Anunciado oficialmente durante o Summer Game Fest de junho deste ano, Towa and the Guardians of the Sacred Tree é um roguelite de ação que vai além de personagens bonitinhos e uma história sobre heróis que querem salvar o mundo. A convite da Bandai Namco, tivemos a oportunidade de experimentar o jogo e contar um pouco sobre o título que promete ser um dos destaques do segundo semestre de 2025.
Towa, a protetora de Shinju
A trama gira em torno de Towa, personagem que dá nome ao jogo. Apesar da aparência jovial e inocente, ela é uma divindade com um único propósito: proteger os habitantes do vilarejo de Shinju. Em uma relação de afeto e devoção mútua, Towa busca a felicidade e prosperidade dos moradores, até que um dia essa paz começa a ruir.
Um deus maligno chamado Magatsu passa a espalhar seu miasma pela terra, impedindo a vida de prosperar e infestando o mundo com criaturas demoníacas conhecidas como Magaori. Shinju permanece intacta graças à influência de Towa, mas, se nada for feito para conter a ameaça, seus habitantes perecerão e a escuridão tomará conta da outrora próspera região.
Determinada a impedir que esse destino se concretize, Towa reúne oito valorosos guerreiros fiéis à sua causa, para enfrentar a crescente ameaça. Juntos, eles desafiarão inúmeros perigos a caminho do confronto final contra Magatsu, realizando rituais para recuperar a mana roubada pelas forças malignas e restaurar a beleza, a paz e a vida ao mundo.
Oito histórias, um destino
O ponto alto da narrativa em Towa and the Guardians of the Sacred Tree está em seu núcleo principal de personagens. Os oito defensores de Shinju, conhecidos como Prayer Children, possuem personalidades distintas e marcantes, cada um com traços e características que deixam sua própria impressão.
Entre os que mais se destacaram durante minha experiência com o jogo está Rekka, a discípula do Dojo do Fogo. Apesar da postura imponente e aparentemente arrogante, ela é amorosa e está disposta a dar tudo de si para proteger Towa e seus companheiros.
Outro personagem memorável foi Nishiki, o homem-peixe. Guerreiro formidável e devoto da crença de que sua verdadeira missão é tornar as pessoas felizes, ele possui um coração ainda maior que sua estatura. Com aparência de carpa, valoriza o bem-estar dos outros como parte de sua própria busca pela felicidade.
O tempo passado com eles revela aspectos de suas histórias e personalidades, enriquecidos por momentos fora da ação, como nos acampamentos entre as investidas contra os Magaori.
Esses relatos e interações se entrelaçam, aprofundando a imersão no mundo do jogo e mostrando que a experiência vai além das batalhas em busca de poder para avançar na campanha principal.
Tsurugi & Kagura
No contexto do jogo, a influência do miasma é tão intensa que afeta diretamente a investida de Towa e seus guardiões. A única forma de adentrar às áreas contaminadas é utilizando um método que envolve um atacante, o Tsurugi, e seu parceiro protetor, o Kagura.
No gameplay, Tsurugi é o personagem controlado pelo jogador. Ele empunha duas espadas para realizar dois tipos específicos de ataque: Honzashi (vermelho) e Wakizashi (azul). O Kagura acompanha o Tsurugi e pode lançar feitiços para auxiliá-lo — seja atacando diretamente os inimigos ou aplicando efeitos de área que aumentam a velocidade de ataque ou facilitam a coleta de mana para habilidades especiais, por exemplo.
Cada um dos oito guardiões possui técnicas próprias quando atua como Tsurugi, mas compartilha alguns feitiços na função de Kagura, de acordo com sua afinidade elemental — água, vento, fogo ou eletricidade. O jogo nos incentiva a testar diferentes combinações de Tsurugi e Kagura para conhecer suas habilidades e definir favoritos para cada situação.
Outro aspecto importante na escolha da dupla são os pontos de vida. Por compartilharem um elo espiritual, a vida máxima do jogador é a soma dos pontos de ambos. Em certas estratégias, ter mais vitalidade pode ser útil, mas, no início, é mais vantajoso priorizar as habilidades de cada Tsurugi e Kagura em vez de focar apenas nos números.
Avante, guardiões
Com o sistema básico de combate estabelecido, chega o momento de explorar o que Towa and the Guardians of the Sacred Tree oferece em termos de desafio. Inspirado em outros títulos do gênero como Hades, o jogo propõe derrotar todos os inimigos de uma sala para avançar até o embate final contra o chefe da região.
Ao eliminar todos os Magaori de uma área, é possível escolher uma Graça — um bônus que acompanhará o jogador até o fim da run. Essas melhorias podem afetar os status ou habilidades do Tsurugi, do Kagura ou de ambos, incluindo vantagens elementais ou efeitos especiais na execução de técnicas.
Antes de entrar em uma nova sala, o jogador normalmente escolhe o tipo de recompensa que receberá ao completá-la: melhorias temporárias, recursos para desbloquear upgrades permanentes, materiais para forjar novas armas, entre outras opções.
