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Análise: Thunder Ray (Multi) é um ótimo boxeador, mas nocauteia rápido demais

Na pele do maior pugilista do mundo, temos que entrar em um torneio intergaláctico e combater uma série de criaturas bizarras na base do soco.

Quando você já é o melhor no que faz em todo o mundo, o jeito é ser desafiado por seres de outros planetas. Thunder Ray é um boxeador feroz e absoluto que terá que dar um corretivo em diversas criaturas extraterrestres que acham que podem com ele em um ringue.

Rápido como um raio

Para controlar as luvas de Thunder, o esquema de jogo é semelhante ao clássico Punch-Out: os quatro botões de comando servem para socos, sendo que dois deles são para o corpo e os outros dois na cabeça, variando entre mão esquerda e mão direita; os direcionais servem para esquiva lateral, abaixar e bloquear.

Quem já jogou algum título de boxe similar vai pegar o jeito rápido. Quem nunca tentou também não encontrará dificuldades, uma vez que a lógica é bater no oponente e se atentar ao seu movimento corporal para se preparar para evitar ou bloquear os golpes recebidos. Ainda contamos com ataques especiais devastadores que, quando usados na hora certa, levam o oponente à lona.

A resposta dos comandos de soco é rápida e ótima para os jogadores que têm uma postura mais agressiva. Entretanto, caso haja a necessidade de fazer uma esquiva após vários jabs consecutivos, o controle vai demorar um pouco para responder, e isso dá abertura para Thunder tomar uma surra.

Mesmo jogando na dificuldade mais alta, é só uma questão de tempo para aprender o padrão dos rivais e explorar suas brechas para ganhar os três rounds. Também vale dar crédito aos rivais, que têm padrões de ataques bem criativos. Entretanto, a campanha de Thunder Ray em si é curtíssima.

Após superarmos o primeiro desafiante, seguimos uma sequência de mais sete combates e acabou. Jogando na dificuldade média, levei menos de 30 minutos para vencer todos os oponentes. Eu entendo que o título se propõe a uma diversão rápida, mas não seria ruim ter mais alguns modos de jogo ou a possibilidade de controlar os outros lutadores. Até mesmo a opção de personalizar as roupas de Thunder Ray seria bem-vinda.

Um grupo focado

Mesmo que Thunder Ray seja muito curto, até mesmo para um arcade, a equipe da Purple Tree Studios merece os parabéns pelos aspectos visual e sonoro, além da jogabilidade que, mesmo com algumas falhas leves, é bem simples e dinâmica. A desenvolvedora argentina contou com menos de 10 profissionais para fazer o jogo. 

Apesar de ter apenas oito lutas, sempre há uma cena animada, narrada pelo treinador de Thunder, contando o que se passa entre os duelos. Essas cutscenes, mesmo que breves, são muito bem animadas, trazendo um aspecto cartunesco num grau que facilmente poderia ser usado como um desenho comercial. Tudo isso é acompanhado pela voz poderosa do treinador do protagonista e por músicas agitadas, que não roubam a cena, mas também não fazem feio em acompanhar a adrenalina das lutas de boxe.

Um campeão de carreira breve

Thunder Ray é um jogo bem arrumadinho, que presta a devida homenagem a Punch-Out, mas com um estilo todo próprio. O fato de ter sido produzido por uma equipe pequena o torna ainda mais admirável, mas sua duração é um pecado de tão curta. É inevitável e frustrante querer jogar mais algumas partidas, mas não ter mais conteúdo para ser explorado.

Prós

  • As animações e estilo artístico cartunesco são muito boas e combinam perfeitamente com o jogo;
  • Os comandos de ataque são simples e respondem bem;
  • Os inimigos são bastante criativos e desafiadores.

Contras

  • A campanha é muito curta;
  • Em alguns momentos, a esquiva não responde prontamente.
Thunder Ray — PC/PS4/PS5/Switch — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Purple Tree

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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