Análise: Killing Floor 3 entretém com os seus tiroteios frenéticos e divertidos, ainda que sejam um pouco limitados

Mesmo sem revolucionar o gênero FPS, o jogo de tiro é bonito e com várias mecânicas interessantes.

em 01/08/2025

Além de bastante competitivo, com vários lançamentos chegando frequentemente, o cenário dos jogos de tiro conta com alguns nomes de grande peso. Killing Floor 3 é o mais novo nome a chegar a essa competição, contando com tiroteios frenéticos contra criaturas malignas. Pronto para conhecer mais desse novo lançamento? Escolha sua classe favorita e equipe o seu arsenal mais poderoso, pois vamos começar!

Que o massacre comece

Embora não seja um dos títulos mais famosos do gênero, a série Killing Floor já tem alguma tradição no gênero FPS. O lançamento anterior chegou em 2016, enquanto o primeiro lá em 2009, sempre com um impacto positivo na comunidade, sobretudo pelo suporte competente da produtora. Exclusivo para PlayStation 5, Xbox Series e PC, o game basicamente mantém a sua já conhecida proposta cooperativa.
Começando mais uma rodada
Suas missões seguem um padrão no estilo sobrevivência por rodadas em equipe, que ficam progressivamente mais difíceis. Para compensar, recursos, que são obtidos conforme lutamos em cada turno, podem ser usados para adquirir itens e melhorias. Os inimigos são os Zeds, armas biológicas com aspecto humanoide e que aparecem em várias formas diferentes.
Inimigos monstruosos te esperam
Na prática, essas criaturas não são diferentes de zumbis e semelhantes, só que com uma pegada que mistura bem os elementos orgânico e cibernético. A variação de vilões é respeitável e traz desafios bastante variados durante as fases, ainda que um pouquinho repetitivos. Isso é particularmente verdade para os chefes, que aparecem ao final de cada missão e, mesmo sendo divertidos de enfrentar, se repetem com frequência.
Os chefes reservam alguns dos maiores desafios
Para enfrentar essas criaturas, Killing Floor 3 oferece ao jogador um arsenal considerável, focado principalmente em armas de fogo. Elas aparecem em várias formas diferentes, incluindo submetralhadoras, rifles, fuzis e até espadas. Cada tipo de arma tem características próprias e customizáveis, permitindo a criação de combinações legais e poderosas.

Prepare-se para lutar

As armas disponíveis pertencem a seis classes (chamadas de “Vantagens”) selecionáveis, cada uma com características e habilidades únicas. São elas: Comando, Incendiária, Engenheiro, Atirador Exímio, Ninja e Médico. Enquanto as armas podem ser usadas por qualquer classe, cada uma tem um arremessável e um aparato exclusivo. Por exemplo, a Incendiária conta com coquetel molotov e um dispositivo que dispara um anel de fogo explosivo
O Engenheiro pode acionar equipamentos pelo cenário
Já o Médico tem uma granada que fortalece aliados e enfraquece inimigos, além de um aparato que cria uma barreira que causa cura a equipe e causa dano aos Zeds. Cada classe funciona de forma bem distinta e oferece uma jogabilidade variada inicialmente, o que vale para o game no geral. Gostei bastante do Ninja, com sua espada, arco e shurikens, algo distinto em meio aos demais com suas armas de fogo.
O Ninja tem a característica única de foco no corpo a corpo
Seja qual for a sua classe preferida, é interessante aprender a jogar com todas, visto a importância de como elas se complementam durante as partidas. Como é possível criar times com até seis jogadores, formar uma equipe variada facilita a conclusão das missões. Dessa forma, temos acesso simultâneo a danos elementais como ácido, fogo, gelo, onda acústica, biológico, entre outros.
Causar dano elemental é fundamental para ter sucesso
Além de armas e aparatos por classe, os jogadores têm acesso a seringas de cura e coletes de proteção. Tudo pode ser reposto (ou melhorado/trocado) durante as missões por meio de lojas que podem ser acessadas entre as rodadas. Nesse sentido, é importante fazer bom uso do dinheiro obtido, equilibrando a reposição de recursos com a aquisição de equipamentos.

