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Análise: Geometry Survivor (Multi) é simples, minimalista e caótico

Sobreviva a hordas de formas geométricas neste título com pegada arcade que não traz nada de novo ao gênero.

E cá estamos para falar de mais um roguelite de sobrevivência conhecido como bullet heaven. Acho que já cheguei a comentar em outras oportunidades como esse gênero acabou se tornando um de meus preferidos nos últimos tempos e, por consequência desse interesse, acabo me aventurando em diversos jogos com essa pegada.

O jogo da vez é Geometry Survivor, que possui uma estética peculiar. No entanto, sua dinâmica e seu estilo de jogo não diferem muito de outros títulos que já experimentei, como Vampire Survivors e seus clones. Vamos ver o que este jogo com design minimalista e psicodélico tem a oferecer.

Linhas psicodélicas

Geometry Survivor coloca o jogador no controle de uma nave geométrica em um cenário espacial, enfrentando hordas infinitas de inimigos que tentam destruí-lo. O objetivo é sobreviver por 20 minutos, o que é mais desafiador na prática do que parece.


Ao destruir inimigos, eles deixam pequenos pontos azuis que concedem pontos de experiência à nave. Ao acumular pontos suficientes, a nave sobe de nível, permitindo ao jogador escolher uma entre três opções de armas para aumentar seu poder ofensivo, com foco em área, dano concentrado e controle. Além disso, há pontos amarelos que servem como dinheiro para comprar melhorias permanentes na loja do jogo antes de cada partida.

A principal característica de Geometry Survivor é sua estética minimalista que remete aos antigos arcades da década de 1980, na qual o ambiente, os itens, os inimigos e os cenários são representados por formas geométricas simples. Isso evoca a nostalgia de jogos da época, como no saudoso Atari 2600, cujos gráficos básicos eram suficientes para estimular a imaginação e mergulhar os jogadores no mundo do jogo. Efeitos sonoros simples e uma trilha sonora de ritmo eletrônico completam a experiência audiovisual.

Menos é mais… até demais

Geometry Survivor oferece uma jogabilidade viciante, típica desse gênero, mas peca ao priorizar a apresentação em detrimento do conteúdo. O jogo carece de um enredo ou uma história, mesmo que simples, para justificar seu conceito. Ao iniciar uma partida, somos levados diretamente à seleção da nave e, em seguida, lançados em uma tela preta enfrentando os primeiros inimigos.


Ao contrário de outros jogos do mesmo gênero, a arena é delimitada, impedindo que os jogadores corram infinitamente para escapar dos inimigos. A dificuldade aumenta rapidamente, com os inimigos se tornando mais numerosos e agressivos. Após cerca de 5 minutos de jogo, a falta de armas eficazes torna a derrota quase inevitável.

Em várias sessões de jogo, me foi necessário jogar repetidamente para acumular dinheiro e comprar melhorias permanentes. Somente após várias tentativas é possível alcançar os 20 minutos exigidos para vencer o jogo. Lá pela décima partida eu finalmente consegui uma vitória. Como recompensa, podemos desbloquear diferentes naves, cada uma com atributos únicos, como maior velocidade de movimento, seleção aleatória de upgrades ou um único ponto de vida.


No entanto, a variedade de armas é limitada, a trilha sonora se torna repetitiva rapidamente e os visuais vetoriais das armas e inimigos podem causar confusão visual, especialmente durante momentos mais caóticos do jogo. Embora isso ainda contribua para uma experiência divertida, também aumenta a tensão, pois um erro pode resultar em morte acidental.


As conquistas do jogo também carecem de inspiração, consistindo em simplesmente sobreviver por cada minuto da partida. Adicionar conquistas relacionadas ao uso de armas específicas, naves ou eliminação de certos tipos de inimigos poderia proporcionar uma motivação adicional para os jogadores que buscam desafios mais diversificados. Deu pra notar uma “preguicinha” na hora de desenvolver esse aspecto do jogo.

Um caos de luz e sons

Geometry Survivor oferece uma experiência de jogo centrada em uma jogabilidade viciante, típica dos roguelites de sobrevivência com estilo bullet heaven. No entanto, o jogo deixa a desejar ao priorizar a estética e a apresentação em detrimento de conteúdo que possa agregar mais valor ao produto como um todo. Apesar de suas falhas, ele ainda é capaz de chamar a atenção dos jogadores com sua jogabilidade desafiadora e estética única. Para os fãs do gênero, pode ser uma adição interessante à sua biblioteca de jogos, proporcionando algumas horas extras de entretenimento e bons momentos de desafios.

Prós

  • Jogabilidade viciante e desafiadora, típica do gênero.
  • A variedade de naves com atributos únicos ainda oferece diferentes abordagens estratégicas.
  • A estética minimalista e psicodélica evoca nostalgia, conferindo um charme peculiar ao jogo.

Contras

  • A limitação na variedade de armas torna a experiência repetitiva rapidamente;
  • A trilha sonora é empolgante no início, mas logo fica bem chatinha;
  • Os visuais podem causar confusão visual durante momentos de intensa ação na tela.
Geometry Survivor — PC/PS4/XSX/XBO/Switch — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pela Brain Seal Ltd.

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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