Ao final de cada run, retornamos a Shinju para acompanhar novos eventos da história. Nesse momento, assumimos o controle de Towa e interagimos com os moradores para realizar atividades e apoiar os guardiões — como aprimorar atributos, adquirir recursos, pescar, ajudar em tarefas e, principalmente, praticar a forja, uma das mecânicas mais interessantes do jogo.
Nessa atividade, Towa troca as vestes cerimoniais por luvas e martelo para conduzir um divertido e importante minigame de fabricação de armas. Com minerais coletados durante as runs ou adquiridos no mercado de Shinju, é possível forjar as espadas usadas pelos guardiões nas batalhas contra os Magaori. O desempenho do jogador nessa dinâmica afeta diretamente os status da arma, portanto é bom levar essa etapa a sério para garantir equipamentos de boa qualidade sempre.
O processo envolve diversas etapas: projetar, aquecer, moldar, temperar, adicionar adornos e até batizar a arma. Algumas fases podem ser puladas, dependendo da experiência desejada. Ainda assim, recomendo fortemente experimentar o modo Artesão (Artisan) ao criar suas lâminas. O motivo? Melhor deixar essa informação no ar... por enquanto.
Sacrifícios devem ser feitos
Mesmo com toda a experiência que Towa and the Guardians of the Sacred Tree já me proporcionou até aqui, algo inesperado acabou se tornando o mais marcante. Da mesma forma que o jogo nos apresenta personagens inesquecíveis, ele também os tira de nós.
No enredo, a influência do miasma se torna tão intensa que Towa sozinha não consegue purificar a região. Para restaurar a vida ao local, ela recorre a um antigo ritual de sacrifício, que consome tamanha quantidade de magia que é a única forma possível de absorver o mana necessário dos Magaori para restaurar o lugar.
O ritual exige o sacrifício de um guardião. Após derrotar um Magatsu-hi, chefe principal de uma região, chega o momento de purificação: o Kagura é executado pelo Tsurugi. Embora o processo recupere a área afetada, o preço é alto — a perda permanente de um dos membros do grupo.
Essa mecânica acrescenta uma camada estratégica importante ao gameplay, exigindo escolhas criteriosas sobre quais duplas levar às incursões, tendo em mente que o Kagura designado não poderá mais ser usado no jogo após o sucesso da missão.
O impacto dessa descoberta me fez repensar cada formação, escolhendo quem me faria menos falta no futuro. Quando chegar a sua vez, você também sentirá o peso dessa responsabilidade.
Se prepare para algo promissor
Minha experiência com Towa and the Guardians of the Sacred Tree foi, mesmo em uma breve sessão, marcante e bastante positiva. Desde sua revelação em junho, tive a impressão de que seria um título capaz de atrair atenção para além do visual, que remete fortemente a um anime.
Após algumas horas explorando, aprendendo, lutando, forjando e interagindo com os moradores de Shinju, fiquei imerso no universo criado pela Brownies, desenvolvedora do game. Tenho certeza de que muitos jogadores compartilharão desse sentimento quando tiverem a oportunidade de experimentar o jogo.
Como obra, há aspectos que poderiam ser mais aprofundados — por exemplo, a possibilidade de herdar habilidades dos guardiões sacrificados, reduzindo o impacto da perda de um personagem com afinidade elemental ou habilidade valiosa, especialmente em momentos avançados da história.
A gestão de elementos como equipamentos e melhorias dos guardiões também pode ser intimidadora. Embora muito seja compartilhado entre todos eles, alguns aspectos são exclusivos de cada personagem, exigindo atenção para manter o grupo sempre bem preparado para as incursões.
No mais, a trilha sonora, a dublagem — tanto em inglês quanto em japonês —, a excelente direção de arte e a jogabilidade acessível sustentam um projeto que já demonstra um nível exemplar de qualidade.
Esperaremos ansiosos
Towa and the Guardians of the Sacred Tree se apresenta como uma experiência que combina emoção, estratégia e um cuidado notável com cada detalhe. Mais do que um roguelite de ação, é um jogo que valoriza personagens cativantes, um mundo rico e mecânicas que desafiam tanto a habilidade quanto a tomada de decisão do jogador.
Mesmo com pontos que podem ser refinados, o que já foi mostrado indica um título promissor, capaz de conquistar pela profundidade de sua narrativa e pelo impacto de suas escolhas. Se a versão final mantiver e expandir o que vimos até agora, este pode facilmente se tornar um dos grandes destaques do gênero em 2025 e além.
Fecho minha prévia deixando aqui meu honesto convite para você experimentar a demonstração que chega na data de hoje para PC e consoles para que possa sentir um pouco desta marcante experiência.
Towa and the Guardians of the Sacred Tree será lançado em 19 de setembro para PC, PlayStation 5, Xbox Series e Switch.
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Texto de impressões produzido com chave de acesso disponibilizada pela Bandai Namco Entertainment

















