Análise: PATAPON 1+2 REPLAY traz uma dupla de sucesso que tem a batida perfeita

Chegou a hora de tirar o pó dos nossos tambores e voltar a marchar ao som de PATA, PON, CHAKA e DON.

em 22/07/2025
Lançado primeiramente em 2007 para o PSP, Patapon foi um dos grandes destaques da trajetória do portátil da Sony e ganhou mais duas sequências em 2008 e 2011. Mesmo com versões remasterizadas dos dois primeiros títulos, agora temos PATAPON 1+2 REPLAY trazendo as ROMs originais em um pacote só. 

Por mais que este seja um retorno familiar ao PlayStation 5, é a primeira vez que a série chega à outras plataformas, marcando sua presença também no PC e no Nintendo Switch.

Bate forte o tambor

Para quem não está familiarizado com a jogabilidade de Patapon, ele traz uma mistura de precisão rítmica e estratégia. Nós somos uma divindade para os patapons, pequenas criaturinhas que vivem em tribos. Suas ações nas fases são pautadas por canções tocadas por quatro tambores: Pata, Pon, Chaka e Don. 

Com a combinação desses sons, entoamos cadências que levam os guerreirinhos de um olho só a marchar, atacar, se defender, fugir, entre outras ações mais específicas. À medida em que tocamos, eles cantam em resposta e realizam os comandos e progridem pelo cenário coletando itens e derrotando ameaças, como criaturas maiores e fortalezas de pedra.

Quanto mais comandos em sequência nós acertamos, seja a repetição de um mesmo ou a mescla de vários, uma vez que seja respeitada a métrica musical, mais o grupo entra em “Fever”, aumentando sua força e até conferindo algumas habilidades especiais ao usar certas combinações rítmicas.

A parte da estratégia começa na hora de gerenciar nossas tropas. Há a possibilidade de elencar nove integrantes ao nosso exército, sendo esses divididos em três pelotões. Eles podem ser criados com os itens que encontramos nas nossas excursões, o que define quais características eles terão: os yaripons, por exemplo, são a unidade básica de ataque, e usam lanças para liquidar inimigos à distância; já os tatepons são uma ótima linha de frente, pois portam escudos e armas de curto alcance, como espadas e machados; isso só para citar alguns.

Os status dos patapons podem ser melhorados com novas armas, escudos e chapéus. Eles aumentam seus pontos de vida, ataque e dano crítico. Quanto mais raros os itens usados para criar e equipar os patapons, mais letais eles se tornam.

Não demora muito para perceber o porquê de Patapon ter feito sucesso no PSP. A ideia de conduzir os heróis com toques de tambor é viciante não só pela criatividade, mas também pelas nuances criadas por nós mesmos na trilha sonora enquanto avançamos. É seguro dizer que dificilmente ouviremos uma música duas vezes da mesma maneira.

Patapon 2 tem a mesma pegada, trazendo novas tropas (toripon, mahopon, robopon e heropon) e inimigos. Além disso, também é possível evoluir cada patapon usando uma árvore de habilidades, o que torna o segundo ligeiramente mais complexo, e consequentemente mais completo, que o primeiro.

A crítica da época até chegou a dizer que a sequência até parecia mais um conteúdo extra do jogo original, já que a estrutura é basicamente a mesma, mas reiterou que isso não era algo necessariamente ruim. Logo, ter os Patapon 1 e 2 no mesmo pacote acaba passando a sensação de uma grande jornada contínua junto aos soldadinhos dançantes. 

Entretanto, um fator que pode se tornar incômodo e que já é esperado em jogos de estratégia é o grinding por itens específicos. A aparição de materiais para criar patapons é aleatória, assim como a raridade deles, então não será incomum repetir uma mesma fase diversas vezes até conseguir o melhor loot possível.

O básico é o bastante… certo?

PATAPON 1+2 REPLAY se limitou a trazer apenas as ROMs e algumas melhorias pontuais. As principais são: seleção de input delay, para adequar o tempo de reação do jogador com o comando dos tambores; seleção de dificuldade entre fácil, médio e difícil; imagens em resolução 4K; e a possibilidade de fixar os comandos das marchas na tela a todo tempo. Porém, a qualidade dos efeitos sonoros parece não ter passado por nenhum refinamento, se mostrando a mesma de quase 20 anos atrás. Ela ainda é ótima, mas poderia receber um leve aprimoramento.

Um recurso que poderia ser implementado é o do save automático. Por ser apenas um compilado das ROMs originais de PSP, REPLAY acaba trazendo o save manual, que atualmente está em desuso. Sempre que progredimos e voltamos ao hub de seleção, temos que salvar o jogo, senão tudo que fizemos é perdido.

Ambos os jogos por si só já oferecem mais de 30 horas de gameplay tranquilamente, mas também não seria ruim ter pelo menos uma jukebox que nos desse a possibilidade de adicionar as batidas dos tambores livremente. Digo isso pois mesmo a trilha sonora sendo muito boa pode ficar difícil, para quem está conhecendo os jogos agora, prestar atenção nas músicas em meio as fases mais complexas. 

Por fim, Patapon 3 acaba fazendo falta nessa coletânea. Por mais que ele já tenha sido relançado no começo deste ano para PS4 e PS5, naquela onda de jogos clássicos que são portados de maneira crua para os consoles da Sony, ter o terceiro título da saga também o apresentaria para as outras plataformas que receberam REPLAY.

Parece que para compensar, foi adicionado um modo multiplayer, no qual os jogadores devem tocar seus tambores para chocar um ovo. Porém, ele só está disponível para a versão de Switch.

PAPAYA!!

PATAPON 1+2 REPLAY é uma dupla que encanta com sua proposta e vicia com sua jogabilidade. Mesmo com a necessidade um pouco exaustiva de repetir tarefas para conseguir itens melhores, a criaturinhas dançantes oferecem muitas horas de desafios rítmicos que justificam grandemente seu sucesso original no PSP.

Prós

  • A junção de jogabilidade com cadências rítmicas e gerenciamento de tropas cria um desafio único que permanece original mesmo depois de quase 20 anos;
  • O estilo visual vibrante e trilha sonora que se modifica a cada partida são um casamento perfeito;
  • Patapon 2 tem ótimas mecânicas, como evolução de tropas e novas variedades de patapons;
  • Mais de 30 horas de jogo garantidas;
  • Melhorias como imagens em alta resolução, seletor de dificuldade e poder fixar os comandos na tela.

Contras

  • Parece que os efeitos sonoros ficaram sem polimento em alguns casos;
  • Ausência de opções como jukebox e salvamento automático;
  • O grinding pode ser cansativo para os jogadores novatos;
  • Multiplayer disponível apenas no Nintendo Switch;
  • Patapon 3 poderia ter sido incluído na coletânea.
PATAPON 1+2 REPLAY — PC/PS5/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS5
Revisor: Juliana Piombo dos Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela Bandai Namco
OpenCritic
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Carlos França Jr.
é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no @carlos_duskman
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