Rune Factory: Guardians of Azuma busca levar a franquia a novos patamares

O novo título da Marvelous promete evoluir os sistemas clássicos da série e chegará ao PC, Switch e Switch 2 em 5 de junho.

em 23/05/2025
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Rune Factory: Guardians of Azuma será a mais nova entrada na série da Marvelous, conhecida por mesclar elementos de simulação de fazenda com combate em tempo real. Iniciada como um spin-off da franquia Story of Seasons (antiga Harvest Moon), a série encontrou seu próprio caminho ao longo dos anos e agora se prepara para dar um salto ambicioso com um título que promete expandir significativamente as possibilidades de sua fórmula.

Vale destacar que o jogo será lançado em 5 de junho para PC, Nintendo Switch e Nintendo Switch 2 e que as informações a seguir foram reunidas com base em divulgações oficiais da Marvelous.

Um mundo devastado à espera de cura

A nova aventura se passa em Azuma, uma terra oriental inexplorada pela franquia até então e fortemente inspirada na cultura japonesa. Infelizmente, o equilíbrio da região foi destruído por um evento cataclísmico conhecido como Celestial Collapse (Colapso Celestial), quando um objeto colossal caiu do céu, lançando fragmentos do território aos céus e mares. 

Esse impacto interrompeu o fluxo vital das runas e causou o desaparecimento dos deuses da natureza. Como consequência desse desastre, as montanhas ruíram, os campos secaram, a vida local entrou em colapso e toda a região foi contaminada por um elemento misterioso referido como Blight (Praga). 

É nesse cenário devastado que o jogador assume o papel de Subaru ou Kaguya, dois amigos de infância que, segundo os desenvolvedores, compartilham um destino entrelaçado. Após sonhar com dragões em combate, o protagonista escolhido ouve uma voz interior que lhe oferece o poder de se tornar um Earth Dancer (Dançarino da Terra), uma figura capaz de purificar a terra e restaurar o equilíbrio de Azuma.


Relacionamentos potencialmente mais profundos

Como nos títulos anteriores da série, Guardians of Azuma manterá os pilares da simulação social, permitindo interagir com os moradores, entregar presentes, estreitar laços e até mesmo iniciar romances e construir uma família. Desta vez, entre garotos e garotas, haverá 16 candidatos amorosos.

Segundo os desenvolvedores, todo o sistema de relacionamentos foi reformulado para oferecer mais profundidade e opções de interação. Neste game, o jogador poderá escolher entre vários tópicos durante as conversas e convidar os personagens para participar de diversos tipos de atividades.

O interessante é que esses laços também terão reflexo direto nas mecânicas de combate, uma vez que, quanto maior a afinidade com um personagem, mais habilidades ele desbloqueará e mais forte se tornará. Vale destacar ainda que conseguiremos formar grupos com até três aliados para explorar masmorras e enfrentar os desafios, algo que promete aumentar bastante o nível de estratégia e o dinamismo dos confrontos.

Visualmente, Guardians of Azuma também promete dar um salto notável em relação aos seus antecessores. Embora Rune Factory 5 tenha sido o responsável pela transição da série para os gráficos totalmente em 3D, ele ainda dependia fortemente do uso de retratos 2D estáticos durante os diálogos.

Como podemos notar nos trailers, nessa entrada, os modelos 3D dos personagens serão utilizados de forma integral, com animações e expressões faciais que parecem ser mais sofisticadas para transmitir toda a carga dramática das interações. Se bem executado, esse novo visual pode representar uma evolução marcante para a série.

Inovando com a construção de vilas

Outro grande destaque de Guardians of Azuma é o sistema de construção e revitalização de vilas. Com ele, o jogador será responsável por reconstruir quatro vilarejos temáticos, representando as estações do ano, e poderá posicionar livremente estruturas e decorações, o que trará um toque de personalização muito maior do que o que vimos na franquia até o momento.

Com o crescimento das vilas, novos moradores surgirão e poderão ser designados para tarefas como agricultura, mineração ou coleta de madeira. Como se pode imaginar, cada cidade contará com clima, flora, recursos e festivais próprios, o que promete tornar cada região verdadeiramente única. Além disso, as estruturas construídas vão impactar diretamente nos atributos do protagonista, como força, defesa e pontos de vida.

