De volta ao início
Em The Rogue Prince of Persia, assumimos o papel de um príncipe que possui o poder sobrenatural de voltar ao último lugar em que dormiu quando morre. Em meio ao ataque dos hunos à Pérsia, ele decide fazer uso dessa habilidade para derrotá-los, mas fracassa em sua missão e logo se vê em uma busca implacável por uma forma de salvar o reino.A base do jogo é a de um roguelite de ação, em um formato de plataformas com rolagem lateral. Avançamos por múltiplos mapas, coletando armas e medalhões que nos tornam mais poderosos pelo caminho, encarando vários inimigos e alguns chefes no processo.
Como o jogo tem uma estrutura roguelite, a tendência é que o jogador falhe em algum ponto e tenha que recomeçar. Embora perca elementos de sua força, ainda há um sistema de metaprogressão, com experiência e níveis, que permite desbloquear habilidades passivas variadas, fazendo com que o jogador fique mais propenso a avançar com o tempo.Infelizmente, a estrutura de cada fase é um tanto rígida, com variações que, muitas vezes, acabam não sendo tão satisfatórias para evitar a repetitividade de rejogar. Há caminhos alternativos e um sistema interessante de quests, que dá ao jogador tarefas secundárias para realizar enquanto explora, mas eles não são variações suficientes para evitar esse problema
Uma experiência fluida
Como um jogo de ação em plataformas 2D, um ponto muito forte de The Rogue Prince of Persia é a movimentação do protagonista. Além dos saltos, o príncipe é capaz de usar as paredes para executar malabarismos elaborados, andando por elas durante um tempo limitado.Boa parte da experiência do jogo envolve intercalar saltos para poder explorar, de forma rica, a verticalidade dos mapas. Sair de um pulo para uma manobra na parede e, depois, realizar outro salto é uma experiência fluida e catártica, e o jogo, inclusive, recompensa os malabarismos do jogador, deixando-o ainda mais ágil ao encher uma barra de energia (Sopro de Vayu) com a boa execução dos movimentos.
Abusar disso também é uma forma de avançar por mapas cheios de espinhos e desafios de plataforma. Por exemplo, em um mapa avançado, é preciso tomar cuidado para não sermos engolidos por uma criatura cuja língua é útil para escalar.Há, ainda, momentos aleatórios em que encontramos uma criança sendo raptada por forças das trevas. Cabe ao jogador tentar correr contra o tempo para chegar à fonte da energia antes que o pequeno seja raptado, passando rapidamente por uma área sem inimigos, mas cheia de desafios de plataforma e potenciais perigos. Caso alcance o objetivo no tempo certo, o jogador poderá conquistar boas recompensas para prosseguir pela fase.
Batalhas ágeis
Em termos de combate, temos uma arma primária e uma secundária (“ferramenta”). Em geral, a segunda é mais poderosa, mas seu uso é limitado por um sistema de energia. O ataque normal com a arma principal recupera essa energia, e é possível usar um ataque carregado mais poderoso.Cada tipo de arma pode ter estilos bem diferentes em termos de dano, alcance e agilidade. Outro fator a se levar em consideração é a forma como o seu crítico é ativado — o que também é variável —, existindo armas em que, por exemplo, desviar de ataques pode ser uma forma de causar mais dano subsequente, ou o período logo após eliminar um inimigo ganha essa vantagem.
Além da variedade de armas e ferramentas, também temos os medalhões, que são benefícios obtidos ao longo de uma tentativa e que serão eliminados ao voltarmos ao Oásis. Eles podem afetar vários elementos: melhorias de atributos, adicionar uma vida extra ao jogador ou alterar significativamente alguns elementos de jogo, valorizando mais determinadas ações.
Saber explorar esses elementos é fundamental para avançar. Um detalhe interessante é que o jogador pode explorar cada mapa de forma bastante detalhada, utilizando um sistema de checkpoints (“poços dos sonhos”) para viajar entre certas localidades, o que facilita aproveitar ao máximo as oportunidades de desbloqueio de melhorias.Com o tempo, também conseguimos projetos para criar mais itens, ampliando o leque de opções de combate e até adicionando um aspecto estratégico à escolha de caminho, com a adição de informações sobre os tesouros que vamos encontrar. Junto com o sistema de metaprogressão e as habilidades desbloqueáveis, temos uma experiência que, embora repetitiva, é bastante prazerosa e recompensadora.
Por fim, gostaria de destacar que há alguns momentos em que notificações na tela podem atrapalhar um pouco a visualização de outros elementos, como a descrição de itens. Não é algo muito comum, felizmente, e basta esperar que a mensagem desapareça da tela para poder ler adequadamente as demais informações, mas pode ser um incômodo ocasional.
Uma experiência bem competente
Em seu lançamento completo, The Rogue Prince of Persia não conseguiu se livrar de seu principal defeito da época do acesso antecipado: a pouca variedade e o senso de repetitividade. Porém, mesmo assim, trata-se de um jogo de ação fluido, extremamente satisfatório de explorar e uma recomendação fácil por isso.Prós
- Movimentação fluida, com acrobacias variadas;
- Combate repleto de recursos para explorar, graças à variedade de armas e ferramentas;
- Os medalhões e as habilidades ajudam a criar um arcabouço rico em estratégias;
- Sistema de quests adiciona motivações secundárias para a exploração;
- Poços dos sonhos facilitam a exploração completa dos mapas.
Contras
- A rigidez de cada área acaba tornando a experiência repetitiva no longo prazo;
- Notificações podem tampar outros elementos importantes na tela.
The Rogue Prince of Persia — PC/PS5/Switch/Switch 2/XSX — Nota: 8.5
Versão utilizada: PC
Revisão: Mariana Marçal
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ubisoft