Poucas, mas boas opções

Atualmente, Killing Floor 3 conta com oito mapas diferentes, cada um com cenários legais e variados. A pegada pós-apocalíptica é meio batida, mas bem implementada, com estações de pesquisa, cidades destruídas e bases militares interessantes. A questão é o número um pouco reduzido de opções, que começam a se tornar repetitivas com o tempo. O mesmo vale para classes e vilões no longo prazo.
Os mapas são poucos, mas podem ter ambientações interessantes
Por outro lado, os personagens têm o mesmo nível de qualidade dos cenários: bonitos e com bom nível de detalhes, embora sem maiores destaques. Em termos técnicos, temos problemas como quedas na taxa de quadros, texturas que demoram para surgir e eventuais travamentos. Embora esse último problema nunca tenha quebrado o jogo, essas breves travas incomodam bastante, sobretudo em meio aos tiroteios.
Jogue com a sua classe favorita para ficar cada vez mais poderoso
Que, aliás, são bem divertidos e frenéticos, sobretudo com uma equipe entrosada. Conforme vamos ganhando missões, obtemos dinheiro e materiais (que nomes curiosos, como metal de sucata, massa cinzenta e aço biológico) que podem ser usados para criar modificadores para as armas. O mesmo vale para as habilidades, que podem ser obtidas e melhoradas conforme obtemos pontos ao jogarmos com as classes.
Nada como usar as armas mais avançadas 
Gostei da velocidade de liberação das melhorias, bastando algumas partidas para podermos obter novidades legais. Por exemplo, um novo conjunto de habilidades é liberado a cada dois níveis, oferecendo flexibilidade para o jogador escolher suas habilidades. Finalmente, Killing Floor 3 também conta com opções cosméticas, incluindo skins para armas e personagens, chaveiros, adesivos, entre outros acessórios.

Bom, com potencial para mais

Ainda que essencialmente divertido e competente, o game, além de um pouco repetitivo, não tem grandes atrativos ou inovações consideráveis. Existem algumas poucas qualidades diferentes, como destruir partes do cenário para ganhar itens bônus e a Hora dos Zed, recurso que carrega conforme eliminamos inimigos e acertamos tiros na cabeça, e oferece vantagens únicas para cada classe.
Alguns inimigos podem ser finalizados se muito enfraquecidos
Fora isso, temos um FPS cooperativo legal, mas razoavelmente padrão. Infelizmente, padrão demais, pois temos a presença de passes de temporada (aqui chamado Passe de Suprimento) e compras de créditos com dinheiro real. Ou seja, a maioria dos itens estão “presos” para quem não quiser gastar; fica a ressalva, entretanto, que aproximadamente um terço das recompensas do passe (atual) de Killing Floor 3 são gratuitas.
Mais um jogo, mais um passe de temporada, digo, suprimentos
Um alento que não resolve essa limitação de acesso aos cosméticos. Felizmente, o jogo não limita acesso às suas mecânicas somente para quem pagar. Portanto, salvo cosméticos, ele funciona da mesma maneira para todos. Inclusive, vale frisar que o título conta com cross-play completo entre as suas três plataformas. Isso facilita bastante a criação de equipes para lutar contra os Zeds, visto que o game depende delas para manter um nível razoável de competição e diversão.
Killing Floor 3 realmente precisa dessas novidades para manter sua base de jogadores
Afinal, com um número limitado de mapas e classes, sem maiores desbloqueáveis, o game pode ficar repetitivo no longo prazo. Não existe uma campanha formal (somente tarefas secundárias que se passam durante as missões) ou modos extras, exigindo que as partidas cooperativas funcionem sempre.  Deixo o registro de que a produtora tem um planejamento interessante para trazer várias novidades importantes nos próximos meses.

Pronto para a luta?

Se considerarmos a proposta principal de Killing Floor 3, podemos dizer que ele é um sucesso: enfrentar ondas de inimigos monstruosos, usando armas e apetrechos poderosos, é sempre divertido, sobretudo com um time entrosado. A questão é que, apesar de ter uma boa variedade no começo, com o tempo as coisas ficam repetitivas e pouco instigantes. Vale a sugestão para fãs de FPS ou jogadores que curtam jogos cooperativos mais radicais.
Um bom jogo, mas que precisa de mais conteúdo

Prós

  • FPS de sobrevivência com temática pós-apocalíptica traz partidas divertidas e com bom nível de desafio;
  • Jogabilidade sólida funciona de forma competente em praticamente todos os elementos do jogo;
  • Desafios e missões são interessantes de realizar no curto e médio prazo;
  • O conjunto total de classes, arsenal e itens oferece uma boa variedade para os jogadores definirem seu modo de jogar;
  • Produção audiovisual é agradável e representa adequadamente a temática do título;
  • Cross-play favorece a criação de equipes, que tornam o game mais divertido e variado.

Contras

  • Game perde apelo no longo prazo pela falta de liberáveis interessantes e repetição dos desafios;
  • Quedas na taxa de quadros, falhas nas texturas e travamentos aparecem com certa frequência.
Killing Floor 3 — PC/PS5/XSX — Nota: 7.5
Plataforma utilizada para produção da análise: PS5
Revisão: Vitor Tibério
Análise redigida com cópia digital cedida pela Tripwire Interactive
OpenCritic
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Matheus Senna de Oliveira
é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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