Em meio a tantos jogos de navinha, há títulos que exageram na quantidade de coisas, e outros que trazem elementos tímidos, que ficam até parecendo uma demo. Nesse segundo grupo está Akinakes, que tinha tudo para ser um excelente jogo, mas parece que, simplesmente, foi largado pela metade.
Já acabou?
Temos aqui um típico shooter de progressão lateral, com um herói sem nome que combate uma ameaça alienígena no meio do espaço. Sem novidades. Contamos com nossos projéteis frontais, que podem ser modificados ao coletar itens pelo caminho. Entretanto, mesmo jogando na dificuldade mais difícil, faz-se necessário ficar mais forte, pois os inimigos parecem de papelão, sendo explodidos rapidamente.
O objetivo é concluir cinco fases para salvar a galáxia do tal perigo estranho, mas o que parece ser uma longa jornada dura apenas 10 minutos. Os continues são infinitos, e é muito fácil lidar com as ameaças interplanetárias no nosso caminho. Nem mesmo os chefes representam algum perigo mais contundente, mesmo trazendo padrões de ataques mais variados que os das criaturas comuns.
Além da dificuldade baixa, mesmo podendo escolher entre fácil e normal, a outra “falha” na jogabilidade acaba beneficiando quem está no controle — pelo menos para quem está no PS4. O rapid fire é acionado involuntariamente, mesmo sem apertarmos o botão de atirar. Ou seja, podemos apenas nos preocupar em guiar a nave, que o “defeito” faz o resto.
Isso torna a conclusão de Akinakes ainda mais fácil, pois é impossível errar os inimigos; e, mesmo se eles passarem por nós, não há nenhum tipo de prejuízo ou surpresa com corpos que mudam sua trajetória para tentar nos acertar.
Um potencial que poderia ser melhor aproveitado
Mesmo com sua curtíssima duração, o trabalho sonoro e visual de Akinakes deve ser ressaltado, pois dá para perceber que houve toda uma dedicação da equipe para criar cinco mundos bastante únicos.
Cada fase tem sua paleta de cores, criaturas e ambientação, elaboradas de maneira caprichada. Devemos cruzar ruínas florestais, laboratórios, labirintos cibernéticos e até o que parece ser o interior de um organismo interplanetário gigantesco. Os chefes de cada área também seguem a mesma pegada, variando do sofisticado ao grotesco, mostrando um excelente trabalho de pixel art.
A trilha sonora também não desaponta, evocando toda a energia retrô que o ritmo de jogo pede. As músicas não são repetitivas e conseguem acompanhar, de maneira bem pensada, o que cada ambiente retrata.
Infelizmente, todas essas qualidades podem passar batido por quem apenas focar em platinar o jogo e deixá-lo na prateleira logo em seguida. Claro que, se houvesse algum outro modo de jogo em Akinakes — como um boss rush, time attack, ou até a possibilidade de jogar com apenas uma vida — isso poderia ser evitado, mas não há nada que gere um fator replay para isso.
Uma jornada que virou uma voltinha
Como um fã de shoot ‘em ups, é frustrante ver um jogo como Akinakes, que poderia ser algo bem maior do que acabou sendo. O trabalho sonoro e visual é excelente, e a jogabilidade até que é decente, mesmo sendo simples. Porém, a falta de uma curva de dificuldade mais contundente e a curta duração acabam afetando tudo o que o jogo poderia proporcionar.
Prós
- Ótimo estilo visual em pixel art;
- Boa trilha sonora, que acompanha os ambientes de cada fase;
- No mais, não deixa de ser uma platina fácil.
Contras
- A duração é muito curta;
- Mesmo jogando na dificuldade mais alta, é um jogo bem fácil de concluir;
- Não há modos extras que promovam a rejogabilidade do título;
- O botão de tiro “trava”, criando um rapid fire acidental.
Akinakes — PC/PS4/XSX — Nota: 5.5Versão utilizada para análise: PS4
Revisor: Mariana Marçal
Análise feita com cópia digital adquirida pelo redator










