Análise: Sail Forth (Multi) é uma navegação sossegada por águas coloridas

Piratas são um grupo que impõe medo e respeito, além de serem sinônimo de aventuras cheias de adrenalina… bom, nem sempre. Em Sail Forth, comandamos o esperto Capitão Tuto, que além de coletar materiais e desbravar os mares, aumenta sua tripulação fazendo amizades pelo Azul Profundo

Nunca navegarás nas mesmas águas

A grande missão do Capitão Tuto foi dada pela Estrela do Norte: proteja o Azul profundo das ameaças do Clã Caveira. Para isso, construímos nosso barquinho, que começa pequeno, mas pode ser evoluído para uma embarcação maior, e pode ser equipado com canhões e arpões.

Quanto à tripulação, novos integrantes podem se juntar à sua aventura náutica se houver espaço no convés. Quanto maior o barco, mais marinheiros podem te acompanhar. Basta conversar com eles nas ilhas ou em outros barcos que não sejam piratas.

Por falar em ilhas, a grande sacada de Sail Forth é gerar os arquipélagos proceduralmente; ou seja, você nunca encontrará o mesmo conjunto de ilhas duas vezes… em partes. Como as missões sempre são muito parecidas, mesmo que cada mar seja “diferente”, a maré de mesmice nos arrebata com uma certa frequência. As tarefas consistem em coletar itens, ganhar corridas, pescar peixes e desmantelar frotas do Clã Caveira.

O que ajuda a suavizar um pouco essa sensação é a nulidade de urgência para alcançar os objetivos. O jogador pode fazer tudo da maneira que achar mais adequada, sem pressa. Além disso, os visuais coloridos deixam a longa viagem bem mais proveitosa.

Além do modo principal, que te dá os objetivos a serem seguidos e assim te faz prosseguir entre os diferentes mares, há um modo extra, que permite a navegação livre. Nele, é permitido escolher o barco que você quiser e logo de cara aproveitar seu potencial por completo.

Também dá para escolher quantos inimigos estarão contigo, mas se você eliminar todos, não acontece mais nada, eles não reaparecem e também não há uma conclusão. Você fica navegando para lá e para cá sem propósito até encerrar o jogo manualmente.

Piratas às cegas

Com as missões que se repetem e as ilhas que se parecem, o atrativo maior de Sail Forth está em personalizar seu barco. Sempre que achamos caixas, baús, ou afundamos as fragatas bucaneiras, acumulamos madeira. Ela serve como unidade monetária para recrutar marujos, incrementar seu armamento e até adquirir uma nova embarcação.

Quanto maior o barco, maior a tripulação que pode te ajudar e mais canhões ele pode acoplar, mas mais problemas visuais ele pode gerar. Como de costume, um navio maior possui velas maiores, que, quando abertas, se tornam um problema para enxergarmos o que está acontecendo à frente. Pelo menos nessas horas o controle da câmera é livre.

Quando chega a hora de confrontar o Clã Caveira, as velas somem para melhorar a visibilidade. Entretanto, a câmera trava para priorizar a mira dos canhões, e isso também causa pontos cegos, principalmente quando seu barco é o maior da tela e vem uma onda alta, que faz os rivais sumirem.

Por fim, a pilotagem é influenciada pelo vento, o que é esperado de um veículo a vela. Entretanto, quando a lufada está vindo ao seu encontro, fica muito complicado navegar, mesmo seguindo as instruções de manejo das velas. Proporcionalmente, esses problemas são menores se seu barco for menor.

Sete mares de calmaria

Sail Forth consegue ser interessante para os adeptos de aventuras lentas e que gostam de divagar entre um objetivo e outro. Seu estilo visual colorido e trilha sonora calma tornam tudo mais relaxante, mas isso também não o exime de seus pequenos defeitos. No mais, é indicado a piratas que estão se aposentando e não querem mais desbravar mares agitados.