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Análise: Mail Time (Multi) é um plataforma simples e fofinho, com alguns bugs mas ótimas intenções

Dê vida a um carteiro iniciante que precisa começar sua rotina de entregas em um pequeno vilarejo.

Já pararam para pensar no quanto um carteiro se esforça para sempre entregar uma mensagem? Faça chuva, faça sol, a missão de garantir que as pessoas recebam seus pacotes sempre é cumprida. Em Mail Time, temos que realizar entregas de cartas entre os habitantes de um colorido vilarejo em um simples, mas carismático jogo de plataforma.

Entrega para você!

Logo de início, podemos customizar nosso aspirante a carteiro, escolhendo o nome e alguns itens, como chapéu, seus pronomes, cor da roupa e da pele, mochila e o tipo de artefato que ele, ela ou ile usará para planar.

Assim que o personagem é inserido na comunidade como um Carta-camarada iniciante, temos que circular pelo mapa conversando com cada um dos moradores do local para entender suas necessidades e entregar suas mensagens uns aos outros. Quanto mais entregas realizamos, mais emblemas ganhamos.

Apesar de não oferecer um nível de dificuldade acentuado, podendo ser finalizado em menos de uma hora, Mail Time é uma aventura leve e com personagens cativantes. Além de levar mensagens, temos que encontrar itens pelo caminho, que fazem parte das missões, além de coletar as essências de cogumelo, que funcionam como o colecionável da aventura.

Esses elementos tornam o jogo ideal para o público infanto-juvenil, pois é fácil completar todas as missões e os comandos são simples: basta andar, pular e planar no ar. Além disso, os textos em português são uma ótima pedida para quem está em processo de alfabetização. Não há uma urgência ou ordem a ser seguida, o jogador é livre para explorar tudo tranquilamente no ritmo que achar melhor.

Troféu extraviado

Os visuais cartunescos e coloridos contribuem bastante para que toda ambientação seja amigável, como uma animação igual às que assistíamos na televisão aos finais de semana na hora do café da manhã. Isso torna perdoável a evidente falta de polimento nos modelos tridimensionais que encontramos pelo caminho, desde os personagens até elementos do cenário, como cordas flutuantes.

Mesmo em um espaço relativamente curto, temos uma boa variedade de elementos, que vão desde um pântano cheio de explosivos a uma mesa de piquenique gigante, com direito a garrafas de vinho e pedaços de queijo que servem como plataformas. Entretanto, há alguns leves deslizes, principalmente na versão de PS4, utilizada para esta análise.

Sempre que ganhamos um emblema novo, há uma mensagem gigante que cobre a tela inteira, como se fosse uma carta de felicitação. Por duas vezes, uma delas apareceu e não sumiu. Para prosseguir, fui obrigado a encerrar o jogo e reiniciá-lo.

Ainda sobre os emblemas, eles estão ligados diretamente ao sistema de troféus. Quem jogar no PS5 poderá platinar o jogo tranquilamente, mas o mesmo não acontece no PS4. Até o momento de conclusão deste texto, o troféu “Bico” (Side Hustle) continuou impossível de ser conquistado. Isso aconteceu com algumas outras conquistas, mas bastou eu concluir o jogo novamente que elas apareceram.

Além disso, há momentos em que o Carta-camarada que controlamos flutua no nada, subindo em plataformas invisíveis ou ficando longe da superfície de contato. Por outro lado, se deixamos de planar e cairmos direto, o personagem fica achatado, como se fosse sumir, mas volta ao normal assim que tocamos o solo.

Outro problema está na localização dos textos, que contém alguns erros de tradução. Não é nada que impacte o entendimento de cada situação, pois elas são bastante ilustrativas, mas ainda assim não seria de todo um mal ter uma revisão para tornar os termos mais precisos.


Por fim, a trilha sonora é agradável, sendo que cada espaço tem seu tema, só que eles tocam repetidamente enquanto estamos na mesma área. Isso pode incomodar um pouco, ainda mais porque o mapa é pequeno e visitamos os mesmos lugares constantemente. Seria melhor se uma mesma canção perdurasse por mais de um espaço e fosse trocada após seu término, pois se ficamos em uma fronteira entre regiões, indo para lá e para cá, a música vai ficar se alternando como se fosse um disco travado.

Uma entrega bacana em um pacote simples

Mail Time não é perfeito e talvez é aí que esteja seu charme. Ele não se preocupa em ser polido ou preciso, apenas quer entregar uma aventura tranquila para os jogadores curtirem sem pressa. No mais, ainda há algumas coisas que precisam ser corrigidas, principalmente na versão de PS4.

Prós

  • Uma aventura leve que não exige urgência para ser terminada;
  • O estilo cartunesco e colorido torna o universo do jogo bastante cativante;
  • É ideal para um público mais jovem.

Contras

  • Alguns erros de tradução e polimento;
  • Troféus que não aparecem após a conquista;
  • Bugs que exigem a reinicialização do jogo;
  • Músicas em looping constante.
Mail Time  — PS4/PS5/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisor: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Freedom Games

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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