Klaus só queria sentar no sofá com sua gata e curtir seu jogo favorito, mas, após uma tempestade, ele é arrastado para dentro da aventura e agora precisa ser o herói da jornada. Assim começa Klaus Lee: Thunderballs, que traz ação no estilo anos 80, simples e direto ao ponto, com direito a diversas referências.
Hora de virar herói
A tarefa de Klaus é simples: cruzar os mais de 100 níveis, divididos em três ambientes (Templos Perdidos, Cavernas Gélidas e Laboratórios Secretos), superando diversos obstáculos até chegar ao fim e resgatar quem está no final do caminho. Para isso, o explorador conta com algumas ferramentas. Inclusive, vale citar que a jogabilidade lembra muito o clássico H.E.R.O., do Atari 2600.
Todo o deslocamento é feito com uma mochila a jato, que nos possibilita alcançar qualquer altura, porém ela consome combustível, que pode ser reabastecido ao encontrarmos galões pela fase. Para exterminar as criaturas que tentam nos pegar, contamos com um laser de curto alcance, que também consome combustível. Por fim, podemos coletar explosivos, úteis para destruir barreiras.
Os comandos respondem prontamente, apesar da pilotagem da mochila exigir um pouco mais de prática, caso você não esteja acostumado a controlar objetos voadores que se deslocam por espaços apertados.
Nossa performance nas fases é cronometrada, e o tempo final é classificado com medalhas de bronze, prata ou ouro. O que pode incomodar uma parcela dos jogadores é que o nível do desafio escala rapidamente, acrescentando diversos perigos que exigem uma percepção mais aguçada.
Outro ponto que, apesar de fazer parte da proposta, pode causar incômodo é a falta de checkpoints nas fases mais longas, sendo que Klaus só pode cometer um erro durante todo o trajeto. Se ele for acertado, é necessário recomeçar tudo. Esse ciclo de tentativa e erro causa uma repetitividade grande e pode acabar cansando quem quer progredir no modo de jogo principal.
Porém, quem se cansar do conteúdo original oferecido pelo título pode criar suas próprias fases e baixar novos labirintos criados pela comunidade. Isso gera um fator replay infinito, principalmente para quem gosta de se desafiar e colocar seu nome no topo do placar. É só escolher o cenário e o padrão que bem desejar, desde a quantidade de telas até a posição das armadilhas e bichos.
Acima de tudo, um brincalhão
Klaus Lee também tem outro grande aliado para chamar atenção dos gamers: o humor escrachado. Quem tiver um pouco mais de conhecimento sobre cultura pop, seja sobre filmes, desenhos ou outros jogos mais antigos das décadas passadas, com certeza irá reconhecer algumas das frases que o herói improvável acaba soltando ao morrer, ou até mesmo nos nomes das fases. Isso nos leva a sempre ficar de olho em algum tipo de easter egg que pode aparecer, até mesmo nas suas animações ao ser atingido por uma flecha ou laser.
Outro ponto que combina muito bem com a aventura é o estilo artístico em pixel art, trazendo uma ambientação colorida e leve. Isso proporciona um contraste bacana que também evoca a aura de títulos passados. A trilha sonora segue a mesma pegada, mas acompanha a ação de maneira mais discreta.
O jogo oferece uma infinidade de missões secundárias, que variam entre concluir todas as fases de um setor com o tempo da medalha de ouro a exterminar uma grande quantidade de um dos tipos de criaturas estranhas que encontramos pelo caminho. As tarefas mais difíceis são recompensadas com novos trajes.
Uma aventura old school
Klaus Lee: Thunderballs não é o tipo de jogo que traz propostas ousadas, porém cumpre muito bem a missão de entregar um desafio competente e com uma pegada mais retrô. Entretanto, ele pode não ser tão fácil assim de ser digerido pelos jogadores mais novos, que não foram forjados com as aventuras punitivas de uma época mais antiga dos videogames.
Prós
- Mais de 100 fases, além de ser possível criar outras próprias e realizar downloads da comunidade;
- Jogabilidade precisa e responsiva;
- Bom humor e estilo artístico fazem uma combinação atrativa.
Contras
- A dificuldade escala rapidamente, podendo afastar jogadores mais casuais;
- A progressão por tentativa e erro pode tornar a jogatina um pouco cansativa e repetitiva.
Klaus Lee: Thunderballs — PC/PS4/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Alessandra Ribeiro
Análise feita com cópia digital cedida pela Assemble Entertainment