Jogamos

Análise: Raiden III x MIKADO MANIAX (Multi) é o retorno de um clássico com novas trilhas

Trazendo remixes das músicas clássicas, a célebre franquia ganha fôlego para aparecer nas atuais gerações.

Raiden III faz parte de uma das franquias mais icônicas de shoot ‘em up dos anos 90. O bullet hell com progressão vertical foi lançado em 2005 para PlayStation 2 e arcades, e agora volta em toda sua glória na atual geração com Raiden III x MIKADO MANIAX.

A clássica chuva de balas

Em matéria de jogabilidade, tudo se mantém da maneira que a versão original já trazia. Pilotamos uma nave que precisa explodir outras naves, tanques, aviões, navios, torretas, cargueiros, fortes e os tradicionais chefes gigantescos, só para citar alguns.

Temos três tipos de poderes: o Vulcan é o disparo tradicional, que pode cobrir uma área mais ampla; o laser é um feixe central e unidirecional; e o laser de próton é um outro tipo de feixe, que pode ser redirecionado. Todos eles podem ser melhorados ao coletarmos itens pela tela.

Também é possível disparar bombas, que limpam todo o espaço de qualquer ameaça possível, e ter alguns tipos de mísseis que são disparados automaticamente em conjunto com nosso equipamento primário.

Como Raiden III foi lançado primeiramente no arcade, sua disposição na tela é central, com alongamento vertical. Logo, nos consoles atuais temos que preencher as laterais com algum papel de parede. Há diversas opções, com belas artes conceituais; mas, ainda assim, seria bacana se tivesse algum tipo de acerto para adequar a outros tipos de formato, como o 4:3, da época do PS2, ou o atual 16:9, mesmo que isso esticasse um pouco a imagem. Também não há nenhum tipo de filtro de tela, coisa que se tornou comum em ports atuais de títulos antigos.

Por mais que esse formato seja uma característica da série, ele não combina com os televisores atuais, pois a área sem ser aproveitada é muito grande. Sem contar que jogadores menos experientes serão vítimas fáceis por não conseguirem se atentar a um ou outro projétil que está vindo em sua direção.

Uma opção que está disponível é a de girar o ecrã em 90°, 180° ou 270°. Poderia ser uma boa ideia, até porque com a ação de lado o preenchimento se dá por inteiro, entretanto os controles não acompanham essa rotação. Ou seja, se escolhermos jogar da esquerda para a direita, por exemplo, ainda temos que comandar como se a orientação fosse ascendente. Isso causa uma certa confusão que poderia ser corrigida.

Para quem se sentir intimidado com a dificuldade de Raiden III, há diversos níveis para serem escolhidos, inclusive um de prática. Nele, todos os inimigos aparecem como se estivesse no Muito Fácil, mas sem atirar. Vale ressaltar que apesar de ele contar com pontuação normal, não é possível desbloquear troféus nesse nível.

Além do tradicional Arcade, de sete fases, estão disponíveis os modos Score Attack, no qual jogamos cada cenário isoladamente para obtermos a melhor pontuação, e o Boss Rush, no qual enfrentamos apenas os chefes de cada fase em sequência.

Um dos chamarizes mais legais deste título é poder ter duas naves na tela, independente do número de jogadores. Há a aventura solo para uma pessoa e o multiplayer local, mas, se o jogador confiar em suas habilidades, ele pode pilotar ambos os veículos de uma vez no mesmo controle, mas eles irão dividir o mesmo número de vidas e estoque de bombas. 

Pode parecer meio confuso no começo, mas cada nave é controlada por um analógico e os disparos são feitos com os gatilhos. Acreditem, para quem gosta de shoot ‘em ups, isso é algo muito satisfatório, e vale para qualquer modo de jogo.

Há uma galeria para que possamos ver artes conceituais e trabalhos em alta resolução retratando as naves e inimigos de Raiden III, inclusive um visualizador tridimensional de cada chefe, mas isso também foi mantido na disposição vertical da tela. 

Aqui não seria tão ruim quebrar o fator nostalgia e deixar que as imagens pudessem ser vistas em disposição widescreen e fullscreen. Não é possível nem dar zoom nelas, e isso é algo que não combina em nada com uma galeria.

Trilha renovada, memória preservada

As novidades que justificam o MIKADO MANIAX que acompanha o nome do jogo está na trilha sonora. Ao acumularmos pontos jogando os modos disponíveis, conseguimos liberar novas imagens de fundo e versões rearranjadas dos temas das fases por compositores do Game Center Mikado.

A lista de nomes inclui músicos conceituados de games, como Raito (série Under Night In-birth), Yu Shimoda (Mega Man 9 e 10), Soshi Hosoi (Sonic Wings), Keishi Yonao (Phantom Breaker: Omnia, Gunvolt Chronicles: Luminous Avenger iX), entre outros.

Os remixes podem ser colocados para tocar em qualquer estágio ou até mesmo contra os chefes, podendo compor uma playlist própria do jogador. Pode até parecer pouco, mas as músicas “novas” conseguem dar um ar de frescor para um título que já está com quase 20 anos.


Por fim, também foi adicionado um ranking online para que os jogadores possam registrar suas pontuações de maneira local e global.

Ainda pronto para o combate

Raiden III x MIKADO MANIAX investiu em um ponto interessante, revitalizando as trilhas sonoras. Elas certamente deram um ar de novidade para o título, mas algumas melhorias visuais, principalmente na disposição da tela e nos filtros, também viriam bastante a calhar. Ainda assim, não deixa de ser um clássico relevante para quem é fã do gênero.

Prós

  • Os remixes da trilha sonora clássica são sensacionais;
  • Rankings online;
  • Poder jogar sozinho com duas naves é divertido e ainda soa como novidade nos dias de hoje;
  • Galeria vasta e com visualizador tridimensional de todos os modelos do jogo;
  • A jogabilidade ainda é muito boa para os padrões atuais.

Contras

  • Não há filtros de tela nem adaptações fullscreen ou widescreen; 
  • Não seria uma má ideia aplicar outros formatos e disposições para visualizar os itens da galeria;
  • Não dá para adaptar os controles ao rotacionar a tela.
Raiden III — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Ives Boitano
Análise feita com cópia digital cedida pela NIS America

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google