Lançado em 19 de maio de 2025 pela Hooded Horse e desenvolvido pela Sad Socket, 9 Kings é um roguelike estratégico de cartas por turno, produzido pelo youtuber e cofundador da Sad Socket, André Young (Andrezitos), conhecido por abordar temas diversos em seu canal — entre eles, o desenvolvimento de jogos indie.
Sobre o jogo
A premissa do jogo é bem simples: não possui história ou contexto do que está acontecendo. Tudo o que o jogador precisa saber é que deve proteger o rei enquanto se prepara e se fortalece para enfrentar o rei inimigo.
O jogo funciona por meio de baralhos, em que cada rei possui nove cartas, cada uma com uma funcionalidade diferente — como torres, feitiços, construções, tropas e o próprio rei —, que também possui uma habilidade especial, usada pelo próprio jogador durante as batalhas (ou deixada no modo automático, caso não queira microgerenciar).Mas atenção jogador: você não é o único a ficar mais forte. Os reis inimigos também evoluirão; suas tropas causarão mais dano e terão mais vida. A cada turno, a quantidade de inimigos aumenta consideravelmente, forçando você a traçar estratégias diferentes sempre — tendo em mente que deve misturar os baralhos para formar combos diferentes.Como o nome do jogo sugere, existem nove reis (até o momento, já que há planos de lançarem novos reis em futuras atualizações): Rei do Nada, Rei dos Feitiços, Rei da Ganância, Rei do Sangue, Rei da Natureza, Rei da Pedra e Rei do Progresso. Cada rei possui um atributo que condiz com seu nome. Por exemplo, enquanto o Rei do Nada é o rei inicial, que lida com tropas e construções convencionais, o Rei da Natureza é focado em cura e habilidades passivas que deixam suas tropas mais resistentes.
Quando você mistura a habilidade de cura do Rei da Natureza com uma tropa pertencente ao baralho do Rei do Nada, é possível tornar a tropa quase imortal, a depender do quão fortes estiverem suas cartas. Isso permite diversas combinações, muitas vezes inesperadas, tornando o jogo viciante pelo aspecto de tentativa e erro.O jogo sempre começa com você estando em guerra contra outros dois reis, sendo que também terá de enfrentar uma “rebelião” de suas próprias tropas (já que você é o rei das tropas do seu baralho). Ao longo dos turnos, diversos eventos podem ocorrer — como entrar em guerra com mais um rei ou fazer as pazes com um dos reis com quem está em conflito.
A cada turno, passa-se um ano e, então, o jogador será apresentado a três opções de cartas relacionadas ao rei que acabou de derrotar. Entrar em guerra ou declarar paz é muito importante para a sua estratégia, já que é a batalha de cada turno que define de qual baralho virão essas três opções de cartas.
Ao longo dos turnos, também será possível adquirir vantagens especiais, como aumentar em 20% a chance de as tropas e torres causarem dano crítico, dobrar a vida das tropas ou aplicar envenenamento às tropas inimigas sempre que as suas tropas receberem dano.
Mas cuidado: você só tem três vidas! Se morrer, começa tudo de novo. A única coisa que se salva de uma tentativa para outra são as habilidades passivas adquiridas, que são aplicadas ao baralho antes do jogo começar — afinal, é um roguelike.Progressão
O jogo não é pretensioso a ponto de te prometer algo que ele não é. Sua simplicidade e os gráficos em pixel art cativantes possibilitam que diversas pessoas tentem se aventurar em montar uma estratégia eficiente com as cartas que são apresentadas. Seja na hora de escolher qual rei jogar, quais passivas habilitar ou quais cartas selecionar ao longo do jogo, a experiência geral dos jogadores casuais será razoavelmente tranquila.Por outro lado, o jogo ainda peca em balancear a experiência a partir de determinado ponto. A expectativa é que, conforme o jogador avance, ele consiga compreender melhor a mecânica das cartas e quais são as combinações mais eficientes. Mas, à medida que se avança nos níveis de dificuldade, é perceptível o quanto o jogo se torna desafiador — especialmente para aqueles não habituados a jogos de estratégia.
Isso geralmente não é um problema, já que se espera o aumento de dificuldade de um jogo conforme se avança nele. Mas, em 9 Kings, a impressão é de que a curva de dificuldade muda bruscamente muito cedo. O desequilíbrio é ainda mais perceptível quando você derrota o rei inimigo no fim da partida e lhe é dada a opção de continuar jogando no modo infinito, em que os inimigos dobram de dificuldade exponencialmente.De toda forma, apesar da questão da curva de dificuldade, o jogo continua satisfatório, não se tornando um impeditivo. Vale lembrar que o jogo foi lançado recentemente em acesso antecipado — o que significa que ainda passará por muitas atualizações, equilibrando determinadas cartas, incrementando novas funcionalidades, habilidades, reis e modos de jogo, como o modo de desafios e o modo competitivo, que já estão previstos para serem lançados.
Vale a pena?
9 Kings é um jogo promissor, lançado com mais de 5 mil análises positivas na Steam. Tornou-se um título brasileiro de destaque, sendo extremamente viciante e muito divertido. É o típico jogo para passar o tempo — principalmente quando você se habitua com as cartas e habilidades e sequer precisa ler o que a carta faz — sendo, em certa medida, até relaxante.
É recomendável para amantes de jogos de estratégia, especialmente se também gostarem do estilo roguelike. Mas quem estiver explorando o gênero de estratégia não vai se arrepender — só precisa de paciência para aprender os melhores combos.
Revisão: Mariana Marçal
Texto de impressões produzido com cópia digital adquirida pelo próprio redator