Lançada em 10 de outubro de 2024 pela Netflix, A Lenda de Lara Croft, com seus oito episódios, marca a primeira série animada da icônica exploradora de relíquias. Apesar de ter recebido avaliações mistas em sites como o IMDb, onde estreou com nota 5,5, uma segunda temporada já foi confirmada pela Netflix. Tendo isso em mente, vamos analisar a primeira temporada da série.
Uma Lara mais humanizada ou quase isso
As aventuras de Lara Croft e seus amigos, no seriado, se passam após os eventos do último jogo da trilogia mais recente, Shadow of the Tomb Raider. Na trama, a personagem tenta retomar sua vida normal na Mansão Croft. Mas, com medo de encarar os traumas desenvolvidos durante os jogos, ela prefere doar todas as relíquias "adquiridas legalmente" por seu pai para se livrar do passado. No entanto, durante um leilão, uma antiga caixa chinesa que continha uma pedra sagrada é roubada. Isso coloca Lara em uma perseguição ao redor do mundo para recuperar a caixa, salvar o mundo de um vilão mal desenvolvido e resolver seus problemas pessoais.
A premissa da série é simples, similar à dos jogos. Contudo, enquanto nos games temos uma das melhores versões da personagem, — sendo carismática, inteligente e lidando com seus erros e acertos de forma madura — na série, vemos uma Lara mimada com todos os seus amigos, imatura, irresponsável e nada inteligente. Há cenas em que ela se comporta como uma idiota, incapaz de ter um simples diálogo. A única semelhança que essa versão tem com sua contraparte dos jogos são suas habilidades de combate. Vale ressaltar que as cenas de ação da série são os melhores momentos dela, onde a animação mais tenta se destacar.
A premissa da série é simples, similar à dos jogos. Contudo, enquanto nos games temos uma das melhores versões da personagem, — sendo carismática, inteligente e lidando com seus erros e acertos de forma madura — na série, vemos uma Lara mimada com todos os seus amigos, imatura, irresponsável e nada inteligente. Há cenas em que ela se comporta como uma idiota, incapaz de ter um simples diálogo. A única semelhança que essa versão tem com sua contraparte dos jogos são suas habilidades de combate. Vale ressaltar que as cenas de ação da série são os melhores momentos dela, onde a animação mais tenta se destacar.
Claramente, o motivo dessa mudança brusca na Croft é tentar torná-la mais humanizada. Teria sido interessante ver assuntos que ficaram um pouco fora de foco nos jogos recebendo mais atenção aqui. Como a relação de Lara com Sam (personagem importante do primeiro jogo), sua forma de lidar com a perda de seu mentor e pai, e a responsabilidade de gerenciar a fortuna de sua família. Contudo, como a exploradora passa 90% do tempo fugindo dos problemas, quando eles são finalmente explorados, já estamos no final da série e cansados de aturar a personagem.
Uma aventura desengonçada
Tirando um pouco o foco da protagonista, a animação e a trilha sonora são boas: elas funcionam, mas não se destacam. Sempre parece faltar algo na animação, como mais criatividade nas cenas de ação ou nos cenários em geral. Ocasionalmente, é possível notar alguns personagens estáticos. Além de Hayley Atwell como Lara Croft no elenco de dublagem original, Earl Baylon reprisa seu papel como Jonah Maiava. Na dublagem em português, também temos Natalia Alves na protagonista e Francisco Junior como seu melhor amigo.
Ainda assim, mesmo o ótimo elenco de dubladores não consegue segurar ou salvar o desenrolar desastroso da história. No decorrer dos episódios, a trama só acrescenta elementos sem parar para desenvolver os que já foram estabelecidos. Isso resulta em um vilão mal desenvolvido, uma protagonista mal resolvida, cenas sem peso e personagens novos sem graça. Além disso, os elementos místicos, que eram presentes nos jogos, são bem mais extrapolados na série, tornando-a uma das aventuras mais "doidas" da personagem.
Ainda assim, mesmo o ótimo elenco de dubladores não consegue segurar ou salvar o desenrolar desastroso da história. No decorrer dos episódios, a trama só acrescenta elementos sem parar para desenvolver os que já foram estabelecidos. Isso resulta em um vilão mal desenvolvido, uma protagonista mal resolvida, cenas sem peso e personagens novos sem graça. Além disso, os elementos místicos, que eram presentes nos jogos, são bem mais extrapolados na série, tornando-a uma das aventuras mais "doidas" da personagem.
Sobre o vilão Charles Devereaux, ele se encaixa no estereótipo de "nós somos iguais". Porém, como já ressaltado, devido à falta de desenvolvimento, ele acaba se tornando apenas esquecível e cafona, com diálogos vazios (como todos os do seriado) e uma filosofia fraca que todo antagonista tenta usar para manipular a heroína.
Um final esperado
Em conclusão, temos um seriado que possuía muito potencial, mas acaba por ser apenas mais uma animação medíocre da Netflix. Com roteiro fraco e uma animação boa, mas sem criatividade, resultando em uma primeira temporada com conclusão fraca. Embora uma segunda temporada já tenha sido confirmada, mas ainda sem data de lançamento, acredito que seria muito difícil que a sequência aprenda com suas falhas e melhore.
Mesmo assim, ainda recomendo a série para os fãs da exploradora ou para quem deseja conhecer a personagem. É apenas uma questão de assistir à série sem grandes expectativas e aguardar a segunda temporada ou a nova série live-action sendo produzida pela Amazon Studios.
Revisor: Johnnie Brian