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Análise: Friends vs Friends (PC) é um FPS divertido e cheio de identidade

Com foco no PvP, game reúne arte cartunesca e deckbuilding para entreter de forma descompromissada.


De vez em quando é bom tirar o foco dos grandes lançamentos AAA com seus orçamentos bilionários, microtransações e remakes intermináveis pra experimentar novas (e divertidas) experiências.

Friends vs Friends é uma ótima saída pra quem quer um pouco de diversão sem compromisso com bastante identidade. O game desenvolvido pela Brainwash Gang e distribuído pela Raw Fury é um FPS com foco no PvP que reúne trocas de tiros frenéticas, uma arte única de encher os olhos e a possibilidade de montar seu próprio deck de habilidades pra usar em batalhas.

Amigos contra amigos



A maior sacada do jogo é entender seu lugar como um bom indie. Não reinventa a roda, compreende suas limitações e entrega uma experiência sólida sem exigir demais do jogador. Você tem um lobby que contém todas as sessões do jogo: a área de treino, a loja, o local de missões e o vestiário pra trocar de personagens. Todos esses recursos também podem ser acessados facilmente pelo menu.

Você também pode começar a construir seu baralho com suas cartas preferidas. Inicialmente não existe muita opção, mas, conforme vai subindo de níveis e conseguindo dinheiro pra comprar mais pacotes de cartas, você consegue personalizar seu deck da melhor forma. Pode ser confusa em alguns momentos a montagem, pois não tem nenhum tutorial, o que prova que os desenvolvedores confiam na capacidade dos seus jogadores.




Com tudo pronto, você já pode partir pra trocação franca de tiros. Existem dois modos: 1v1 e 2v2. Também existe a possibilidade de jogar contra bots pra treinar suas cartas e mira, o que é sempre bem-vindo. Senti falta apenas de um modo de tela dividida, que nesse caso faria a alegria da galera em um provável 2x2 com a família ou os amigos em casa.

Apesar de ter apenas quatro mapas, todos são divertidos e inventivos em seus designs. Tem a Rodovia, em que o cenário são carros dirigindo próximos, formando uma espécie de plataforma. Como ele é bem curtinho, é ideal pra batalhas de proximidade. 




O outro é o Teatro, que conta com elevadores que podem mudar a sua visão do campo e trazer vantagem. A Estação de Metrô é um mapa simples, mas que também instiga bons tiroteios, por ter um amplo corredor que liga duas estações. 

Por fim, temos o meu favorito, a Cobertura, que são dois prédios próximos ligados por uma ponte de metal, ótimo para snipers tentarem “pescar” um ao outro, ou usarem a proximidade pra fazer algum estrago.



Gostinho de quero mais

É gratificante ver que todo progresso e evolução em Friends vs Friends vêm apenas do ato de jogar. Até contra os bots você ganha dinheiro e experiência. Nada das temidas microtransações (pelo menos, ainda não). Mas existe o sentimento de que falta conteúdo no jogo. Obviamente o pessoal da Brainwash Gang já prometeu um passe de batalha e novidades. Mas em sua versão base o jogo deixa aquele gostinho de que poderia ser melhor ainda.

A começar pelo número de mapas, apenas quatro. As armas têm apenas os arquétipos típicos: pistola, submetralhadora, fuzil, sniper, lança-granadas e uma katana. Por outro lado, a variedade de personagens pra mim foi mais do que o suficiente. São dez animais antropomórficos, cada um com uma habilidade inerente que varia entre o útil e o injusto. Como todo personagem começa com uma pistola básica, é assustador saber que um dos personagens, que você desbloqueia lá pelo nível 10, pode começar toda rodada com uma metralhadora na mão. 




Sobre os modos de jogo, também é possível sentir falta da presença de um contra todos, ou 4x4. Mas no quesito gameplay não há muito para reclamar. A premissa está em todo trailer e captura de tela do jogo. É um tiroteio frenético, com uso constante e estratégico de cartas e muita movimentação no cenário.

As cartas estão em grandes quantidades já no lançamento. São cerca de 60 opções distintas que ainda conseguem ter um upgrade, dependendo da quantidade de versões de uma mesma carta que você tem. As habilidades variam entre aumentar de tamanho, diminuir o tempo, implantar uma bomba na mão do inimigo ou até mesmo ficar invisível. São tão diversas e criativas que dá pra montar um deck no mínimo “curioso”.

Armas prontas e cartas na mão

Friends vs Friends é a investida ideal pra quem ama um bom indie e adora trocar tiro com a galera. Como o próprio nome indica, juntar amigos contra amigos nunca foi tão divertido. Espere uma experiência divertida e compacta, sem muitas surpresas, mas com muita identidade visual e ideias bem criativas em como você pode sobrepujar seus amigos com as habilidades das cartas, ou sua habilidade na mira.

Prós 

  • Arte própria com bastante identidade;
  • Variedade de cartas e habilidades;
  • Progressão simplificada e acessível;
  • Localização em português do Brasil.

Contras

  • Falta de conteúdo contínuo;
  • Balanceamento de personagens pode ser um problema;
  • Poucos mapas e modos.
Friends vs Friends — PC — Nota: 8.0
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pela Raw Fury

Redator publicitário em tempo integral e amante de games nas horas vagas. Provavelmente aprendi a segurar um controle mais rápido do que uma mamadeira. Cresci com os maiores clássicos da Big N como Zelda, Mario e Pokémon. Hoje aproveito os pequenos momentos de descanso da vida corrida para me perder em Hyrule, em uma Tóquio pós-apocalíptica ou em um mundo de encanadores e cogumelos.
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