhando”. Entretanto, fica difícil de entender por que, precisamente, eles foram tão superficiais em suas intenções.

Logo de cara, é possível perceber melhorias no HUD, nas texturas e na resolução do jogo. Rodando agora em computadores modernos, o projeto consegue alcançar altas resoluções, com ícones e disposição de menus na tela de forma melhorada, além de texturas mais nítidas. Ainda assim, ao manter todos os modelos intactos, a mudança na textura só parece um mod premium, com os bonecos e monstros ainda apresentando o aspecto de um jogo de 20 anos atrás.




Além disso, boa parte dos bugs originais e problemas de I.A. ainda se mantêm na versão atual, além de ser impossível remapear os botões dos controles. As mudanças modernizam a parte imediata do jogo, mas a falta de profundeza nas mecânicas torna até difícil de chamá-lo de remasterização. É, de fato, uma melhora em relação às versões anteriores, mas tão tímidas que quase parecem um patch de melhorias premium.

Pacote completo



Apesar de tímido, o pacote definitivo — assim como o de aniversário lançado um tempo atrás — é o mais completo do jogo até o momento. Para novatos, entrar em um clássico como esse sem se preocupar com incompatibilidade de hardware e ter em mãos apresentações modernas é uma vantagem incrível.

Além disso, como já citado, as DLCs estão presentes, complementando o conteúdo — além do modo multiplayer, que está mais lotado do que nunca. O sistema de pintar e criar seu próprio exército também é uma parte essencial da diversão de Warhammer fora das telas, e teve seu espaço dentro do game.

Sobre as partidas online, é possível entrar em grandes combates, desde 1v1 até 4v4. Boa parte da jogabilidade militar e estratégica realmente ganha vida nesses confrontos. Enquanto a campanha oferece uma experiência linear cheia de vigor, os modos de jogador contra jogador brilha com partidas em que o exército e o intelecto superior vencem.

Poderia ser melhor


Boa parte da força que torna Warhammer 40,000: Dawn of War – Definitive Edition único vem das bases fundamentais do jogo original — o que não é demérito para a versão mais nova. Entretanto, acredito que houve uma oportunidade perdida de elevar o clássico a um nível técnico digno de um jogo de 2025, sem necessariamente perder sua identidade. No fim, o projeto falha em inovar em espaços essenciais, mas é bem-sucedido em apresentar um grande jogo para um público novo.

Prós

  • Resolução, texturas e controles aprimorados;
  • Pacote completo, com multiplayer online e todas as DLCs;
  • Campanhas intactas, com diálogos e cutscenes originais mantidas.

Contras

  • Modelos datados, sem nenhum tipo de atualização;
  • Bugs e problemas com I.A., que já apareciam no jogo original;
  • Não é possível remapear os botões de controle.
Warhammer 40,000: Dawn of War – Definitive Edition — PC — Nota: 7.0

Revisão: Mariana Marçal
Texto de análise produzido com cópia digital cedida pela Relic Entertainment
OpenCritic
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Luan Gabriel de Paula
Redator publicitário em tempo integral e amante de games nas horas vagas. Provavelmente aprendi a segurar um controle mais rápido do que uma mamadeira. Cresci com os maiores clássicos da Big N como Zelda, Mario e Pokémon. Hoje aproveito os pequenos momentos de descanso da vida corrida para me perder em Hyrule, em uma Tóquio pós-apocalíptica ou em um mundo de encanadores e cogumelos.
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