Resenha

Final Fantasy VII (Multi): no aniversário de 26 anos, venha conhecer um artbook do grande épico que deu origem à saga que perdura ainda hoje

Um verdadeiro tesouro para quem ama a saga da luta ecológica contra a Shinra e Sephiroth.


As imagens estão em boa qualidade, recomendo que as selecione e amplie para poder ler e ver em detalhes.

Final Fantasy VII (FF7) foi primeiro lançado no PlayStation em 31 de janeiro de 1997, no Japão. Apenas no segundo semestre daquele ano o jogo teve versões internacionais, e aquela que mais circulou pelo Brasil, provavelmente, foi a norte-americana, de 7 de setembro.


Isso significa que o clássico da luta contra a destruição ecológica em nome do monopólio energético de uma megacorporação comemora aniversário mais de uma vez ao ano e nós podemos escolher a data mais conveniente para preparar um bolo artigo e soprar as velinhas!



FF7 completou hoje (31) 26 anos de uma vida prolífica: teve filme em CG que nos deixou boquiabertos (Advent Children), curta-metragem de anime (Last Order), relançamentos em meia dúzia de plataformas (PC, PS3, mobile, PS4, Xbox One e Switch), mods no PC, duas prequelas (Crisis Core e Before Crisis), um futuro remake para mobile (Ever Crisis), uma trilogia de remakes de alto perfil cuja primeira parte já foi lançada e até um battle royale mobile que ninguém pediu e que foi cancelado após um ano em funcionamento (The First Soldier).



Provavelmente deve ter algo que esqueci e ficou de fora da lista acima (lembrei: Dirge of Cerberus), mas ela já serve para mostrar como o sétimo número desempenha um papel central dentro da aclamada série. Afinal, nenhum outro recebeu tanta atenção, o que vale muito quando falamos de uma franquia que já teve diversos remasters e remakes. Até Crisis Core recebeu recentemente um “re-master-make”.

Última mania da fantasia final

Hoje, no entanto, quero falar de um livro, Final Fantasy Ultimania Archive vol. 2, que reúne material sobre os três títulos de FF lançados no primeiro PlayStation: VII, VIII e IX. É importante notar que os livros abordam apenas os jogos originais, sem entrar naquela lista de outras mídias que citei acima. Os três volumes de Ultimania foram lançados no Japão em 18 de dezembro de 2012 pela própria Square Enix e chegaram aos Estados Unidos em 2018 pela Dark Horse, editora experiente em artbooks de games.

Opa, então Ultimania Archive é um artbook, como está no título deste artigo? Sim, mas também é muito mais. De fato, há muito material da arte dos jogos nesses volumes e as ilustrações preenchem boa parte das páginas. A parte que mais segue essa linha é a das oníricas artes conceituais de Yoshitaka Amano, como podemos ver abaixo.



Eu acho que o nome “arquivo” que o título carrega cai bem na definição. Tem de tudo um pouco: imagens das diferentes versões de caixinhas e discos lançadas pelo mundo; fichas de personagens; toneladas de artes conceituais de Tetsuya Nomura; imagens iniciais e finais do desenvolvimento dos gráficos pré-renderizados, 15 veículos, 33 variações da famosa logomarca, storyboards, materiais avulsos não usados e mais.

Sim, tudo isso aí basicamente são imagens, mas elas não têm monopólio. As maiores ocupam cerca de meia página e sempre dividem com textos. O livro é abarrotado de fichas técnicas, explicações e comentários. Tampouco é uma enciclopédia, ficando mais no meio-termo.





Abrem-se as cortinas, surge o elenco

Confira a seção de personagens, por exemplo, que trata de todo o grupo jogável e do vilão Sephiroth. Cada um deles tem um parágrafo de apresentação, uma tabela de dados pessoais, meia dúzia de falas memoráveis (até de Cait Sith) e suas cenas mais importantes, com descrição e captura de tela.
Veja as de Cloud abaixo. Como protagonista, ele tem seis páginas só dele, enquanto os demais ficam com quatro para cada.





Os coadjuvantes também ganham espaço, desde os familiares notáveis, os membros da Avalanche, dos Turks e da alta cúpula da Shinra, até NPCs que ninguém lembrava que tinham nome, como Priscilla, a menina que salvamos de um ataque quando chegamos a Junon pela primeira vez e precisamos apertar os botões no timing certo para Cloud fazer reanimação cardiorrespiratória.



Os monstros ganham um textinho descritivo ao lado de retratos de suas versões poligonais, tão pequenos que mal consigo ver bem. Quem teve a ideia de colocar um fundo preto só dificultou a tarefa. O que importa aqui são os belos desenhos a lápis de Tetsuya Nomura, acompanhados dos comentários rabiscados pelo designer. Os summons, Weapons e Sephiroth em suas formas finais também estão no arquivo, é claro.



Estranhamente, mesmo com tanto destaque para suas ilustrações, os nomes de Amano e Nomura não recebem o crédito ao lado de suas obras, mas apenas no editorial da última página do volume.

Tá, e o Brasil?

O Brasil ainda nem engatinha na tradição de artbooks/arquivos de games, mas, hoje em dia, é razoavelmente fácil comprar as edições da Dark Horse importadas por varejistas que atuam em nosso país. Esses livros podem ser encontrados online de vez em quando na faixa dos R$ 200-250, flutuando até o patamar de ridículos R$ 350-450. Na Black Friday de 2022, cheguei a ver por R$ 130! Então, se alguém se interessar em comprar, tenha paciência que a hora chega.

Como eu disse, Final Fantasy Ultimania Archives vol. 2 exibe três grandes títulos de Final Fantasy, mas o objetivo de hoje é comemorar a história da santa Aerith e sua turma que quer salvar o planeta. O livro tem 320 páginas ao todo e Final Fantasy VII brilha em 113 delas, um pouco menos que as 126 de FF9 e muito mais que as 70 de FF8. Estes últimos aparecerão em textos futuros e... epa, FF8 completará 24 anos em breve, 11 de fevereiro. Vamos ver se dá tempo de preparar algo para mais um aniversário.

Revisão: Ives Boitano
Livro adquirido pelo redator

Admiro videogame como uma mídia de vasto potencial criativo, artístico e humano. Jogo com os filhos pequenos e a esposa; também adoro metroidvanias, souls e jogos que me surpreendam e cativem, uma satisfação que costumo encontrar nos indies.
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