Embora Rune Factory seja uma série bastante querida justamente por mesclar elementos de simulação de fazenda com ação, essa combinação nem sempre atinge um equilíbrio ideal. Mesmo nos melhores títulos, a rotina agrícola por vezes parece desconectada do ritmo das batalhas, e vice-versa, criando a sensação de que estamos diante de dois excelentes sistemas que coexistem e não se atrapalham, mas que nem sempre se complementam de maneira perfeitamente fluida.

Dado que, em grande parte dos jogos, é possível acumular dinheiro com os recursos obtidos nas masmorras, e considerando que a campanha costuma exigir o uso de itens agrícolas apenas em momentos pontuais, o cultivo frequentemente pode ser deixado de lado sem grandes prejuízos à progressão. Ainda que as atividades de plantio ofereçam melhorias em atributos do protagonista, o nível e a maestria no uso de equipamentos costumam ter um peso muito maior no desempenho em combate, que, por sua vez, raramente apresenta um grau elevado de exigência.

Guardians of Azuma, no entanto, parece pronto para enfrentar esse desafio com a introdução do sistema de construção de vilas. Considerando que as estruturas erguidas impactam diretamente nos atributos do protagonista, e que, potencialmente, os recursos agrícolas serão essenciais nesse processo, ao mesmo tempo em que a exigência nos campos de batalha tende a ser maior, investir no plantio e no desenvolvimento das cidades promete trazer benefícios práticos e duradouros para toda a jornada.

Dessa forma, esse novo sistema, somado ao já existente ganho de status por meio das atividades de campo, pode ser a chave para integrar de forma mais orgânica as duas metades do jogo — o combate e a vida no campo — em uma experiência ainda mais coesa e recompensadora. Ainda assim, para aqueles que não se engajam tanto com o cultivo, o sistema de combate mais refinado e a agilização do plantio com o uso dos Sacred Treasures, elementos que abordaremos adiante, devem garantir que o jogo continue muito atraente por outros caminhos.

Sistema de combate aprimorado

No campo das batalhas, Rune Factory: Guardians of Azuma também promete introduzir mudanças significativas à fórmula da série. Além das tradicionais armas de curto alcance, como espadas e lanças, os jogadores finalmente poderão empunhar arcos, que contarão tanto com ataques rápidos em sequência quanto com disparos mais precisos com mira.

Outra adição importante são os Sacred Treasures (Tesouros Sagrados), artefatos místicos que substituem o tradicional sistema de magias e oferecem habilidades especiais únicas em combate.

Vale destacar que esses objetos também desempenham um papel fundamental fora dos combates, sendo utilizados na purificação da terra para remover a praga que assola a região. Na agricultura, por sua vez, eles terão funcionalidades práticas e valiosas, como reviver plantas murchas, acelerar o crescimento de hortaliças ou regar as plantações, o que promete adicionar ainda mais dinamismo à já consagrada rotina de fazenda da série.

Ao observar os trailers divulgados, fica evidente que o sistema de combate de Rune Factory: Guardians of Azuma será consideravelmente mais robusto do que o dos títulos anteriores. Os trechos apresentados sugerem uma variedade maior de golpes, animações mais fluidas, colisões mais impactantes e um ritmo de ação mais envolvente. 

Além disso, os inimigos parecem ser mais diversos e memoráveis, tanto entre os oponentes comuns quanto entre os chefes. Outro ponto que chama atenção é a participação dos aliados, que aparentam ser mais ativos e eficazes durante as batalhas, reforçando, assim, a importância da formação de equipes e do aprimoramento de vínculos entre os personagens.


Um novo e ambicioso passo para a franquia

As melhorias no sistema de combate, o aprofundamento nos relacionamentos, a inclusão dos Sacred Treasures, os visuais mais detalhados e a introdução do sistema de construção de vilarejos indicam um projeto ambicioso, sugerindo que, com Rune Factory: Guardians of Azuma, a série está pronta para dar um passo adiante em sua fórmula já consagrada.

Caso todas essas novidades sejam bem implementadas, o título tem potencial para se tornar um dos capítulos mais marcantes da franquia, oferecendo uma experiência coesa, dinâmica e recompensadora, na qual cultivar a terra e enfrentar monstros finalmente caminham lado a lado em perfeita harmonia. Agora, resta aguardar o lançamento para descobrir se o jogo realmente entregará tudo o que promete.


Rune Factory: Guardians of Azuma — PC/Switch/Switch 2
Desenvolvedora: Marvelous
Gênero: Simulador de fazenda/RPG de ação 
Lançamento: 5 de junho de 2025
Revisão: Farley Santos
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Lucas Oliveira
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