Análise: Juufuutei Raden's Guide for Pixel Museum nos conduz por um museu de puzzles lógicos e informações

O novo jogo de puzzle lógico da Jupiter nos leva a um museu de artes em pixel.

Juufuutei Raden's Guide for Pixel Museum
é o mais novo jogo lançado pela Jupiter no PC e no Switch, tendo a associação com a marca Picross na plataforma da Nintendo. Desta vez acompanhados por Juufuutei Raden, uma VTuber da hololive DEV_IS, exploramos nonogramas com temática cultural como se estivéssemos visitando um museu especialmente selecionado por ela.

Desafios lógicos baseados em pixel

A Jupiter é uma tradicional desenvolvedora de puzzles no formato Picross, que também é conhecido como nonogramas ou “Pixel Puzzle” (nome dado na versão de PC), e o novo título segue os mesmos princípios. Com a temática de um museu de arte interativo com um passeio guiado pela VTuber, cada peça que encontramos é um puzzle para resolvermos.

A ideia desses desafios lógicos é que cada linha e coluna está associada a uma sequência específica de números que definem quantos quadrados devem ser preenchidos. Cada número implica em uma sequência sem interrupções, enquanto ter mais de um para uma mesma linha (“11 3”, por exemplo) indica que será necessário colocar pelo menos um espaço entre as sequências.

O conceito é relativamente simples e o jogo possui bons tutoriais, explicando o que fazer na prática, além de oferecer dicas específicas para ajudar o jogador a dar seus primeiros passos no entendimento da lógica. Há ainda explicações mais específicas de features, como a capacidade de checar erros e voltar em até 100 jogadas anteriores para corrigir ações equivocadas.

Resolver uma linha leva a definir outras que estavam incertas por eliminação de possibilidades, criando assim aos poucos a resposta correta. Com o tempo, desafios mais complexos podem ser resolvidos e o jogo inclui uma boa quantidade de puzzles de todas as dificuldades para que os jogadores possam optar por como querem avançar.

As peças interativas

O jogo pode ser dividido em duas grandes modalidades: Exhibition Floor e Curator’s Private Room. A primeira é a parte central da experiência, sendo o motivo para o jogo ser um “museu de pixel”. Ao todo, são 150 desafios divididos em 10 grupos temáticos, que incluem pinturas e esculturas clássicas representadas em pixel, além de outros elementos culturais tanto ocidentais quanto japoneses.

Cada aba inclui um puzzle especial que fica inicialmente trancado até que o jogador complete cinco enigmas daquele mesmo grupo. Por serem agrupados tematicamente, a dificuldade não escala de forma harmoniosa se o jogador optar por seguir a ordem do menu, mas o jogo faz questão de indicar tanto o tamanho da malha quadriculada quanto um nível de dificuldade que vai de uma a cinco estrelas.

Os desafios vão do tamanho 5x5 ao 40x30 e isso afeta também a expectativa de tempo. Enquanto vários podem ser resolvidos em questões de segundo, alguns podem até demorar mais de hora pela sua complexidade. Se precisar parar, o jogador pode suspender a jogatina, salvando a condição do tabuleiro para continuar mais tarde.

Além do museu propriamente dito, temos o quarto de Raden que inclui o que o jogo chama de “Memory Pixel Puzzles”. Se fizermos uma analogia com a nomenclatura da linha Picross S, eles seriam os Clip Picross, ou seja, aqueles desafios baseados em resolver vários puzzles de porte normal para chegar em uma imagem grande. No caso específico, podemos conferir as memórias de Raden envolvendo sua carreira como VTuber, liberando itens que remetem a experiências e gostos dela.

Um mergulho no museu

Um detalhe que chama a atenção no jogo é a forma como ele de fato tenta encarnar o conceito de visitação de um museu. Enquanto outros jogos da linha Picross, como Records of the Shield Hero ou Namco Legendary Edition, trazem apenas os puzzles em si, temos aqui a presença constante de Raden como guia.

Embora seja relativamente simples, o ambiente do museu é todo apresentado em pixel art com um bom uso de cores e detalhes. A própria Raden também aparece o tempo todo como um sprite animado de corpo inteiro que, durante os puzzles, faz comentários como “Naruhodo” (equivalente japonês a “Entendo”) ou “Sugoi” (“Uau”) em voz alta.

Uma vez concluído um desafio do Exhibition Floor, podemos ouvir os comentários de Raden sobre aquele item. As explicações são bastante interessantes, dando uma chance de entender detalhes culturais que explicam a escolha daqueles objetos como um item de museu. Se forem usados termos muito específicos, temos acesso a glossários com explicações adicionais.

Ter toda essa riqueza de detalhes valoriza a resolução dos desafios e dá a sensação de que estamos de fato tendo um passeio por um museu virtual. Em comparação com outros jogos da Jupiter, porém, é notável a ausência de outros modos de desafio. Não temos nenhum desafio dos tipos Mega e Color, fazendo com que o título tenha menos diversidade do que a linha Picross S, por exemplo. Também há menos puzzles em termos de quantidade, mas a ausência de outros modos é mais notável.

Por fim, vale destacar que a obra traz os elementos de qualidade de vida esperados da desenvolvedora, sendo extremamente confortável resolver os desafios. Temos sistemas de assistência inteiramente opcionais, como a roleta de dicas, autocorreção de erros, conferência de linhas, guia de corretude com cores, rewind para até 100 ações e a possibilidade de ver os tutoriais na tela de pause. Há ainda a possibilidade de usar um Dark Mode para deixar os quadrados escuros em vez de brancos se o jogador preferir.

Uma experiência de puzzle de alto nível

Juufuutei Raden's Guide for Pixel Museum repensa a apresentação dos clássicos nonogramas como parte de um museu, explorando aspectos culturais do Ocidente e do Japão, além de apresentar um pouco dos gostos da VTuber. Embora os jogos da linha Picross S tragam mais variedade, o pacote como um todo aqui é bastante elegante e consegue aproveitar os detalhes para elevar a experiência para além do básico.

Prós

  • A apresentação de cada puzzle resolvido como uma peça de museu traz informações bem interessantes na voz da VTuber;
  • O quarto da curadora traz histórias sobre a VTuber junto com desafios especiais no formato Clip Picross;
  • Experiência confortável repleta de ferramentas de qualidade de vida.

Contras

  • Em comparação com outros títulos recentes da desenvolvedora, temos menos variedade de modos de jogos e conteúdos, além de não ter legendas em português.

Juufuutei Raden's Guide for Pixel Museum — PC/Switch — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: PC

Revisão: Johnnie Brian
Análise produzida com cópia digital cedida pela Jupiter

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Ivanir Ignacchitti
é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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