Análise: KartRider: Drift (Multi) une praticidade e desafio em um interessante jogo de corrida

Reúna seus amigos para disputar corridas alucinantes neste simpático título gratuito.

em 17/03/2023
Lançado em beta aberto em janeiro deste ano nos PCs, Android e iOS, KartRider: Drift chegou neste mês de março para PlayStation 4 e Xbox One para celebrar o lançamento de sua primeira temporada competitiva. A intenção é ser a principal opção para quem curte jogos de corrida online em qualquer plataforma e, o melhor, de graça.

Desenvolvido pela Nexon, seu principal destaque é permitir a jogatina entre diferentes plataformas com uma apresentação atraente e jogabilidade acessível onde quer que você esteja jogando. Na análise a seguir, vamos conferir um pouco desta experiência e saber se vale mesmo a pena marcar esse tipo de rolê com nossos amigos.

Prático e acessível, esse é o lema

Se você já é um adepto de Mario Kart e seus “clones”, já vou economizar tempo dizendo que KartRider: Drift se encaixa exatamente nesta categoria. O foco aqui é reunir jogadores em um ambiente online para disputar corridas de kart. Assim como a contraparte da Nintendo, os pilotos fazem uso de uma gama de itens para ganhar vantagens ou atrapalhar os adversários na busca pelo cobiçado caneco do primeiro lugar.

São provas com até oito corredores se digladiando para conseguir chegar na primeira posição utilizando os mais variados itens, como bombas d'água, foguetes, muretas de proteção, nuvens de tempestade e outros artifícios bem malucos para atrapalhar os rivais e assumir a ponta na pista.


Até aí, nenhuma grande diferença se seguirmos na inevitável comparação com Mario Kart, mas o principal diferencial está na forma como o jogo é distribuído. Totalmente free-to-play, KartRider: Drift pode ser jogado no PC, consoles e dispositivos móveis, possibilitando que corredores de diferentes plataformas se juntem para disputar as corridas.

Além da gratuidade, os jogadores podem manter seu progresso salvo ao vincular as contas dos serviços que usam para realizar login. No meu caso, para esta análise, alternei minha jogatina entre três versões diferentes: PC, PS4 e Android. Desse modo, pude comprovar a confiabilidade do servidor para que eu pudesse me preocupar apenas com o “onde vou jogar”.


O drift, enfatizado no nome do game, é a principal manobra a ser executada por quem está na pista de corrida. É por meio desta técnica que o jogador poderá se sobressair ao correr contra outros pilotos em pistas com traçados bem simples e outras extremamente elaboradas.

Sua execução é até intuitiva se você já possui certa experiência nesse tipo de jogo, mas ele ainda possui particularidades que vão exigir boas horas de prática para que seja dominado. Nada que umas voltinhas nos modos de treino e tomada de tempo não resolvam.

Mais do mesmo com um pouquinho a mais

KartRider: Drift conta com diferentes modos para que o jogador possa investir um pouco de seu tempo. O modo de itens, como o nome já implica, permite que os pilotos usem itens contra os adversários ou para proveito próprio durante a prova para deixar a corrida bem caótica.


O modo de velocidade limita o leque de itens para que apenas o de geração de impulso — equivalente ao cogumelo no Mario Kart — seja usado durante a corrida. Ao acumular velocidade e realizar manobras, como o drift, uma barra é preenchida, e a cada vez que é completada, premia o corredor com um item de boost adicional. É um modo bem mais estratégico e menos caótico que o de itens. Uma boa pedida se você está saturado da bagunça natural que é correr com muita coisa acontecendo na tela.

A dinâmica do drift é outro ponto único na experiência em KartRider: Drift. Seu funcionamento, também de forma semelhante ao de Mario Kart, é uma técnica-chave que, se dominada, se torna o principal diferencial do jogador ante seus rivais. Para deixar a curva de aprendizado mais justa, a customização de controles permite que você ajuste aos poucos como pode jogar para se familiarizar com os controles.

Os dois modos acima podem ser disputados de forma solo, ou seja, cada um por si; em duplas, sendo quatro grupos diferentes; ou ainda em esquadrão, em que dois grupos de quatro corredores disputam para ver qual o time vencedor da prova.


Além destes, um modo cronometrado, sem a participação direta de outros jogadores, também está disponível. Por meio dele, é possível treinar usando fantasmas de outros corredores para pegar as manhas do jogo, mas nem todas estão disponíveis de imediato, exigindo que você participe de um modo de obtenção de licenças.

São três níveis de licença, cada qual com uma lista de desafios a serem superados que vão premiar o jogador com itens cosméticos e novos karts para usar nas corridas. Cada licença conta com provas que funcionam como um grande tutorial para quem deseja aprender mais alguns truques para usar quando estiver dividindo a pista com um adversário.

Ao obtê-las, também são habilitadas mais pistas nos demais modos de jogo no pareamento de corridas. Algumas assistências de controle, como impulsos automáticos ou auxílio na hora de realizar drifts, também ficam disponíveis conforme você acessa pistas ou atividades de dificuldade maior. Por isso, é importante pegar a manha dos controles o quanto antes para poder jogar sem dificuldades em cada plataforma.


