Blast from the Past

The Incredibles: Rise of the Underminer (Multi) — A verdadeira sequência que foi esquecida

Relembre a melhor adaptação do clássico da Pixar para os videogames.



Os anos 2000 foram regados por excelentes animações que fizeram mais feliz a infância dos que cresceram nessa década. Se você foi uma dessas crianças, com certeza acompanhou clássicos da Pixar como Carros, Monstros S.A., Toy Story e Os Incríveis. Nessa época, os jogos baseados em filmes eram uma tradição. Todo grande lançamento dos cinemas rapidamente ganhava uma adaptação para os videogames. A maioria deles era horrível e feito às pressas para tentar surfar no sucesso do filme, mas um jogo conseguiu se destacar no meio de tantos: The incredibles: Rise of the Underminer.


Hoje em dia é raro vermos jogos baseados em filmes. Cada vez mais o tempo e o dinheiro necessários para se criar um jogo aumentam, mas nos anos 2000 o cenário era diferente. As empresas sabiam que as crianças iriam querer um jogo do filme que acabaram de assistir assim que saíssem dos cinemas. Isso gerou uma leva de jogos tão ruins e de baixa qualidade que acabaram manchando a imagem dos jogos de filmes, o que seria revertido posteriormente com X-men Origins: Wolverine, Middle-earth: Shadow of Mordor, Mad Max e Alien: Isolation.

Os Incríveis também não é uma exceção a essa regra. Antes de Rise of the Underminer, a franquia recebeu um jogo para acompanhar o lançamento do primeiro filme em 2004. O jogo não tem nada de especial e apenas reconta a mesma história do filme de uma forma inferior e cheia de momentos “eletrizantes” para tentar se passar por um bom jogo. Apesar de ter vendido relativamente bem na época — muito por conta do grande sucesso do filme —, era nítido que os desenvolvedores não tiveram tempo para fazer um bom jogo.


Porém, em 2005, todos foram surpreendidos com o lançamento de um segundo jogo para a franquia, dessa vez não recontando a mesma história do filme, mas se propondo a ser uma sequência.

Vários heróis, mas só dois jogáveis.

O maior desafio de criar um jogo com vários heróis diferentes é fazer todos eles serem únicos e interessantes. O defeito do primeiro jogo foi não conseguir fazer com que os quatro personagens principais (Sr. Incrível, Mulher Elástica, Flecha e Violeta) fossem bons de controlar durante a aventura. O segundo jogo adota uma decisão bem corajosa para resolver esse problema: ter apenas dois personagens jogáveis. Na pele de Sr. Incrível e Gelado, o jogador irá enfrentar o exército subterrâneo do Escavador, vilão que aparece ao final do primeiro filme.

O jogo se passa quase que inteiramente nos subterrâneos da cidade, onde por muitos anos o Escavador criou secretamente seu exército de robôs malignos, esperando pacientemente o momento certo para emergir e dominar o mundo. Ele só não contava com a família Pêra para atrapalhar seus planos.

Apesar de o segundo filme, lançado em 2018, não levar o jogo em consideração, é interessante ver a ideia para uma sequência que os desenvolvedores tinham na época, e essa foi por muito tempo a única continuação da história que tínhamos.


Uma ótima experiência cooperativa

Mesmo podendo ser jogado solo, toda a aventura foi pensada para ser aproveitada em cooperativo do início ao fim, em que, além de descer a porrada nos robôs, os jogadores terão que se ajudar usando seus diferentes poderes para prosseguir nas fases. Enquanto o Gelado pode congelar os robôs e criar pontes de gelo, o Sr. incrível pode arremessá-los, derrubar paredes e destruir os inimigos com mais facilidade.

Essa cooperação entre os jogadores é extremamente divertida e traz um frescor para o combate, já que cada personagem é interessante à sua maneira e vai se tornando cada vez mais legal à medida que os jogadores liberam novas habilidades durante a jornada.

Essa cooperação também é colocada à prova nas lutas contra chefes, que, mesmo não sendo muitas, facilmente são as melhores partes do jogo; não se tratando apenas de bater no chefe até sua barra de vida se esgotar, mas com cada jogador fazendo pequenas funções no cenário para derrotá-lo.


Não tem nada para arremessar no chefe? Sem problemas, Gelado pode criar várias bolas de neve arremessáveis. O inimigo não abre brecha para um ataque? Sem pânico, apenas congele-o e desça a porrada nele. Tem um campo de força protegendo o chefe? Não tema, apenas destrua as células de energia para liberar o caminho.

Todos esses verbos fazem Rise of the Underminer ser uma ótima experiência cooperativa para qualquer um e para todas as idades.

Mas vale a pena jogar hoje em dia?

Se você está em busca de um jogo leve, simples e divertido para jogar com o(a) cremoso(a) naquele sábado de folga ou quando seus primos do interior vêm te visitar, Rise of the Underminer é uma ótima pedida. Não importa a sua idade ou o seu gênero favorito, o jogo vai te arrancar algumas gargalhadas.


Ele pode ser divertido mesmo jogando sozinho, mas para os solitários existem opções melhores. Lembre-se de que todo o potencial desta obra só é alcançado quando o controle dois está ligado.

Revisão: Ives Boitano


Um “arqueólogo de games” que adora falar das gemas ocultas do mundo dos jogos, tem o PS3 como console favorito e ama um bom hack and slash. Mesmo apreciando os jogos modernos, não dispensa uma boa velharia obscura do tempo que videogame era movido à lenha. Segue o pai.
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