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Análise: Storyteller (PC/Switch) parece uma bela fábula, mas não passa de uma simples anedota

Um carismático título que mistura puzzles com elementos narrativos, mas sofre com uma execução pouco eficiente.

Storyteller é um curioso jogo de quebra-cabeças baseado na criação de histórias. Partindo de um título, o jogador precisa escolher cenários e personagens que darão um contexto à cena para que se encaixe nele. São diversas historinhas que culminam em um joguinho carismático, mas que, no fim das contas, deixa a desejar por não aproveitar tão bem essa ideia. Vamos conferir os detalhes desta história na análise a seguir.

Era uma vez…

O objetivo do jogador em Storyteller é criar histórias com base no título apresentado em cada página do livro do jogo. Partindo deste princípio, é necessário encaixar cenas e personagens em uma ordem correta para concluir o puzzle e prosseguir para a próxima historinha.

O jogador tem, a cada nível, cenas e personagens predeterminados para encaixar nos espaços da página, tal qual uma história em quadrinhos. O desafio consiste, basicamente, em entender o título e montar as cenas na ordem correta, culminando no que a história quer contar.

A arte do game é simpática e é acompanhada de uma direção de som que deixa nossa manipulação dos elementos da tela agradável. O jogador tem total liberdade para mover todos os elementos da cena como quiser com o intuito de montar o roteiro correto e fechar o puzzle. Jogando no PC, isso fica bem intuitivo graças ao uso do mouse.


Alguns contos possuem uma solução adicional, uma forma diferente de concluir a história, como não deixar que nenhum personagem morra, evitar que determinado evento aconteça, permitir (ou não) o encontro de determinados personagens ou até mesmo utilizar um cenário que não estava previsto na cena. Esse detalhe é a única mecânica que adiciona um desafio adicional ao jogo.

… um conto de poucas páginas …

A ideia central de Storyteller, a princípio, é muito boa. Usar elementos narrativos é uma maneira bem lúdica de usar o gênero de puzzle em um videogame. Entretanto, a forma como ela foi usada aqui foi bem rasa e tem seus problemas de execução que deixam a experiência desinteressante bem rápido.


Algumas das páginas possuem títulos bem óbvios que necessitam, porém, de uma montagem muito específica da história para a conclusão da charada. Trocando por miúdos: nem sempre é o que realmente parece, por mais que a montagem da cena que tenha sido feita faça algum sentido.

Sem o elemento do tempo, o jogador pode gastar bons minutos fritando neurônios para achar a solução correta da cena. Entretanto, a falta de uma mecânica de dicas nos faz até desistir de ficar tentando achar a solução de uma ou outra fase que esteja realmente mais complicada do que parece para ser solucionada.

Em vários momentos, mesmo achando que a resposta era bem óbvia, simplesmente deixei a razão de lado e fiquei montando as cenas a esmo com todas as combinações possíveis para achar a solução e então seguir em frente. Isso quando eu simplesmente não optava por desistir e seguir para o puzzle seguinte pela simples curiosidade de ver os outros níveis.


Sim, todos os níveis estão disponíveis já de cara, permitindo que eu jogue qualquer um dos 51 do jogo na ordem que eu bem entender. Só ao concluir todos eles que uma página nova se abre, com um segredo que até então ainda não visualizei. Em breve posso conseguir essa façanha.

Esse, com certeza, é um daqueles jogos que seguram por pouco tempo, mas que me fazem voltar de tempos em tempos para jogar um ou outro capítulo e então voltar outro dia, durante o intervalo entre uma ou outra atividade.

… com um final previsível.

Storyteller tem como principal mérito a forma lúdica em que os puzzles devem ser solucionados, somado a uma direção de arte fofinha e cheia de carisma. Porém, sua execução rasa e pouco aproveitada deixa o jogo desinteressante bem rápido, tornando-o não mais que um passatempo descompromissado com um desafio que não gera tanto engajamento ao jogador.

Prós

  • Direção de arte fofinha e muito carismática;
  • A forma lúdica de como os puzzles devem ser solucionados realmente chama a atenção;
  • Alguns níveis contam com desafios adicionais para serem concluídos.

Contras

  • Muita repetição de cenas e personagens;
  • Alguns níveis possuem muita semelhança entre si;
  • Ausência de uma mecânica de dicas para oferecer o mínimo de ajuda na conclusão das cenas.
Storyteller — PC/Switch — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Heloísa D’Assumpção Ballaminut
Análise feita com cópia digital cedida pela Annapurna Interactive

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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