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Análise: Kingdom Eighties (PC) traz a tradicional fórmula da série Kingdom para os anos 80

Ajude o Líder e seus amigos a conter a Ganância que tomou conta de sua cidade.


Produzido pela Fury Studios e publicado pela Raw Fury, Kingdom Eighties é o primeiro jogo da série Kingdom ambientado em uma época moderna. O tradicional gameplay apresentado nos seus antecessores foi adaptado aos anos 80, com muito neon, músicas eletrônicas e diversas referências à cultura pop. Mesmo com uma boa dose de estratégia, a nova empreitada da franquia sofre um pouco para se manter constantemente atrativa.

Contendo o avanço da Ganância

Após ficar preso no Acampamento Kingdom por conta do avanço da Ganância na região, o Líder, protagonista de nossa história, precisa descobrir uma forma de conter os monstros e salvar seus pais e sua cidade do caos. No entanto, a única forma de resolver esse problema é desvendar o mistério por trás da Coroa da Criação, um enigmático item que recebeu no acampamento.

Kingdom Eighties combina diversos elementos para criar uma excelente ambientação baseada nos anos 80. Os cenários incluem ambientes como acampamento, escola, área urbana e shopping, todos construídos a partir de pixel art e efeitos de iluminação e reflexos modernos, tornando-os verdadeiras obras de arte.




A trilha sonora é outro elemento que ajuda a manter a estética oitentista, com ótimas faixas de synthwave produzidas por Andreas Hald. As músicas de Hald harmonizam de maneira perfeita com a estética do jogo e criam uma atmosfera nostálgica da época.

Mesmo simples, a história se desenvolve de maneira agradável e funciona como uma boa motivação para os acontecimentos. Outra característica interessante é a grande quantidade de referências à cultura pop da época, como E.T. O Extraterrestre e De Volta para o Futuro, o que torna a exploração das áreas uma atividade mais interessante.



Pra lá e pra cá com sua bicicleta

Kingdom Eighties segue a estrutura já estabelecida nos outros jogos da série. O título consiste em um tower defense 2D em que devemos gerenciar nossos recursos — crianças e moedas — para expandir e defender nossa base enquanto derrubamos os portais que trazem a Ganância para a nossa área.

Montado em nossa bicicleta, devemos circular de um lado para o outro do mapa para coletar moedas, o principal recurso do jogo. Com elas, podemos recrutar crianças e lhes atribuir características (construtora ou arqueira), melhorar a estrutura de nossa base, desbloquear novas fontes de moedas e expandir nosso território. As moedas não chegam a ser um recurso limitado, mas é necessário cautela com seu uso, pois em muitos momentos elas se tornam escassas.




As crianças são outro elemento que precisamos gerenciar. Ao recrutá-las, precisamos definir qual das duas características vamos atribuir-lhes. As construtoras são aquelas que ajudam a melhorar e expandir a nossa base, construindo barreiras reforçadas e derrubando árvores. Já as arqueiras são as defensoras, que atacam os monstros quando a noite vem e matam animais selvagens para coletar moedas.

Um problema quanto a isso é a falta de ferramentas para gerenciar as crianças. Chega um momento do jogo que perdemos a noção de quantas crianças temos em cada categoria e ficamos sem saber qual a melhor escolha para os novos recrutas. Outro problema inclui a impossibilidade de cancelar uma ação de melhoria ou expansão. Caso eu escolha, por exemplo, melhorar a estrutura, não posso mudar meu planejamento e expandir a base.



Tudo é mais fácil com seus amigos

Durante a aventura, temos a possibilidade de recrutar três amigos com características de combates únicas: o Campeão é o atleta e é capaz de carregar grandes lixeiras para usar como escudo; a Engenheira é a especialista em construção e possui a habilidade de consertar as coisas; já o Feiticeiro é o nerd especialista em robótica que consegue construir poderosos robôs para defender nossa base.

O gameplay de Kingdom Eighties tende a se tornar repetitivo muito rapidamente, pois passamos praticamente o tempo todo andando de um lado para o outro coletando e gastando moedas. A curta duração do título torna isso menos desgastante, pois, quando o jogo começa a ficar maçante, ele acaba. Os momentos mais legais consistem justamente quando utilizamos os nossos amigos para expandir nossa base e destruir os portais que criam os monstros.




Outro ponto que ajuda a diversificar um pouco o gameplay é a grande variedade de bicicletas disponíveis. Cada uma possui uma característica diferente, como velocidade ou a presença ou não de armamentos, por exemplo. Isso permite que você escolha o melhor veículo para a sua estratégia.

Kingdom Eighties possui cinco dificuldades que atendem de maneira eficiente os jogadores novatos e veteranos. Mesmo sem experiência com outros jogos da franquia, não tive qualquer problema jogando no nível normal. Já na dificuldade Amaldiçoada, precisei tomar mais cuidado com minha expansão da base e no controle de recursos.



Uma interessante, porém limitada, aventura oitentista

Kingdom Eighties se sobressai ao combinar sua jogabilidade com um belíssimo mundo baseado nos anos 80. Mesmo que fique repetitivo e tenha alguns problemas, o gameplay consegue entregar uma boa dose de estratégia e divertir por um tempo. O grande destaque fica para sua ambientação, com gráficos em pixel art, cenários belíssimos, trilha sonora envolvente e diversas referências à cultura pop que certamente vão agradar os mais saudosistas.

Prós

  • A ambientação é excelente, com belos gráficos, cenários criativos e trilha sonora que remete aos anos 80 com perfeição;
  • Há uma boa variedade de bicicletas para escolhermos, cada uma com características próprias;
  • Mesmo que não seja muito elaborado, o sistema de controle de recursos exige que o jogador tenha cautela para elaborar sua estratégia.

Contras

  • O gameplay tende a ficar repetitivo com o tempo;
  • Não há ferramentas para gerenciar as crianças recrutadas;
  • Não é possível desfazer as ações após gastar as moedas.
Kingdom Eighties — PC — Nota: 7.5
Revisão: Ives Boitano
Análise feita com cópia digital cedida pela Raw Fury


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
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