No meu caso em particular, essa tarefa, bem simples se você não faz questão de coletar 100% das medalhas desta atividade, me ajudou a aprender um ou outro truque em particular, o que acabou me ajudando a melhorar meu domínio no jogo. A obtenção das licenças também premia o jogador com mais karts, que podem ser customizados e melhorados na oficina.

O modo Grande Prêmio, que é a área de partidas ranqueadas, e a organização de partidas customizadas fecham a lista de modos de jogo. Este segundo possibilita a adição de bots ou de mais pessoas para jogar em modo online. Não existe, pelo menos até então, uma forma de jogar localmente com mais pessoas.

Ao jogar diversas partidas, é possível acumular moedas que podem ser usadas para fazer melhorias em seus karts por meio da elevação de seu nível de raridade. Cada vez que um carro é melhorado, alguns pontos podem ser atribuídos às características do veículo, como velocidade, aceleração e derrapagem.

Infelizmente, caso as atribuições feitas pelo jogador não tenham ficado de seu agrado, não é possível realocar esses pontos, reforçando o cuidado ao fazer melhorias nos veículos para não jogar fora valiosas moedas que custaram a ser obtidas.

Experiências bem parecidas entre plataformas

Assim como outros jogos via serviço, KartRider: Drift conta com sua versão do já conhecido Passe de Temporada, tanto em variação gratuita quanto paga. O funcionamento é o mesmo: suba de nível e ganhe recompensas para se mostrar no game, além de mais moedas e K-Coins, o dinheiro virtual usado para comprar itens na lojinha.


No PC e no PS4, a experiência é bem idêntica quanto à gameplay, gráficos e pareamento. Já no Android, por motivos óbvios, ela possui suas peculiaridades devido à tela de toque e limitações do hardware.

Algo de que não gostei foi a falta de suporte para controles bluetooth ao jogar a versão mobile. Acredito que essa decisão tenha sido tomada para dar mais equilíbrio a quem joga no celular, visto que nem todo mundo tem um controlador de jogo, seja para jogar eventualmente ou com mais frequência.


O matchmaking também tem suas particularidades, dependendo de onde você resolva jogar. Durante minhas sessões, o PC foi a plataforma em que encontrei partidas mais facilmente, seguido do PS4 e do Android. O título conta com pareamento multiplataforma (cross-play) por padrão, e até o momento da publicação desta análise não havia a opção de desabilitá-la.

No celular, pelo menos por aqui, ao jogar via Wi-Fi não tive nenhum problema de desempenho nas corridas já ao jogar via 4G, boa parte das corridas que peguei tiveram lag moderado, com algumas ações executadas com atraso, onde destaco o uso de itens. O tempo de espera para partidas também foi consideravelmente maior, com buscas chegando à casa dos dois minutos.


De qualquer modo, minha experiência em diferentes plataformas foi satisfatória, dadas as devidas limitações e vantagens de cada uma, como a facilidade de achar partidas jogando via Steam ou a comodidade de poder jogar com apenas uma mão no celular. O PlayStation 4 ficou no meio-termo, com algumas partidas encontradas bem rápido e outras nem tanto, mas foi minha plataforma de preferência na hora de jogar de forma mais acomodada.

Ter meu progresso facilmente compartilhado entre as três plataformas me deu o luxo de poder jogar fora de casa, durante o intervalo do almoço, por exemplo, e ter liberdade para escolher como continuar as atividades diárias do game ao voltar para casa. É o tipo de joguinho que compensa deixar instalado nos meus sistemas para os famosos 20 minutinhos antes ou após alguma coisa para fazer.

Uma boa largada

KartRider: Drift chega de forma humilde para o rol de jogos como serviço que valem a pena conferir para investir seu tempo graças a uma jogabilidade acessível, facilidade em encontrar partidas e a liberdade de escolher onde jogar sem comprometer seu progresso a uma única plataforma.

São boas desculpas para tê-lo instalado em mais de um dispositivo para curtir uma ou outra partida sempre que você tiver um tempinho sobrando. O tempo dirá até onde estes carrinhos podem chegar.

Prós

  • Personagens carismáticos e bonitinhos;
  • Jogabilidade acessível e customizável em todas as plataformas;
  • Diversos modos de jogo para agregar domínio da gameplay e desafio no ambiente online;
  • A mecânica do drift é um diferencial para dominar o jogo;
  • Bom desempenho do ambiente online;
  • A progressão entre plataformas dá mais liberdade de escolha.

Contras

  • A mecânica de drift leva um tempo considerável para ser realmente dominada;
  • As modificações de status feitas nos veículos são irreversíveis;
  • Não há opção de desabilitar o jogo multiplataformas (cross-play);
  • Sem suporte para controles externos na versão mobile.
KartRider: Drift — PC/PS4/XBO/Android/iOS — Nota: 7.5
Versões utilizadas para análise: PC, PlayStation 4 e Android

Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópias adquiridas pelo próprio redator
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Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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