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Análise: Scarf (Multi) é uma pacífica aventura com altos e baixos

Em uma jornada lírica sobre o significado de ser um herói, explore um mundo belo, misterioso e, por vezes, tedioso.

Scarf é um jogo de aventura simples que combina quebra-cabeças e plataformas em um ambiente 3D. Ao embarcar em uma jornada por belos mundos, você irá explorar e descobrir a verdade por trás da história de um adorável personagem azul, contando com a ajuda de seu parceiro, um cachecol em forma de dragão.

A exploração e a astúcia são os principais destaques desta experiência, que até cumpre com sua proposta, mas de maneira minimamente aceitável. Com a chegada de Scarf, originalmente lançado para PC em dezembro de 2021, aos consoles da atual geração, vamos conferir um pouco mais sobre ele na análise a seguir.

O que é ser um herói?

Scarf é um conto metafórico que reflete sobre o significado de ser um herói. A história começa quando nosso protagonista sem nome, de pele azul, encontra uma criatura mística em forma de dragão, que se torna sua companheira de viagem, assumindo o papel de um cachecol exuberante. A missão da dupla é capturar as almas rebeldes que criaram seus próprios mundos?.

A jornada levará a dupla por paisagens deslumbrantes, cada uma com mecânicas e interações únicas com seus elementos. A narrativa de Scarf se desenvolve em três cenários principais: uma área oceânica, um deserto e, por fim, uma bela floresta.


Ao explorar esses diferentes ambientes, os protagonistas adquirem novas habilidades que os ajudam a superar desafios interessantes. Com a ajuda do cachecol mágico, o aspirante a herói é capaz de executar saltos duplos, lançar-se como um projétil de estilingue, balançar-se como num cipó e até planar para alcançar áreas mais distantes.

Em cada mundo, o objetivo é capturar as almas rebeldes mencionadas anteriormente. Essas almas estão nas mãos das seres que criaram esses novos mundos, e a principal tarefa do jogador é guiar o rapaz e o dragão-cachecol pelos belos cenários do jogo, resolvendo quebra-cabeças ambientais que levarão à conclusão desse objetivo.


Muitos dos quebra-cabeças são inventivos e criativos, utilizando os elementos do cenário para nos orientar até os locais onde estão e, em certos casos, fornecer dicas sutis sobre como resolvê-los. Alguns podem ser resolvidos rapidamente, enquanto outros exigem um pouco mais de dedicação e pensamento estratégico.

Além desse elemento astuto, Scarf também oferece uma interessante oportunidade de exploração, que pode afetar o desfecho da campanha. Diversos objetos, como ilustrações e brinquedos, estão estrategicamente escondidos nos cenários, esperando para ser encontrados e colecionados pelo jogador.

A obtenção desses itens adiciona à narrativa lúdica e, além de prolongar positivamente nossa experiência, também contribui para a revelação de um final alternativo para a história.

Bonitinho e, por vezes, ordinário

Como já deve ter ficado claro, Scarf tem um apelo visual encantador e gameplay baseada em uma mistura de plataformas e resolução de quebra-cabeças. É uma opção recomendada a jogadores casuais que buscam uma jornada contemplativa e relaxante, sem uma narrativa ou habilidades complexas.


No entanto, apesar de sua abordagem mais leve, o jogo apresenta algumas falhas que precisam ser mencionadas para deixar claro que, mesmo sendo uma experiência tranquila, sua falta de ambição pode ser interpretada como medíocre.

Os ambientes são bonitos e dignos de apreciação, mas em algumas ocasiões dão a sensação de vazio devido à simplicidade de certas áreas. Na maior parte do tempo, os protagonistas estão sozinhos no cenário, exceto pelos encontros ocasionais com outras criaturas das quais precisamos coletar as almas rebeldes, o que não ocorre com tanta frequência.

Há momentos em que passeamos por longos trechos sem interações significativas com o ambiente, como superar obstáculos ou acionar dispositivos. Aliado a uma trilha sonora ocasionalmente melancólica e contemplativa, essas caminhadas pelos mapas podem se tornar tediosas.


Além disso, em relação à ambientação, por vezes nos sentimos um pouco perdidos na busca pelo próximo quebra-cabeça a ser resolvido. Embora isso estimule o aspecto da exploração, como mencionado anteriormente, também pode levar a momentos de frustração. A movimentação lenta do pequeno herói azul também contribui para um ritmo um tanto sonolento.

Felizmente, essa monotonia não persiste por muito tempo, pois a campanha pode ser concluída em cerca de 3 a 4 horas. Essa duração é aceitável, considerando a proposta de Scarf. Vale ressaltar que o fator replay é favorecido pelos colecionáveis, que desbloqueiam um final alternativo para a história. Portanto, vale a pena reservar uma ou duas tardes em um fim de semana para explorar tudo o que o jogo tem a oferecer.

Uma simples jornada, nada mais

Scarf é uma aventura simpática e carismática, mas não consegue se destacar o suficiente para merecer uma grande dedicação de nosso tempo. Os quebra-cabeças são criativos, a jogabilidade em plataforma é minimamente satisfatória e a direção de arte consegue transmitir sentimentos positivos. No entanto, uma vez concluída, esta é uma jornada que acaba sendo facilmente esquecida.

Prós

  • A direção de arte esbanja originalidade e carisma;
  • As dinâmicas de boa parte dos puzzles são bem criativas e interessantes;
  • O aspecto de exploração do game estimula a jogatina com o desbloqueio de um novo final;
  • Duração satisfatória, dada sua proposta.

Contras

  • A movimentação do personagem é um tanto lenta e imprecisa;
  • A trilha sonora é, por vezes, bem monótona;
  • Apesar da beleza, muitos trechos dos cenários são vazios e tediosos para atravessar;
  • É fácil se perder no mapa, atrasando um pouco o progresso.
Scarf — PC/PS5/PS4/XSX/XBO — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: PlayStation 5
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Handy Games

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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