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Análise: Headbangers: Rhythm Royale (Multi) é a disputa definitiva entre pombos

Encare uma série de provas em uma curiosa gincana para juntar farelos e se tornar o rei dos torneios.

Com a ascensão dos battle royales, uma infinidade de ideias surgiu para juntar um grupo de pessoas em disputas acirradas pelo primeiro lugar. Headbangers: Rhythm Royale aposta na fórmula de minigames em grupo, como se fosse uma grande gincana, só que com pombos.

Partindo para a revoada

Ao todo, 30 participantes devem competir em quatro rounds eliminatórios para ver quem será coroado o pombo vencedor de cada torneio. A cada rodada passada, um número de jogadores vai ficando pelo caminho, afunilando a disputa. 

O diferencial de Headbangers está no fato de que a maioria de suas provas tem como base a ênfase no ritmo e elementos sonoros. Elas envolvem jogos como “siga o mestre”, memorização de cores e posições, identificar sequências de sons antes dos outros participantes, fazer gols em uma mesa de pebolim e até uma espécie de Guitar Hero, com pistas de notas variadas.

A pontuação de eliminação é determinada pelos acertos e tempo de reação nas provas, e ainda é possível coletar itens para atrapalhar os outros pombos. O vencedor recebe pontos de experiência e farelos de pão, utilizados como moeda para compra de itens dentro do jogo. Entretanto, mesmo com uma variedade de mais de 30 minijogos, muitos deles têm mecânicas similares entre si, o que acaba trazendo aquela sensação de repetitividade constante.

Para vocês terem uma ideia, cada rodada tem seu conjunto fechado de minigames; ou seja, alguns só podem ser jogados na primeira, outros na segunda e assim por diante. Logo, mesmo com a escolha aleatória, é totalmente possível jogar quatro deles que tenham um mesmo esquema.

Por outro lado, alguns dos que fogem à regra têm seus próprios problemas. O mais destoante é justamente o de fazer um gol ao chutar uma bola de pebolim (ou totó), que é lançada em diferentes velocidades. Imitando uma transmissão televisiva, banners de propaganda aparecem para aumentar a dificuldade ao ocultar a trajetória da bola. Não nego que seja interessante, mas essa prova em específico é uma das que causam mais frustração e podem resultar em uma eliminação precoce do torneio.

Outro fator que limita a diversão é que não existe mais nada a se fazer além de entrar em um servidor online, encarar uma disputa, ganhar ou perder e partir para a próxima. Não há nenhuma outra opção para quem quer se divertir de maneira local ou apenas experimentar cada prova de maneira isolada, mesmo sem ter nenhuma recompensa cosmética.

Columba Fashion Week

Se os minigames de Headbangers trazem uma diversão mais contida, a parte de customizar o nosso pombinho para as gincanas é bastante criativa. As migalhas de pão que ganhamos servem para comprarmos acessórios, como perucas, óculos, jaquetas e até vozes para a ave. A loja tem itens cíclicos, que mudam diariamente, além de fantasias completas, como de lutador de sumô, punk e mariachi. Mesmo comprando um traje completo, podemos misturar apenas um ou dois itens dele com quaisquer outros que estejam no nosso guarda-roupa.

Outra maneira de liberar fantasias é cumprindo missões, que envolvem participar de uma certa quantidade de torneios ou obter pontuações específicas e bons desempenhos em algumas provas. É aí que Headbangers tenta impor seu fator replay ao jogador, na base do grinding, pois cumprir as missões leva tempo e a quantidade de migalhas que ganhamos, mesmo quando vencemos, é bem aquém dos custos que temos na loja.

Ainda assim, eu passei boas horas combinando penteados, óculos, jaquetas e cordões em um pombo com voz de peru. O visual cartunesco e colorido traz um tom cômico bastante apropriado aos bichinhos, como se fossem aquele personagem secundário de animação que acaba roubando a cena por fazer algo absurdo e carismático.

A parte sonora não compromete, até porque ela é vital para o funcionamento do jogo. Logo, cada ruído e tema é pensado para casar com a prova em questão. E mesmo prestando atenção nas deixas sonoras, não deixa de ser engraçado um bando de pombos, cada um fazendo um som diferente e com uma roupa mais maluca que a outra enquanto tentamos ser o melhor de todos.

Pombo Royale

Headbangers: Rythm Royale tem um carisma inegável, mas fica refém do conteúdo inteiramente focado em um modo só e da apresentação simplória. Quem sabe após o lançamento de alguns pacotes de conteúdo e minigames extras ele se torne mais atrativo, já que novos modos de jogo parecem improváveis.

Prós

  • Personalizar pombos é mais atrativo do que parece;
  • Os minigames em si são divertidos;
  • Visual colorido e criativo;
  • Bom trabalho sonoro que se torna imprescindível para os minijogos.

Contras

  • Só é possível jogar os minigames nos torneios online, de maneira aleatória;
  • A maioria das provas são estruturalmente idênticas;
  • Alguns dos minijogos são punitivos demais, como o do pebolim;
  • Apresentação muito simples;
  • Se torna repetitivo muito facilmente.
Headbangers: Rhythm Royale  — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisor: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Team17

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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