Após resolver mistérios no PC, Switch e Xbox, Duck Detective: The Secret Salami chegou ao PlayStation 5 trazendo todo seu bom humor característico e a seguinte questão: quem roubou o almoço do pessoal?
Quem mexeu no meu lanche?
A vida de Eugene McQuacklin não parecia estar em um bom momento. O detetive recém-divorciado estava passando por dificuldades financeiras e emocionais, até que um novo caso chega a sua porta: alguém roubou o almoço de uma funcionária do departamento de transporte público da cidade, mas até mesmo esse chamado veio carregado de mistério.
Antes de começar a história de fato, temos uma rápida introdução às mecânicas do jogo no próprio apartamento do detetive pato. Ao vasculhar alguns papéis importantes, aprendemos como são feitas as deduções, sempre no esquema de completar um espaço em branco na caderneta até que a anotação faça sentido completo.
Já de início, Duck Detective apresenta duas maneiras de ser jogado. A primeira é baseada mais na história, com dicas frequentes para ajudar na investigação, enquanto a outra é focada em deixar o jogador deduzir tudo, sem dar dicas.
Não há muito o que falar sobre a jogabilidade, visto que é basicamente só clicar e coletar informações, mas ainda assim as coisas carregam um certo humor que ajuda a envolver o jogador. Ao conversarmos com um desconhecido, por exemplo, além de coletar informações para saber quem ele é e o que faz, também podemos usar a lupa para checar detalhes que ficam nas entrelinhas, mas ajudam muito posteriormente.
Sendo assim, a narrativa acaba ganhando mais ênfase e ela é surpreendentemente boa para um jogo que dura aproximadamente três horas. Por mais que tudo comece com um crime que parece bobo, logo mais problemas são revelados e um grande esquema é revelado. Tudo isso com ótimas piadas e trocadilhos bem sacados.
Entretanto, para esse tipo de jogo faz muita falta textos em português. Quem não dominar o inglês vai acabar perdendo grande parte dos diálogos criativos entre Eugene McQuacklin e os acusados.
Está tudo nos detalhes
Para um jogo que alia investigação e bom humor, o visual deve ser leve, e Duck Detective escolheu uma direção artística que lembra um livro infantil. Tudo é bastante colorido e os personagens se mexem como se estivessem recortados pelo ambiente. Desde o protagonista até os funcionários, todos eles têm um charme único de um grupo que merecia até mesmo uma animação própria.
Desde a girafa recepcionista, que sofre com o esquecimento do seu aniversário, até o jacaré do T.I. que é nosso fã de carteirinha, cada diálogo renderia facilmente um episódio.
A trilha sonora e a dublagem fazem um contraponto interessante, pois elas são carregadas e sérias, cheias de dramaticidade, como se seguissem a vibe noir dos 1930. Na teoria, nem parece que visual e áudio combinam, mas na prática, essa combinação casou certinho e potencializou o charme da experiência do jogo, ao ponto de nem notarmos o tempo passar quando chegamos ao final.
Elementar, meu caro pato
Duck Detective: The Secret Salami é aquele tipo de jogo que te prende do início ao fim e tem tudo combinado na medida certa: humor, desafio e carisma. Só é uma pena que acabe rápido e não tenha localização no nosso idioma, mas ainda assim é muito válido resolver este mistério pelas lentes de Eugene McQuacklin.
Prós
- Os enigmas são fáceis e intuitivos de resolver, mesmo com as dicas desativadas;
- O visual colorido casa muito bem com as atuações sérias e trilha sonora noir, criando um charme único;
- Ótima dublagem;
- Narrativa cheia de surpresas e momentos cômicos sem ser forçado.
Contras
- Curta duração
- Ausência de textos em português.
Duck Detective: The Secret Salami — PC/PS5/XBO/XSX/Switch — Nota: 9.0Versão utilizada para análise: PS5
Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Happy Broccoli Games