Wheel World é uma aventura que nos transporta para um universo no qual a bicicleta ocupa o centro das atenções. No papel de Kat, o jogador deve ajudar um espírito errante a recuperar as peças de sua bicicleta lendária, permitindo que ele conclua um importante ritual de passagem entre o mundo dos vivos e o além. Prepare-se para uma análise tão acolhedora quanto um passeio tranquilo de bicicleta no parque.
Kat, Skully e uma magrela desaparecida
A história de Wheel World começa com Kat despertando em um lugar isolado, próximo a um misterioso templo. Curiosa, ela se aproxima do local e acaba conhecendo Skully, um espírito errante. A entidade tem a missão de realizar a Grande Mudança, mas, por algum motivo, perdeu o caminho de volta ao Esgoto dos Espíritos e foi parar no Wheel World — sem sua bicicleta lendária.
Ao perceber que Kat é uma ciclista, assim como quase todos os habitantes do Wheel World, Skully pede sua ajuda para recuperar as peças da bicicleta. Juntos, eles pretendem reconstruí-la para que o espírito possa retornar ao Esgoto dos Espíritos e completar a Grande Mudança, evitando que o mundo entre em colapso.
Sem muita alternativa, a jovem e o espectro se unem. Montados em uma verdadeira sucata sobre duas rodas, a dupla descobre que as peças da bicicleta foram espalhadas e estão em posse dos melhores corredores do Wheel World. Agora, eles precisam percorrer a região, conquistar reputação e vencer os campeões em desafiadoras corridas. Só assim conseguirão reunir todas as peças e cumprir seu inesperado destino para salvar o mundo do caos.
Wheel World é uma aventura de mundo aberto em que foco é a jornada por um mundo que tem o ciclismo como uma de suas principais atividades. Nesta jornada, precisamos guiar Kat e Skully na busca pelas peças da bike lendária que seu novo amigo espectral perdeu.
Para isso, a dupla precisa viajar pelo mundo desafiando outros ciclistas em corridas para obter REP, uma forma de reputação necessária para enfrentar os melhores corredores de cada região do Wheel World. Cada corrida pode render REP ao vencer, chegar entre os três primeiros, coletar as letras K-A-T espalhadas pela pista ou bater o tempo do recordista local.
Além das competições, Kat e Skully também devem visitar santuários onde encontram outros espíritos. Essas entidades fornecem informações sobre pontos de interesse no mapa e ainda concedem melhorias na barra de impulso, usada para ganhar velocidade extra durante as corridas.
No entanto, apenas ser habilidoso no pedal não basta se a bicicleta não acompanha o ritmo. Por isso, é fundamental coletar constantemente novas peças para aprimorar o desempenho da bike. Essas peças podem ser obtidas vencendo adversários, encontradas pelo cenário ou adquiridas com comerciantes espalhados pelo mapa.
A personalização da bicicleta permite experimentar diferentes combinações de partes, adaptando o veículo a diversas situações — como melhor controle, desempenho em estradas de terra ou maior acúmulo de energia de impulso, recurso valioso ao longo da campanha.
Isso sem falar nos visuais estilosos e, por vezes, inusitados que a bike de Kat vai assumindo, trazendo um toque de bom humor à aventura. Essa leveza torna a experiência mais acessível e divertida, incentivando a exploração de um mapa que, embora não seja extenso ou muito detalhado, guarda segredos e recompensas para quem gosta de pedalar por aí.
Uma jornada agradável, mas com alguns poréns
Minha estadia em Wheel World foi, de modo geral, bastante agradável. O clima do jogo transmite tranquilidade e, ao mesmo tempo, consegue cativar à medida que ampliamos nossa compreensão do seu universo. O mundo é sereno para explorar, com poucos pontos de interesse e alguns segredos simples de desvendar — como a busca por peças da bicicleta.
Em nenhum momento, ao consultar o mapa, senti aquela típica sensação de desânimo do tipo “nossa, vou ter que ir até lá?”. Pelo contrário, minha reação sempre foi algo como “ah, é logo ali”. Os pontos de viagem rápida, bem distribuídos pelo cenário, também contribuem para uma locomoção prática e pouco cansativa.
Sair pedalando pelo mapa, atividade recorrente na campanha, se mostrou uma experiência prazerosa — como uma boa volta de bicicleta deve ser. Com o tempo, trocar as marchas no momento certo e acertar a hora de derrapar durante as corridas se tornou algo natural, o que fortalece o gameplay.
Um dos poucos pontos negativos que vale destacar é o desempenho técnico. O jogo apresenta quedas de performance pontuais, mesmo em máquinas que superam os requisitos recomendados para rodar com qualidade gráfica elevada. Esses tropeços ocorrem, sobretudo, em áreas com muitos elementos visuais, e podem quebrar o ritmo da jogatina em momentos-chave.
Outro aspecto que merece crítica é o sistema de colisões. Durante algumas corridas, esbarrar em outros ciclistas não causava qualquer desequilíbrio. Já em outras, toques leves resultavam em empurrões exagerados ou até quedas, tirando Kat do traçado. Em certos momentos, parece que a física do jogo age de forma conveniente — principalmente quando isso favorece o desafio.
Ainda assim, minha experiência com Wheel World foi aconchegante e divertida. O jogo entrega uma proposta casual, embalada por uma trilha sonora suave, mas também reserva um toque competitivo, com corridas e atividades que exigem habilidade para enfrentar os melhores ciclistas da ilha.
Uma pedalada divertida por um mundo vibrante
Wheel World é uma daquelas experiências que abraçam o jogador com sua atmosfera leve, visual simpático e trilha sonora acolhedora. Embora não seja um jogo que aposte em grandes reviravoltas ou desafios complexos, ele sabe exatamente o que quer entregar: uma aventura descomplicada, divertida e envolvente, com uma boa dose de exploração, personalização e mecânicas de corrida que evoluem com naturalidade.
Mesmo com alguns tropeços técnicos e uma física que poderia ser mais consistente, a jornada de Kat e Skully pelo Wheel World se destaca pelo charme, pelo humor e por um gameplay que convida à experimentação e à descoberta. É o tipo de jogo que não precisa gritar para chamar atenção — ele apenas convida você para mais um passeio de bike... e isso, por si só, já vale a viagem.
Prós
- Atmosfera leve e acolhedora, com trilha sonora relaxante;
- Exploração prazerosa, com mapa bem estruturado;
- Sistema de personalização da bicicleta criativo e funcional;
- Mecânicas de corrida acessíveis, que evoluem bem ao longo da campanha;
- Estilo visual carismático, com toques de humor e identidade própria.
Contras
- Problemas de desempenho pontuais;
- Física inconsistente, especialmente nas colisões durante as corridas;
- Mapa pouco detalhado, com segredos simples e número limitado de pontos de interesse;
- Desafios moderados, que podem não agradar quem busca uma experiência mais intensa.
Wheel World — PC/PS5/XSX — Nota: 8.0Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Annapurna Interactive












