Análise: Spirit Mancer é uma aventura recheada de ação e carisma

Aventure-se no Inferno em uma grandiosa jornada para retornar ao seu mundo.

em 21/11/2024
Spirit Mancer é uma aventura fascinante que apresenta uma visão única do inferno. Controlando dois habilidosos caçadores de demônios em sua jornada de retorno ao mundo deles, explore um cenário vibrante, cheio de carisma e ação, enquanto mergulha em uma história repleta de personagens cativantes e referências aos clássicos jogos de plataforma.

O Inferno precisa de ajuda

Spirit Mancer conta a jornada de Sebastian e Mary, habilidosos caçadores de demônios que, durante uma missão, acabam sendo transportados acidentalmente para o Inferno. Eles estavam acompanhados por Jonathan, pai de Mary, e May, uma jovem apaixonada por tecnologia.

Logo de início, o universo chama atenção ao apresentar um Inferno completamente diferente do imaginário popular. Nada de odores de enxofre ou labaredas de fogo ou rios de lava. Aqui, o cenário é um mundo vibrante, simpático e colorido, habitado principalmente pelos Anans, seres antropomórficos suínos.

Os Anans acreditam que Sebastian e Mary são os Escolhidos, heróis profetizados para salvar o mundo da ameaça demoníaca liderada por uma rainha maligna, que almeja dominar tudo. Sebastian, conhecido por sua teimosia, não aceita essa ideia tão facilmente. Ele está focado apenas em reunir o grupo e sair desse caos. Porém, ao receber a Spirit Mancer, uma poderosa arma capaz de assumir diferentes formas, ele percebe que lutar contra as forças demoníacas é inevitável.

Sem outra alternativa, Sebastian, Mary e os aliados que encontram ao longo da jornada decidem ajudar os Anans. Derrotar a rainha não é apenas essencial para salvar aquele mundo, mas também a única forma de retornar ao seu próprio e continuar sua luta como caçadores de demônios.

Entre espadas e cartas

Spirit Mancer é um jogo de plataforma no estilo hack’n slash, com suporte para até dois jogadores em modo cooperativo. Cada jogador assume o papel de Sebastian ou Mary, protagonistas que embarcam em uma jornada pelo encantador e singular mundo do Inferno. A história é contada através de missões principais, que introduzem gradualmente novas atividades e personagens.


Os heróis dispõem de ataques corpo a corpo, armas de fogo e uma habilidade especial proporcionada pela Spirit Mancer, que permite aprisionar inimigos em cartas de baralho. Essas cartas podem ser usadas para invocar os inimigos capturados como assistentes durante os combates.

Os inimigos possuem barras adicionais, além da de vida, representadas por três cores: verde (vulnerável a ataques corpo a corpo), azul (vulnerável a armas de fogo) e roxo (vulnerável a ataques de assistentes). A mecânica central do combate exige que o jogador explore essas fraquezas para maximizar o dano.

A maioria dos inimigos apresenta ao menos duas barras de defesa, o que incentiva o uso estratégico de tipos de armas específicas. Quando todas as barras de um inimigo são destruídas, ele entra em um estado de vulnerabilidade temporária, permitindo ser selado como carta e liberando gemas, usadas para comprar melhorias para os heróis, ou simplesmente finalizá-lo para obter algumas moedas de ouro.

Cada carta tem um valor associado, limitando a quantidade que pode ser armazenada no baralho. Ao alcançar o limite máximo de pontos, o jogador deve utilizar as cartas disponíveis para invocar demônios, liberando espaço no baralho.

Embora essa regra se aplique a quase todos os inimigos, chefes não podem ser selados, mas podem ser atordoados ao perderem suas barras de defesa. Essa dinâmica é o núcleo da jogabilidade, incentivando o uso estratégico de armas variadas, como espadas, chicotes, arcos, pistolas, bazucas, armas de água e outras adquiridas ao longo da jornada.

Curtindo o inferninho

Spirit Mancer oferece não apenas uma narrativa divertida e envolvente, mas também uma variedade de atividades extras que complementam a experiência, evitando que o foco fique exclusivamente em combates e na progressão da história.

Essas atividades enriquecem a imersão no universo do jogo. Missões secundárias incentivam o retorno a áreas já exploradas para cumprir objetivos específicos, como derrotar inimigos ou encontrar itens. Concluir essas missões desbloqueia novas tarefas e interações na cidade dos Anans, ampliando o conteúdo disponível.

À medida que avançamos, novas atividades são liberadas, como pesca, plantio de árvores para obter ingredientes de invocação, encontros com personagens e aprimoramento de equipamentos usando moedas e gemas. Essas tarefas diversificadas garantem um ritmo dinâmico e mantêm o jogador engajado.


Minha experiência foi marcada por horas explorando o Inferno mais colorido que já vi, acompanhando uma história divertida e interagindo com personagens carismáticos. Apesar disso, encontrei algumas limitações na jogabilidade, especialmente na troca de armas durante combates e na mobilidade ao executar combos. Não poder cancelar animações para iniciar novos movimentos ou esquivar com precisão exigiu adaptação à física do jogo.

A coleta de cartas é uma das tarefas mais desafiadoras. Com cerca de 100 cartas disponíveis, é necessário invocá-las para utilizá-las sem reencontrar o demônio correspondente, além de reunir recursos suficientes para isso. Admito ter dado menos atenção a essa mecânica devido ao tempo limitado para produzir esta análise, mas, do que experimentei, fica claro que é um objetivo recompensador para os colecionadores de troféus e conquistas.


Um dos grandes destaques do jogo é sua apresentação. Spirit Mancer impressiona com animações bem elaboradas e cutscenes cativantes que enriquecem a narrativa. A localização em português está excelente, com poucos erros pontuais que não comprometem a experiência geral. Além disso, a trilha sonora acompanha o alto nível de qualidade, com composições que tornam a jornada ainda mais prazerosa.

Uma aventura e tanto

Spirit Mancer é um título que combina ação, narrativa e exploração de forma criativa, entregando uma experiência divertida e cativante. Ele brilha ao apresentar um mundo vibrante e personagens carismáticos, aliados a uma jogabilidade que, embora tenha algumas limitações, é rica em possibilidades estratégicas. Para os fãs de hack’n slash e de jogos cooperativos, é uma aventura que merece ser explorada.

Prós

  • Mundo único e visual encantador, com um Inferno fora do convencional;
  • Narrativa divertida com personagens cativantes;
  • Variedade de atividades extras que mantém o jogo dinâmico;
  • Cutscenes animadas de alta qualidade e excelente localização em português;
  • Trilha sonora marcante que enriquece a experiência.

Contras

  • Mobilidade limitada durante os combates, prejudicando a execução de esquivas e ataques;
  • A dinâmica de coleta de cartas adiciona um elemento de colecionismo que pode tirar um pouco o foco da experiência geral;
  • Modo cooperativo limitado ao ambiente local.
Spirit Mancer — PC/PS5/Switch — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pela Dear Villagers
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Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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