Análise: Taiko no Tatsujin: Rhythm Festival apresenta o carisma e a cultura musical oriental através de tambores

Última versão da popular série rítmica, antes exclusiva do Switch, está disponível agora para as plataformas atuais.

em 07/11/2024
Dentre os jogos rítmicos da indústria, Taiko no Tatsujin é uma das séries mais populares no Oriente. Centrada no taiko, um tradicional tambor japonês de percussão, a franquia surgiu nos fliperamas e rapidamente conquistou popularidade no Japão, expandindo-se para os consoles com lançamentos em diversas plataformas. 


No Ocidente, no entanto, a série permaneceu desconhecida pelo grande público por muitos anos. Houve uma tentativa inicial de adaptação com Taiko: Drum Master para PS2, que substituiu as músicas originais por faixas mais familiares ao público ocidental. Só recentemente, porém, começamos a receber versões mais autênticas, focadas no repertório musical japonês. 

Com o lançamento de Taiko no Tatsujin: Rhythm Festival em 2022, exclusivo para o Switch, a série Don-chan e companhia chega agora aos consoles modernos e ao PC, representando uma excelente porta de entrada para uma série tão única.

Solta o pancadão

Como mencionado, o instrumento principal em Taiko no Tatsujin é o tambor taiko. Se você não está familiarizado, imagine um grande tambor com uma membrana sintética que juntos proporcionam um som grave e reverberante. A borda do instrumento também tem um som característico, mais agudo e, juntos, formam uma ferramenta de percussão bem interessante e eficiente.

Diferente de outros jogos de ritmo baseados em instrumentos, como Rock Band e Guitar Hero, em Taiko no Tatsujin há apenas dois tipos de “notas”: vermelho, representando a parte central do tambor, com o som japonês “DON”, e azul, representando a borda, com o som “KA”. As notas alternam dependendo da música. Todas as faixas apresentam pelo menos quatro variações de dificuldade, que aumentam a frequência de notas e aumentam a complexidade da jogatina.


Ocasionalmente, há “notas” maiores que pedem que batamos em ambos os lados do taiko (ou pressionemos dois botões ao mesmo tempo), além de notas especiais, como uma linha amarela onde podemos batucar freneticamente, e um taiko dourado que precisa ser “estourado” ao batermos consecutivamente com força.

Essa simplicidade torna Taiko no Tatsujin fácil de aprender, exigindo pouco tempo para se adaptar aos controles. Podemos jogar com o periférico de tambor via USB, com controles convencionais, ou teclado. O jogo apresenta três layouts distintos para o joystick, mas infelizmente não permite personalizar os botões, além de não dar nenhuma opção adicional no esquema de teclado.

A seleção musical de Rhythm Festival é focada na cultura japonesa e, como nas edições recentes, dividida em categorias: anime, com aberturas, encerramentos e trilhas de animes como Spy x Family e Naruto; Vocaloid, com canções interpretadas por vozes artificiais simulando idols japonesas; game music, com músicas de jogos orientais; classical, incluindo música clássica; pop, com sucessos populares no Japão; variety, com temas de filmes e algumas trilhas ocidentais; e NAMCO Originals, compostas especialmente para o jogo.


Para aproveitar o jogo, é necessário que o jogador goste ou esteja aberto a músicas asiáticas. No meu caso, apesar de não conhecer muito do repertório popular no Japão, a proximidade com animes e Video Game Music me deixou mais receptivo. Foi divertido explorar as faixas aleatoriamente e conhecer músicas interessantes — até adicionei algumas à minha playlist no Spotify.

Rhythm Festival traz mais de 70 músicas na versão base e algumas extras na versão premium, totalizando mais de 100. O repertório, embora varie bastante, tem mais faixas originais e de pop que de jogos, por exemplo. É uma pena que as músicas da Nintendo na versão do Switch, como os medleys de Zelda e Mario, não estejam na versão multiplataforma — o que já era esperado.

Para expandir a seleção, o jogo oferece o Taiko Music Pass, com acesso a mais de 500 músicas, incluindo faixas de edições anteriores. O passe mensal custa R$ 21,50 (com desconto de 30% na primeira compra), sendo uma boa opção para ampliar o repertório.

Bate forte o tambor

Rhythm Festival apresenta uma variedade de modos para explorar o mundo de Taiko no Tatsujin. O Taiko Mode é o mais básico: escolhemos uma música, definimos a dificuldade e tentamos aprimorar nosso desempenho no taiko. O jogo também conta com o Improvement Support, uma espécie de modo de treino em que podemos praticar uma faixa repetidamente ou focar em sessões mais complexas para aperfeiçoar.

Para momentos de descontração, há três modos focados no multiplayer local: Don-chan Band, que forma uma banda dividindo as notas entre quatro taikos (que simulam outros instrumentos), embora limitadíssimo pelo baixo repertório; Run! Ninja Dojo, onde até quatro jogadores competem para acertar mais notas durante uma corrida musical; e Great Drum Toy War, um duelo musical entre dois jogadores com armadilhas, como notas falsas ou obstáculos que atrapalham a visão das notas — sendo o modo mais longevo, com estrutura de missões.

Ao concluir músicas em qualquer modo, ganhamos moedas que podem ser usadas na loja para comprar roupinhas para o Don-chan, mascotes, instrumentos com sons variados (como 8-bit), e títulos para o perfil. Essa customização adiciona um toque ao modo online, que inclui partidas ranqueadas e lobbies privados — que não consegui testar devido ao período de review, mas ouvi boas recomendações da versão de Switch.

Outro elemento motivador é a seção de recompensas, que funciona como uma espécie de “passe de batalha”. Jogando, evoluímos e desbloqueamos itens para a loja, moedas, e novas cenas com Don-chan e Kumo-Kyun em sua busca para se tornarem os maiores Drum Masters.

A apresentação dos menus, como de praxe na série, é adorável, com uma estética japonesa charmosa. Tive apenas alguma dificuldade inicial para navegar no menu de músicas, além de enfrentar alguns loadings um pouco demorados, especialmente ao conectar à internet.

Um festival de qualidade e carisma

Taiko no Tatsujin: Rhythm Festival é a introdução perfeita para quem quer se aventurar no mundo único dos tambores nipônicos. Com uma seleção musical robusta na versão base que já garante bastante diversão — e ainda pode ser expandida —, o jogo oferece uma tonelada de conteúdo para desbloquear. Fácil de aprender e acessível, é ideal tanto para jogar casualmente e desestressar quanto para animar uma festa com muita batucada.

Prós:

  • Ótima porta de entrada para a franquia, com simplicidade e suporte para aprendizado com o modo Improvement Support;
  • Mais de 70 músicas, oferecendo repertório diversificado em gêneros japoneses;
  • Vários modos para explorar, com recompensas divertidas;
  • Estilo artístico único, com o carisma da cultura japonesa;
  • Passe pago adiciona mais de 500 músicas a um preço acessível.

Contras:

  • Loadings frequentes, ainda que curtos, ao navegar pelos menus;
  • Sem tradução dos textos para português;
  • Poucas músicas disponíveis no modo Don-chan Band.
Taiko no Tatsujin: Rhythm Festival — PC/PS5/XSX/Switch — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Bandai Namco
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Estudante de enfermagem de 25 anos, está nesse mundo dos joguinhos desde criança. Fã de games com vibe mais arcade e arqueólogo de velharias, mas não abandona experiências mais atuais. Acompanha a mídia de podcasts, dublagem e ouvinte assíduo de VGM. Pode ser encontrado como @AlecFull e semelhantes por aí.
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