Hands-on

BGS 2023: testamos Like a Dragon: Infinite Wealth (Multi) e nos rendemos ao feitiço havaiano

O vulgarmente conhecido como "Yakuza 8" está disponível para teste na BGS 2023 em demo inédita no Ocidente.




Like a Dragon: Infinite Wealth (Multi), o oitavo título principal da série anteriormente conhecida como Yakuza, promete dar continuidade à história de Ichiban e sua trupe ao chacoalhar a estrutura de RPG introduzida em Yakuza: Like A Dragon (Multi). No entanto, esta vez, os cenários urbanos japoneses dos distritos de Kamurocho e Isezaki Ijincho foram deixados para trás em favor da ensolarada e exótica Havaí. 

Na Brasil Game Show 2023, a Sega ofereceu aos visitantes uma oportunidade única de experimentar uma demonstração jogável no estande, ao lado de Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Man (Multi). O GameBlast, por sua vez, teve a oportunidade de testar esse novo título em primeira mão no evento, confira nossas impressões. 




A primeira coisa a se perceber na versão disponível de Like a Dragon: Infinite Wealth é a tentativa válida de colocar em uma única demonstração jogável todas as principais características da série em termos de jogabilidade. Isso significa que logo de cara o jogador é introduzido ao ensolarado céu havaiano com uma rápida cutscene de Ichiban Kasuga viajando de avião e, em seguida, se deparando em uma contenda contra alguns arruaceiros locais ao lado de sua party já formada.

Essa é a oportunidade perfeita para introduzir o sistema de batalha de imediato. Logo de cara, é seguro afirmar que a série principal continuará com a abordagem de RPG apresentada no título anterior, mas com algumas diferenças notáveis no sistema de batalha que denotam evolução.

A primeira delas, a mais evidente, é que agora é possível controlar a movimentação dos personagens pelo cenário durante seus respectivos turnos, enquanto no anterior isso se dava de forma automática. Em seguida, logo tentamos compreender as novas classes assumidas pelos outros personagens no time de Ichiban: dançarina, cujas habilidades envolvem fazer os oponentes chacoalharem o esqueleto, e motorista turístico, cujo ataque especial é colocar os inimigos em uma van de transporte turístico e pular do carro enquanto o atacante fica de costas para uma bela explosão.




Outra mudança substancial e cuja utilização se mostrou bem recorrente durante as brigas é a implementação de combos entre os personagens na party, em que dois personagens se unem para desferir um ataque combinado contra os oponentes. Adicionalmente, efeitos pontuais durante os combates, como utilizar alguns elementos de cenário, também são possíveis durante o processo, bem como o sistema de summon (quando Ichiban usa seu telefone para ligar e "invocar" uma mão amiga).

Apesar de haver certo debate a respeito da necessidade da presença do então já aposentado Kazuma Kiryu, protagonista dos seis primeiros jogos, e das implicações de jogabilidade em action brawler que ele traz consigo, deu para sentir que o enfoque é justamente no sistema de RPG, uma vez que o gameplay muda para o de um jogo de ação somente quando chega no turno do Kiryu e sua habilidade temporária é utilizada com o apertar de um botão, quando ele simplesmente quebra a quarta parede ao destroçar a interface de RPG de turno e sair para a porradaria irrestrita.

Uma vez encerrado esse combate introdutório e o jogador já entendeu como funciona o núcleo básico do sistema de batalha, ele fica livre para explorar uma porção compacta do Havaí, um verdadeiro recorte do jogo completo no sentido em que é possível explorar todo o mapa, entrar em conflito direto, no meio da rua, contra os arruaceiros locais e realizar atividades diversas.




Para isso, o time de Ichiban tem acesso a um incrível patinete elétrico, uma espécie de sucesso espiritual do que Lost Judgment já havia feito com o skate, já que era um pouco demorado atravessar o distrito de Ijincho a pé e consideravelmente chato ter que depender do táxi (por conta das telas de carregamento). Mais do que simplesmente agilizar o movimento, é possível determinar o trajeto e fazer com que a trupe percorra o caminho todo no piloto automático. 

Dentre algumas possibilidades — como o Karaokê que, infelizmente, não traz Baka Mitai (a famigerada “Dame Dame”, para os não iniciados) — a que mais se destaca é o minigame de entrega de comida que já foi anteriormente comparado com outra marca da Sega, Crazy Taxi. Há também algumas substories, como a de uma garota apaixonada que quer entregar uma carta ao seu crush; a de um chef de cozinha que precisa de um garçom para ajudá-lo em seu restaurante; e uma terceira em que o jogo basicamente se transforma em Pokémon Snap, mas com homens sarados japoneses fazendo poses no lugar dos Pokémon, e Ichiban precisa fotografá-los enquanto faz um passeio de bondinho. 





Apesar dessas atividades paralelas, há um objetivo final claro determinado no mapa. Chegando lá, uma rápida cutscene desemboca em um eletrizante confronto de chefe contra um enigmático policial local. No entanto, a trama acerca de tal personagem permanece um mistério, já que a demonstração abruptamente chegou ao fim, deixando os jogadores sedentos por mais informações. 

É importante destacar que essa demo marca a primeira vez que os fãs ocidentais tiveram a oportunidade de experimentar o jogo, uma vez que ela anteriormente só esteve disponível na Tokyo Game Show, que ocorreu em setembro deste ano. 


Like A Dragon: Infinite Wealth está previsto para ser lançado no PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series e Xbox One no dia 26 janeiro de 2024. Uma versão de demonstração — que não se sabe se será a mesma aqui testada — virá de brinde para quem adquirir o Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name, que sai no mês que vem. 


É jornalista formado pelo Mackenzie e pós-graduado em teoria da comunicação (como se isso significasse alguma coisa) pela Cásper Líbero. Tem um blog particular onde escreve um monte de groselha e também é autor de Comunicação Eletrônica, (mais um) livro que aborda história dos games, mas sob a perspectiva da cultura e da comunicação.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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